| 03 de maio de 2022
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Em 03/05/2022
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| | | | Queda da produtividade chega a 4,6% em 2021, a maior da série desde 2000
A produtividade do trabalho na indústria de transformação – medida como o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção – registrou queda pelo segundo ano consecutivo, com recuo de 4,6% em 2021, em comparação com 2020. Em relação a 2019, a queda acumulada é de 5%. Com isso, a produtividade retorna a patamar próximo do registrado em 2016.
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| CNI | | | | Em março de 2022, a produção industrial nacional mostrou variação positiva de 0,3% frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Nesta comparação, houve altas em três das quatro grandes categorias econômicas e em quatorze dos 26 ramos pesquisados.
Já em relação a março de 2021, houve queda de 2,1%, oitava taxa negativa consecutiva nessa comparação. No acumulado do ano, frente ao mesmo indicador de 2021, a indústria recuou 4,5%. O acumulado nos últimos doze meses chegou a 1,8% em março e vem reduzindo sua intensidade de crescimento desde agosto de 2021 (7,2%).
Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%), outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%), com as três primeiras intensificando o avanço observado no mês anterior: 4,3%, 0,6% e 6,1%, respectivamente; e a última voltando a crescer após três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 3,6%. Outras contribuições positivas relevantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,9%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,9%) e de indústrias extrativas (0,9%).
Por outro lado, entre as doze atividades em queda, produtos alimentícios (-1,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%) exerceram os principais impactos em março de 2022, com a primeira interrompendo quatro meses consecutivos de alta, período em que acumulou expansão de 14,9%; a segunda marcando a segunda taxa negativa seguida e acumulando perda de 5,0%; e a última eliminando parte do avanço de 12,5% registrado em fevereiro de 2022. Vale destacar também os recuos assinalados pelos ramos de produtos de metal (-3,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,9%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (8,0%) e bens de consumo duráveis (2,5%) assinalaram as taxas positivas mais acentuadas em março de 2022, com ambas intensificando os avanços registrados em fevereiro último: 2,5% e 1,4%, respectivamente. O setor produtor de bens intermediários (0,6%) também mostrou crescimento nesse mês, mas abaixo do verificado no mês anterior (1,8%). Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,3%) apontou a única taxa negativa em março de 2022 e interrompeu, dessa forma, três meses consecutivos de avanço na produção, período em que acumulou expansão de 4,3%.
Média móvel trimestral fica em -0,4% no trimestre encerrado em março
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou decréscimo de 0,4% no trimestre encerrado em março de 2022 frente ao nível do mês anterior, interrompendo, dessa forma, a trajetória ascendente iniciada em novembro de 2021.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-2,9%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,4%) apontaram os resultados negativos nesse mês.
Por outro lado, o segmento de bens intermediários (0,3%) assinalou a única taxa positiva em março de 2022, mantendo a trajetória ascendente iniciada em novembro do ano passado. O setor de bens de capital (0,0%), ao repetir o patamar do mês anterior, interrompeu dois meses seguidos de queda, período em que acumulou perda de 2,6%.
Frente a março de 2021, a indústria recuou 2,1%
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou recuo de 2,1% em março de 2022, com resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 60,1% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que março de 2022 (22 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (23).
Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por produtos de borracha e de material plástico (-14,5%), produtos de metal (-15,9%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-20,8%),
Vale destacar também as contribuições negativas de produtos têxteis (-17,7%), de móveis
(-22,7%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,9%), de impressão e reprodução de gravações (-28,9%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-9,2%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-10,1%), de produtos diversos (-12,9%), de produtos de minerais não-metálicos (-3,8%) e de metalurgia (-2,4%).
Por outro lado, ainda na comparação com março de 2021, entre as nove atividades que apontaram expansão na produção, outros produtos químicos (8,0%) e bebidas (12,0%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria. Outros impactos positivos importantes foram registrados por veículos automotores, reboques e carrocerias (2,5%), produtos alimentícios (1,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,4%), produtos do fumo (17,9%) e indústrias extrativas (1,0%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto contra o mesmo mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-12,8%) assinalou, em março de 2022, a queda mais acentuada entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-2,2%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,2%) também mostraram resultados negativos nesse mês, com o primeiro apontando recuo mais intenso do que o observado na média da indústria (-2,1%); e o último com a redução mais moderada. Por outro lado, o segmento de bens de capital, com avanço de 4,4% em março de 2022, registrou a única taxa positiva entre as grandes categorias econômicas.
O setor produtor de bens de consumo duráveis recuou 12,8% em março de 2022 frente a igual período do ano anterior, nono resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Já a produção de bens intermediários apontou queda de 2,2% no índice mensal de março de 2022, oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação.
O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 1,2% em março de 2022, nona taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação enquanto o setor produtor de bens de capital mostrou avanço de 4,4% em março de 2022 frente a igual período do ano anterior, após registrar resultados negativos em janeiro (-8,5%) e fevereiro (-4,7%) últimos.
No acumulado do ano, recuo de 4,5%, com todas as grandes categorias em queda
O setor industrial assinalou queda de 4,5%, com resultados negativos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 65,6% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,2%), produtos de borracha e de material plástico (-16,3%), produtos de metal (-16,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,6%).
Vale destacar também as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de produtos têxteis (-21,4%), de móveis (-28,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-16,5%), de metalurgia (-4,6%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,7%), de couro, artigos para viagem e calçados (-14,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-5,3%), de indústrias extrativas (-1,7%), de máquinas e equipamentos (-2,9%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-10,2%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,5%).
Por outro lado, ainda na comparação com janeiro-março de 2021, entre as quatro atividades que apontaram expansão na produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,4%) e produtos alimentícios (2,4%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria.
Entre as grandes categorias econômicas, houve quedas em bens de consumo duráveis
(-18,3%), bens de consumo semi e não-duráveis (-4,4%), bens intermediários (-3,4%) e bens de capital (-2,6%), mas os três últimos mostraram recuos menos intensos que a média da indústria (-4,5%).
| Agência IBGE | | | | Robson Andrade participou do lançamento do Comitê Governança para a Indústria. Ele indicou a presidente da FINDES, Cristhine Samorini, para coordenar o comitê vinculado à Rede Governança Brasil
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Boas práticas de governança são estratégicas para fortalecimento da indústria, diz presidente da CNI
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destacou nesta terça-feira (3) que o compromisso com a transparência e a ética nos negócios é pilar fundamental para a atração de investimentos bem como para a sobrevivência e expansão das empresas. A afirmação foi feita durante a solenidade de lançamento do Comitê Governança para a Indústria, na sede da CNI, em Brasília.
Caberá à CNI coordenar o comitê, que será vinculado à Rede Governança Brasil (RGB). A parceria conta com o apoio do Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP) e terá a missão de aproximar o setor empresarial das boas práticas de governança, identificando gaps e propondo melhorias que resultem numa maior eficiência institucional.
Na avaliação de Robson Andrade, a iniciativa da Rede de criar o Comitê de Governança da Indústria e de convidar a CNI para liderar esse fórum é muito positiva, uma vez que reconhece a importância da participação do setor empresarial no esforço em favor da transparência e da responsabilidade em todos os níveis de gestão.
“A adesão às boas práticas de governança é estratégica para o fortalecimento e para a adequação do setor industrial brasileiro aos modernos princípios globais de credibilidade empresarial e de responsabilidade socioambiental”, pontuou o presidente da CNI.
Robson Andrade indicou a presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (FINDES), Cristhine Samorini, para coordenar as ações do comitê. “Estou certo de que, com a experiência e a representatividade da CNI combinadas com a competente liderança da Cristhine, esse fórum será um importante canal de diálogo, de disseminação de boas práticas e de incentivo à adoção dos modernos padrões de governança nas empresas brasileiras”, disse o presidente da CNI.
Primeira missão será diagnóstico sobre governança na indústria
Cristhine afirmou que buscará incentivar as indústrias a compartilharem boas práticas de gestão e, assim, contribuir para a transparência e responsabilidade em todos os níveis das organizações empresariais. “A indústria espera ampliar seu relacionamento com os demais componentes da rede, como o poder público, para trocar experiências e fomentar a pauta de forma interinstitucional”, disse.
Como primeira missão, ela anunciou que o comitê vai produzir um diagnóstico sobre os níveis de maturidade da governança e integridade no ambiente de gestão do setor produtivo. “É preciso compreender o cenário da governança, uma vez que atualmente não existe um mapeamento real do cenário das práticas de governança e integridade adotadas pelas pequenas, médias e grandes indústrias no Brasil”, explicou Cristhine.
“É imprescindível conhecer esse nível de maturidade para detectar avanços a serem a impulsionados e dificuldades a serem mitigadas, no sentido de contribuir para a melhoria do ambiente de governança no país, sob o aspecto do setor privado”, acrescentou a coordenadora do comitê.
Ministro do TCU diz que indústria deve liderar país
Embaixador da RGB e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes enfatizou que o apoio da CNI, como representante maior da indústria nacional, será imprescindível para a transformação do país, a partir de ações de governança. “Temos capacidade de sermos criativos, de sincronizar o setor privado e público e de buscar as boas práticas. É a governança que nos dá essa possibilidade", enfatizou. "A indústria brasileira pode e deve ser a grande líder de uma nação, combinando e sincronizando com os demais poderes e com os setores primário e secundário”, completou Nardes.
O presidente da Suzano, Walter Schalka, alertou que a governança e transparência são fatores essenciais para a indústria. Segundo ele, a multinacional do setor celulose tem investido fortemente nas agendas ambiental e de diversidade. “Temos um objetivo bastante claro de trabalhar com transparência como sendo pilar principal na nossa prática diária. É preciso investir muito em digitalização e inteligência artificial, pois isso vai permitir que os processos sejam mais ágeis e possam gerar decisões mais imediatas na organização”, destacou.
| CNI | | | | Indicadores da CNI apresentam aumentos no desempenho, na confiança e nas perspectivas, porém a situação financeira piorou. Falta ou alto custo de matéria-prima ainda é problema principal
O primeiro trimestre de 2022 foi positivo para as micros e pequenas indústrias, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Panorama da Pequena Indústria mostra melhora no Índice de Desempenho, que registrou a melhor média (45,5 pontos) no primeiro trimestre do ano desde 2012. O Índice de Perspectiva também apresenta um aumento de 3,0 pontos quando comparado com o mesmo período de 2021.
Apesar disso, as condições financeiras apresentaram um recuo nos primeiros meses de 2022, em comparação ao trimestre anterior, e a falta ou alto custo de matéria-prima ainda é problema principal para MPEs.
“Chama a atenção que a preocupação com a falta e o alto custo das matérias-primas aumentou na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, diferentemente do que aconteceu com as empresas de maior porte. O desempenho da pequena indústria no trimestre foi positivo, mas esse problema segue travando o que poderia ser um melhor resultado. A piora da situação financeira é outro reflexo desse problema de insumos”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
O Panorama da Pequena Indústria elenca quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor. Veja, a seguir, a análise sobre cada um deles:
Desempenho das pequenas indústrias apresenta melhora
O desempenho das pequenas indústrias foi positivo no primeiro trimestre de 2022.
O indicador registrou 43,3 pontos, em janeiro de 2022, resultado abaixo da média histórica (43,5 pontos), porém nos meses seguintes o desempenho melhorou. Na passagem para fevereiro, o índice aumentou 1,8 ponto e, em março, cresceu mais 2,9 pontos.
Condições financeiras da pequena indústria apresentaram piora
O Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias recuou para 41,0 pontos no primeiro trimestre de 2022. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, o índice mostra queda de 1,0 ponto, ou seja, revela uma piora da situação financeira no primeiro trimestre de 2022.
Apesar da queda, o índice permanece acima de sua média histórica (37,8 pontos). Ou seja, a situação financeira deste trimestre apresentou resultado relativamente mais favorável que o de outros trimestres.
Preocupação com falta ou alto custo de matéria-prima volta a crescer
A falta ou alto custo de matéria-prima permaneceu no primeiro lugar do ranking de principais problemas enfrentados pelas MPEs da indústria extrativa, de transformação e da construção. A elevada carga tributária se manteve na segunda posição também para os três segmentos industriais.
Confiança e perspectivas da pequena indústria em abril de 2022
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as pequenas indústrias alcançou 56,4 pontos em abril de 2022, um aumento de 5,1 pontos na comparação com o mesmo mês em 2021. Portanto, o empresário segue otimista e com a confiança mais disseminada.
O Índice de Perspectivas da pequena indústria também apontou perspectivas favoráveis dos empresários da pequena indústria em 2022. O indicador registrou aumento de 0,6 ponto em abril de 2022, alcançando 51,3 pontos. A média deste trimestre foi 3 pontos maior que a média do mesmo período em 2021.
Sobre o Panorama da Pequena Indústria
O Panorama da Pequena Indústria elenca quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor.
A composição dos índices leva em consideração itens como volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional e situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações.
Além disso, a pesquisa também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas MPEs em cada trimestre.
A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Todos os meses, as pesquisas ouvem mais de 900 empresários de empresas de pequeno porte.
| CNI | | | | Tema foi debatido em comissão geral da Câmara dos Deputados
Bohn Gass: “Não há o que comemorar, todos os números do mercado estão ruins"
Sindicatos de trabalhadores, juízes e procuradores do Trabalho defenderam a revogação da reforma trabalhista de 2017, em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados sobre diagnóstico, as desigualdades e as perspectivas do mundo do trabalho no Brasil. No debate, nesta terça-feira (3), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu a reforma.
O debate foi solicitado pelo deputado Bohn Gass (PT-RS), em razão do Dia do Trabalho (1º de Maio). Ele também defendeu revogação da reforma trabalhista (Lei 13.467/17). “O que vejo é retrocesso. Muitas conquistas obtidas com muita luta ao longo da história estão sendo destruídas”, afirmou. “São 27,25 milhões de brasileiros em situação de desalento, desemprego ou trabalhando menos do que o desejado”, completou. E acrescentou que dos 96 milhões de pessoas ocupadas, 1/3 são informais – ou seja, não têm proteção social, não contribuem para a previdência e não vão se aposentar. “Metade da população economicamente ativa encontra-se sem algum tipo de atividade econômica com proteção. O nome disso é exclusão”, resumiu, ressaltando que mulheres e negros são os mais atingidos.
Na avaliação do parlamentar, o quadro não é fruto da pandemia de Covid-19, já que os dados não diferem muito dos anteriores à pandemia, em 2019. “Não foi a pandemia, foi a reforma trabalhista, o congelamento do salário mínimo, foi o corte das políticas sociais, o corte dos investimentos públicos, que prejudicou a indústria, foi o desmonte do Estado brasileiro, foram as privatizações a preço de banana”, citou. Ele defendeu ainda a aprovação pela Casa de política de reajuste do salário mínimo acima da inflação, e não apenas a inflação. O líder do PT, Reginaldo Lopes (MG), apoiou o reajuste do salário mínimo com ganho real a partir de 2023.
Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luiz Antônio Colussi também defendeu a revisão da reforma trabalhista e discussão do tema pelos candidatos às eleições presidenciais. “Não apenas a revisão, mas a própria revogação”, frisou. Para ele, a reforma trabalhista gerou precarização das relações de trabalho, dificultando o acesso dos trabalhadores ao Judiciário e retirando direitos sociais.
Visão da indústria
Gerente executiva da Relação do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sylvia Teixeira de Sousa, por sua vez, defendeu a reforma trabalhista de 2017. “Nosso País precisa de um ambiente de negócios que contribua para a expansão das atividades produtivas e das oportunidades de trabalho formal. E nesse sentido a modernização da legislação trabalhista de 2017 foi e continua sendo uma peça fundamental nesse desafio de avanços que precisamos para tornar nosso País inovador, dinâmico e capaz de produzir desenvolvimento econômico e gerar renda e trabalho formal para o brasileiro“, opinou.
“Não houve redução ou extinção de direitos trabalhista, mas aperfeiçoamento da lei, considerando as novas formas de trabalhar e de produzir”, completou. “Por meio de amplo debate legislativo, foram regulamentados a negociação coletiva e o teletrabalho”, acrescentou ainda. Segundo ela, a negociação coletiva tem sido bem avaliada pela indústria após a reforma e houve queda nos litígios trabalhistas a partir da lei, com a redução em mais de 40% no número de processos trabalhistas nas varas do trabalho entre 2016 e 2021. Na avaliação dela, a lei incentivou o diálogo e a resolução de conflitos extrajudiciais. Para ela, “a informalidade é a verdadeira precarização do trabalho”.
Diretora executiva do Instituto Millenium, Marina Helena Santos também defendeu a reforma trabalhista e a liberdade econômica – “regras claras e fáceis, que permitam que as pessoas empreendam”. Para ela, a reforma trabalhista deve ser aprofundada e deve ser feita reforma fiscal, para reduzir a alta carga tributária.
Menos acordos coletivos
Defensor da revogação da reforma trabalhista, o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Júnior, contestou a ideia de que houve aumento da negociação coletiva após a reforma trabalhista. “A gente tem assistido à uma redução dos acordos e convenções coletivas. Em 2016, nós tivemos 47 mil acordos e convenções, coletivas. Em 2012, não chegamos a 35 mil acordos negociados. Ou seja, menos de 12 mil negociações aconteceram no Brasil após a reforma trabalhista”, disse.
O diretor do Dieese salientou que a reforma trabalhista não diminuiu a informalidade e gerou empregos, como prometido; ao contrário, gerou a precarização do trabalho, ao que se soma um cenário de aumento da inflação e da cesta básica e queda da renda do trabalhador. “Nós estamos hoje com uma renda média do trabalhador hoje de R$ 2.377, 8% menor do que 2019, mas 54% dos trabalhadores ganham até R$ 1.500”, completou.
A revogação da reforma trabalhista também foi defendida entidades sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Segundo o secretário Nacional de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, “a reforma não gerou emprego, nem renda, só desemprego, desamparo e desalento”. Na visão dele, foi provado não apenas no Brasil como no mundo que a reforma não traz nenhum benefício para os trabalhadores.
Inspeção do trabalho
No debate, o diretor Adjunto de Política de Classe do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais de Trabalho (Sinait), Renato Bignami ressaltou que o sistema federal de inspeção do trabalho, responsável pela garantia do cumprimento da lei trabalhista, vem sofrendo um “rebaixamento substancial, com perda de poder de atuação” e defendeu o investimento nesse sistema para melhor regulação e proteção do ambiente de trabalho.
Bignami criticou o fim do Ministério do Trabalho, em 2019. Segundo ele, embora o órgão tenha sido recomposto, “não foi feito com as bases anteriormente firmadas”. Ele acrescentou que a carreira dos auditores fiscais do trabalho também vem sofrendo enorme corrosão, e desde 2013 não há recomposição dos quadros. Hoje há menos 2015 auditores fiscais em atividade, sendo que já foram 3900 no final dos anos 1990.
Desigualdade
Economista, professora e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, Marilane Oliveira Teixeira disse que o cenário é de aumento das assimetrias entre homens e mulheres e entre pessoas negras e não negras, além de queda dos rendimentos, ampliação da extrema pobreza e fragilização das instituições públicas, como Ministério do Trabalho, e dos sindicatos. Ela disse que cabe ao poder público criar oportunidades de trabalho e estimular com recursos públicos a geração de ocupações e defendeu um programa nacional de trabalho para todas as pessoas.
Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Melicia Alves Mesel defendeu políticas públicas trabalhistas específicas para mulheres e negros e para a população indígenas. De acordo com ela, 92% dos trabalhadores domésticos são mulheres, sendo 64% mulheres negras. Segundo ela, não se trata de falta de qualificação, já que as mulheres têm nível instrucional superior ao dos homens. Ela pediu ainda que a Câmara não retroceda cotas para pessoas com deficiência. “As empresas só empregam pessoas com deficiência quando são fiscalizadas ou atuadas por auditores do trabalho”, apontou.
Professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense, Hildete Pereira de Melo defendeu, por sua vez, a discussão de políticas públicas pela Casa que mensurem o trabalho doméstico e de cuidado não remunerado feito pelas mulheres. “A gente tem meios de mensurar esse tipo de trabalho, para dizer que ele vale”, afirmou.
Trabalhadores do campo
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), Gabriel Bezerra Santos também defendeu a rediscussão da reforma trabalhista e a retomada dos direitos dos trabalhadores do campo. De acordo com ele ele, em torno de 60% dos mais de 4 milhões dos trabalhadores do campo não têm carteira de trabalho assinada, sendo que alguns estados o índice de informalidade ultrapassa 90%. “De 1995 a 2020, mais de 55 mil trabalhadores do campo foram resgatados de trabalho escravo”, acrescentou. E chamou a atenção ainda para a exposição desses trabalhadores aos agrotóxicos.
“Novas ameaças”
Diretor Legislativo da Associação Nacional das Procuradoras e dos Procuradores do Trabalho, Antônio de Oliveira Lima alertou para a possibilidade de novas reformas pelo governo, com a discussão, por exemplo, da retirada do repouso aos domingos. Além da erradicação do trabalho escravo, ele citou como desafios no Brasil o trabalho infantil, o assédio e a inflação alta corroendo os salários. E defendeu o investimento para que os trabalhadores conheçam seus direitos para lutar por eles e se sindicalizar, como forma de reação às ameaças ao trabalho.
Presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, por sua vez, quer “evitar que a reforma trabalhista seja importada para dentro do serviço público” por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, do Poder Executivo.
Participação dos deputados
Durante a comissão geral, o deputado Vicentinho (PT-SP) criticou a “política destrutiva e criminosa que prejudica a classe trabalhadora”.
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), apoiou as críticas. “Não há o que comemorar neste ano, daí os protestos no Dia do Trabalho pela revogação das reformas trabalhista e da Previdência”, disse.
O debate não contou com a participação de deputados da base governista.
| Agência Câmara dos Deputados | | | |
"Poder Público deve proporcionar crescimento da economia e geração de empregos, que dependem da melhoria do ambiente de negócios”, disse
Lira: "Ainda temos 12 milhões de brasileiros à espera de um salário”
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reafirmou o compromisso da Casa pela continuidade da melhoria dos índices de desemprego e fortalecimento das políticas econômicas responsáveis.
Em discurso lido no Plenário pelo deputado Bohn Gass (PT-RS), na comissão geral para debater o diagnóstico, as desigualdades e as perspectivas do mundo do trabalho no Brasil, Lira salientou que em 2020 e 2021, o País atingiu índices recordes de desempregados, na casa de 15%. Mas, segundo ele, os números mais atuais revelam processo de recuperação em curso. “A taxa de desocupação caiu para 11% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, menos resultado para período desde 2016, sendo que ainda temos 12 milhões de brasileiros à espera de um salário”, disse.
Lira destacou que a esse cenário se soma o de inflação, sendo que o IPCA foi em 2022 o maior para o mês de março em 20 anos, reduzindo o poder de compra do brasileiro. Ainda conforme o presidente da Câmara, as taxas de informalidade seguem preocupantes. “A cada dez trabalhadores, quatro são informais e não há sinais de que esse índice possa apresentar redução em curto prazo”, apontou. Segundo ele, os mais prejudicados são aqueles já vitimados pela exclusão social.
Lira ressaltou ainda que, durante a pandemia, o trabalho remoto se generalizou em muitos setores produtivos, aportando resiliência em muitos setores da economia. Ele ponderou, no entanto, que esta modalidade de trabalho prejudicou quem não possui meios, equipamentos e tecnologias para exercê-la.
“É crucial que os embates políticos olhem para esses elementos da realidade trabalhista. O Poder Público deve proporcionar crescimento da economia e geração de empregos formais, que dependem da melhoria do ambiente de negócios e atração de investidores”, disse.
| Agência Câmara dos Deputados | | | | Esse será o terceiro de uma série de seminários sobre avanços do Brasil desde 1822 e as perspectivas para as próximas décadas, aproveitando o Bicentenário da Independência celebrado neste ano
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoverá na próxima quarta-feira (4), seminário sobre Desenvolvimento Social, das 10h às 12h, em Brasília. O evento é o terceiro de um ciclo de cinco debates, com o tema geral 200 Anos de Independência – A indústria e o futuro do Brasil, que a entidade está promovendo para reflexões sobre os avanços ocorridos no país ao longo dos últimos dois séculos e as perspectiva para as próximas décadas, em diversas áreas, aproveitando o simbolismo do Bicentenário da Independência, celebrado neste ano.
O evento será aberto pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e terá, no início, uma palestra da historiadora Lília Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo (USP) e da Princeton University, nos Estados Unidos, e autora, entre outros, dos livros As Barbas do Imperador, Lima Barreto: Triste Visionário e Brasil: Uma biografia, este escrito em conjunto com a também historiadora Heloisa Starling.
Na sequência, haverá um debate com a participação de:
Ricardo Paes de Barros: doutor em economia pela Universidade de Chicago. Integrou o IPEA por mais de 30 anos, dedicando-se aos temas de desigualdade, pobreza, mercado de trabalho e educação. Atualmente é professor do Insper e dedica-se à geração de evidência científica para formulação e avaliação de políticas públicas;
Maria Alice (Neca) Setúbal: socióloga, presidiu o Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC) e é atual presidente da Fundação Tide Setúbal, organização não-governamental que fomenta iniciativas voltadas para a justiça social e o desenvolvimento sustentável de periferias urbanas;
Celso Athaíde: ativista social e fundador da Central Única das Favelas (CUFA), é CEO da Favela Holding, conjunto de empresas que atua junto a empreendedores comunitários, fomentando e promovendo oportunidades de negócios, empreendedorismo e empregabilidade.
A série 200 Anos de Independência
Os seminários estão sendo transmitidos pelo YouTube da CNI. O primeiro evento ocorreu em 6 de abril, com o tema Evolução Política e palestra magna do ex-presidente da República Michel Temer. O segundo, realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) teve como tema Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade. Em 11 de maio haverá um debate sobre Desenvolvimento Industrial, Científico e Tecnológico. O último seminário da série ocorrerá em 1º de junho, com o tema Educação e Cidadania.
“O Bicentenário da Independência é um momento muito significativo, pois foi a partir de 1822 que nosso país começou a existir como nação livre e soberana. A indústria não poderia ficar de fora dessa celebração, uma vez que, ao longo deste período, desempenhou papel fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
“Esse processo vai desde as pequenas fábricas que imigrantes instalaram no interior de São Paulo, ainda no período imperial, passando pelo novo ciclo de industrialização ocorrido a partir de 1950 – sobretudo com a expansão dos setores de energia e transporte e a implantação da indústria automobilística no país –, até os dias de hoje, quando temos um dos maiores e maiores modernos parques industriais do mundo”, afirma Robson Andrade.
Temas e datas dos próximos debates
11 de maio
Tema: Desenvolvimento Industrial, Científico e Tecnológico
Horário: 10h às 12h
Local: Estúdio da CNI em Brasília
1º de junho
Tema: Educação e Cidadania
Horário: 10h às 12h
Local: Estúdio da CNI em Brasília
| CNI | | | | Devido ao aumento da procura por atendimento de crianças com sintomas respiratórios na rede de saúde (pública e privada) de Curitiba neste período do ano, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) readequou seu sistema, destinando 11 unidades de saúde para atender esses quadros. Assim, prioriza atendimentos emergenciais, sem deixar de acolher todos os que procuram os serviços de saúde, em uma resposta antecipada e célere ao momento.
Além disso, a SMS mantém a Central 3350-9000 para atender por telefone quem apresentar sintomas respiratórios leves. Desta forma, desafoga as Unidades de Saúde para receber os casos moderados e deixa as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) apenas a quem apresentar sintomas mais graves, de urgência e emergência.
Historicamente, Curitiba registra a partir de março aumento nos casos de doenças respiratórias – especialmente em populações imunologicamente mais vulneráveis, como as crianças. Essa tendência confirmou-se neste mês de abril e deve seguir crescente ainda nas próximas semanas.
Onde buscar atendimento para cada sintoma
Sintomas respiratórios leves
Coriza (nariz escorrendo)
Congestão nasal (nariz trancado)
Dor de garganta
Tosse
Perda de olfato e paladar
Febre baixa (igual ou acima de 37,8 ºC) com menos de 24 horas
Dor de cabeça
Dor no corpo
Onde ir: fique em casa e ligue para a Central 3350-9000, que funciona todos os dias, das 8h às 20h
Sintomas respiratórios moderados
Febre (igual ou acima de 37,8 ºC) por mais de 24 horas
Febre que não melhora com uso de antitérmicos (paracetamol ou dipirona)
Vômitos que não melhoram com medicação
Fraqueza
Sensação de falta de ar
Respiração acelerada
Dificuldade para respirar, mas consegue falar e/ou comer/mamar (no caso de bebês)
Chiado no peito
Pontas dos dedos arroxeadas
Onde ir: procure uma das 11 unidades de saúde com atendimento exclusivo para esses casos (confira a lista aqui). De segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e no sábado, das 8h às 17h.
Sintomas respiratórios graves - urgência e emergência
Lábios arroxeados
Gemidos
Dificuldade para falar devido à falta de ar
Dificuldade para comer e ingerir líquidos devido à falta de ar
Criança que não consegue mamar devido à falta de ar
Dificuldade para ficar acordado
Confusão mental
Febre muito alta (igual ou acima de 39 ºC)
Manchas vermelhas/ roxas no corpo
Lábios e/ou olhos inchados
Onde ir: procure uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), todos os dias, atendimento 24 horas. Confira aqui os endereços.
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