| Informação sobre os Clippings de Notícias
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| Há anos o SINDIMETAL/PR mantém um serviço de clipping de notícias diário objetivando que suas empresas associadas estejam sempre bem informadas e atualizadas dos fatos importantes que acontecem no país, no mundo e refletem no setor industrial.
Ocorre que, com a digitalização que hoje vivemos, este trabalho está sendo impactado pelas políticas relativas a publicações, compartilhamentos de dados e exposições de conteúdo.
Desta forma, o SINDIMETAL/PR informa que os seus clippings de notícias estão sendo revisados e adequados às políticas e legislações atuais, mas, continuarão sendo encaminhados às empresas.
Neste momento os senhores poderão sentir alguma diferença no acesso ao material disponibilizado, mas, asseguramos que as notícias continuarão sendo relacionadas, porém com o acesso acontecendo somente através dos links originais dos veículos de comunicação.
Esperamos estar com um novo formato, devidamente adequado e atualizado, em breve.
Desejamos a todos uma boa leitura!
| SINDIMETAL/PR | | | 02 de DEZEMBro de 2020
Quarta-feira
Câmbio
Em 02/12/2020
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Dólar
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Fonte: BACEN
| | | | | Em razão do registro crescente do número de casos e da dificuldade na expansão de leitos, decreto publicado desta terça-feira (01) estabelece limitação de horário para circulação de pessoas no período noturno, entre as 23h e 5h. Fiscalização será reforçada.
Em razão do significativo aumento no número de pessoas contaminadas pela Covid-19 no Paraná, o Governo do Estado produziu um novo instrumento jurídico para ajudar a conter a alta na disseminação do vírus verificada nos últimos dias. O decreto 6.284/2020, assinado nesta terça-feira (01) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, estabelece limitação de horário para circulação de pessoas no período noturno, o chamado “toque de recolher”. O prazo de vigência é de 15 dias, prorrogáveis ou não.
De acordo com o texto, a proibição valerá durante o fim da noite e a madrugada, das 23 horas às 5 horas. A medida entra em vigor a partir desta quarta-feira (02). Apenas serviços essenciais, como saúde e segurança pública, ficam liberados da restrição. A Polícia Militar do Paraná vai ampliar a fiscalização, reforçando o trabalho das guardas municipais.
“A Secretaria de Estado de Segurança Pública deverá, durante o período indicado, intensificar operações de fiscalização e orientação, a fim de coibir aglomerações, principalmente aquelas com consumo de bebidas alcoólicas, especialmente entre as 23 horas e 05 horas”, diz o texto do decreto.
Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto explicou que a resolução busca conter a movimentação de pessoas durante o período noturno, especialmente dos mais jovens. A iniciativa, reforçou ele, é para evitar aglomerações em parques, bares, festas, casas noturnas e estabelecimentos do gênero.
“A situação é muito grave. Precisamos deste toque de recolher para quebrar a velocidade de transmissão do vírus. E conscientizar as pessoas para que fiquem em casa. Quem pode, precisa respeitar o isolamento e o distanciamento social”, afirma o secretário. “É a medida para que possamos ter um Natal mais calmo. Neste momento o ritmo abertura de leitos no Estado, seja de UTI ou de enfermaria, não consegue mais acompanhar a velocidade dos casos”, acrescenta.
Beto Preto lembrou que houve um aumento de 23,9% na média móvel de casos e de 6,2% na média de óbitos nos últimos 14 dias no Paraná. Atualmente, de acordo com a Secretaria da Saúde, a equação aponta para 2.635 novas contaminações por dia e 24 mortes em decorrência do coronavírus.
“É difícil falar para as pessoas permanecerem em casa depois de nove meses de pandemia. Mas precisamos com urgência tentar mais uma vez o isolamento social, uso de máscara e principalmente o distanciamento”, destaca.
O novo decreto informa que “a expansão de leitos de UTI exclusivos para Covid-19 já se encontra em seu último estágio, havendo falta de recursos humanos, insumos e equipamentos no atual panorama”.
BOLETIM – O boletim epidemiológico desta terça-feira (01), por exemplo, revelou mais 2.539 diagnósticos confirmados de Covid-19 e 61 óbitos em decorrência da doença. O boletim registra também 2.682 casos retroativos do período entre 05 de maio a 29 de novembro. Eles estavam em investigação, foram confirmados e automaticamente computados no sistema.
Os dados acumulados do monitoramento da Covid-19 mostram que o Paraná soma 282.645 casos e 6.160 mortes pelo novo coronavírus.
INTERNADOS – Nesta terça-feira são 1.083 pacientes internados com diagnóstico confirmado de Covid-19. Destes, 790 ocupam leitos SUS (442 UTI e 348 em clínicos/enfermaria) e 293 da rede particular (81 UTI e 212 clínicos/enfermaria).
Há outros 1.536 pacientes internados, 524 em leitos UTI e 1.012 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto no Estado está em 84% e de enfermaria em 68%. A macrorregião Leste, que abriga a capital, região metropolitana e Litoral, apresenta 91% de ocupação em UTI e 67% em enfermaria. É a região paranaense que atravessa o momento mais delicado em relação a vagas em hospitais.
| Agência Estadual de Notícias | | | | O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta terça-feira (1º) o primeiro pacote de revitalização e modernização das locomotivas e vagões da Ferroeste. A expectativa é modernizar a frota ferroviária para atender a Safra 2020/2021, estimada em 24,3 milhões de toneladas de grãos.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta terça-feira (1º) o primeiro pacote de revitalização e modernização das locomotivas e vagões da Ferroeste. Foram atualizadas três das 14 locomotivas e dez dos 245 vagões da empresa pública no lote 1 desse pacote. O investimento global foi de R$ 1,4 milhão. A expectativa é modernizar a frota ferroviária para atender a Safra 2020/2021, estimada em 24,3 milhões de toneladas de grãos.
As melhorias envolveram chapeação, pintura, revisões na parte elétrica, restauração dos motores de tração, acabamentos internos para auxiliar a ergonomia do maquinista, e pintura com novo layout padrão de Comunicação do Governo do Paraná.
“Essa revitalização das locomotivas ajuda na capacidade de transporte de carga do nosso agronegócio, dos grãos e das carnes dos frigoríficos do Oeste e da região Central que vão para todo o mundo”, afirmou Ratinho Junior. “A Ferroeste é lucrativa e vem se modernizando. Mais do que deixar seus ativos mais modernos, é uma demonstração de que eles são importantes para o Paraná. O Estado tem o agronegócio mais competitivo do mundo e tem a obrigação de ser o melhor da roça até o escoamento”.
Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a Ferroeste está sendo modernizada para atender o crescimento da produção do agronegócio e para potencializar ainda mais os portos paranaenses. “Queremos tornar o Paraná um Estado logístico, eficiente em todos os modais, e a Ferroeste se soma a essa programação para bater novos recordes de movimentação nos próximos anos, espelhando o resultado alcançado em 2020, com 53 milhões de toneladas”, disse o secretário.
O diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, disse que esse investimento foi pensado para dar conta do avanço de 2021. “É uma reforma completa dos vagões e das locomotivas, simbolizado no novo layout”, afirmou. Esse investimento, acrescenta, é parte do maior pacote de melhorias da história da empresa estatal, estimado em cerca de R$ 35 milhões. “Há 30 anos não se investia tanto no modal ferroviário no Paraná”.
As melhorias na operação diária da empresa englobam R$ 1 milhão na construção de um parque fotovoltaico para reduzir em 50% os gastos com energia elétrica; R$ 1 milhão para resolver os nove pontos críticos do trecho Guarapuava-Cascavel, diminuindo as restrições de velocidade e melhorando a eficiência do transporte; e R$ 3 milhões com apoio de Itaipu Binacional para a contratação dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) dos terminais de Cascavel (novo plano-diretor para modernização do terminal, preparando a estrutura para a ferrovia Maracaju-Paranaguá) e Foz do Iguaçu (análise de localização para complementar as obras em andamento no município, tirando os caminhões do Centro).
COTRIGUAÇU – No mesmo evento, a Cotriguaçu anunciou um investimento de cerca de R$ 10 milhões na ampliação do terminal de contêineres frigorificados. A empresa movimenta cerca de mil contêineres por mês. Com a modernização, a expectativa é que sejam movimentados de 1,3 mil a 1,5 mil/mês. A ampliação gerará ao menos 20 empregos diretos e o prazo para a conclusão da ampliação é de seis meses.
A Cotriguaçu, formada pelas cooperativas C.Vale, Copacol, Coopavel e Lar, mantém dois terminais dentro da Ferroeste, um para recebimento de grãos e um de contêineres refrigerados. Esse investimento estava represado há quatro anos e foi desenrolado com a atuação da Ferroeste junto ao setor produtivo, se somando a outros R$ 200 milhões aportados pelo grupo nos últimos anos.
“É uma área de 15 mil metros quadrados que já fazia parte do nosso parque. Estamos investindo em Cascavel desde 2013. Empregamos 120 pessoas diretamente, temos diversos parceiros indiretos, e estamos investindo cada vez mais com tecnologia automatizada, que agiliza o nosso trabalho”, afirmou o superintendente da Cotriguaçu, Gilson Anizelli.
A câmara frigorífica tem habilitação para abastecer o mercado interno e a União Europeia, Chile, Japão, Argentina, Paraguai e Uruguai. Ela possui capacidade de armazenagem de 10 mil toneladas de produtos congelados. Conta, ainda, com dois túneis de recuperação de frio com capacidade para 70 toneladas estáticas; pátio de contêineres com 132 tomadas frigorificadas e espaço para armazenamento de 400 contêineres vazios; e pátio rodoviário com tomadas frigorificadas com capacidade para 32 caminhões.
O armazém graneleiro da Cotriguaçu tem capacidade de armazenagem de 140 mil toneladas e uma moega ferroviária para descarga/recepção de produtos, além de quatro moegas rodoviárias, sendo duas com tombadores e duas para basculantes, pátio asfaltado para 100 caminhões, com estrutura completa para o motorista, e desvio ferroviário duplo com capacidade de 25 vagões.
“Esses R$ 10 milhões são parte de um reforço imediato, mas serão mais R$ 250 milhões ou R$ 300 milhões nos próximos anos. O agronegócio cresce 5% ao ano. Se o terminal de congelados tem capacidade para 10 mil toneladas, temos que planejar 20 mil. Por isso esses investimentos, para atender à necessidade de crescimento”, afirmou o diretor-presidente da Cotriguaçu e presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. “E precisamos da Nova Ferrovia para os próximos anos. Cascavel se prepara para ser o maior entroncamento multimodal do País”.
A Cotriguaçu conta, ainda, com um Moinho de Trigo em Palotina, no Oeste, com armazenagem de grãos em silos de alvenaria com capacidade de 50 mil toneladas, e um terminal portuário em Paranaguá, com seis armazéns com capacidade estática de 210 mil toneladas e duas linhas de embarque com capacidade de 2 mil toneladas/hora cada.
PRESENÇAS – Participaram do evento o secretário de Administração e da Previdência, Marcel Micheletto; o prefeito Leonaldo Paranhos; o deputado estadual Gugu Bueno; prefeitos de municípios da região; diretores da Ferroeste; o presidente da Câmara de Vereadores de Cascavel, Alécio Spinola; e o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná, Fernando Furiatti.
Investimentos se somam ao reforço operacional na exportação
Os investimentos públicos e privados na Ferroeste, que tem 14 empresas operando em 1,7 milhão de metros quadrados, são parte fundamental do recorde de 53,382 milhões de toneladas de cargas movimentadas alcançado pelos portos paranaenses (Paranaguá e Antonina) em 2020. O volume é o maior da história. A previsão é que apenas o mês de novembro feche com 4.459.487 de toneladas movimentadas.
Cerca de 65% da movimentação dos portos paranaenses, entre janeiro e outubro deste ano, foram de produtos de exportação: 38,1 milhões de toneladas de cargas. O volume nesse sentido do comércio exterior é 13% maior que o registrado no mesmo período, em 2019 (28,2 milhões de toneladas). As importações somaram 17,1 milhões de toneladas, cerca de 4% mais que no ano passado, com 16,4 milhões de toneladas.
Mais de 66% das exportações e importações corresponderam a granéis sólidos. Foram quase 32,5 milhões de toneladas de grãos, movimentadas entre de janeiro e outubro de 2020. No ano anterior, o volume alcançou 29,6 milhões de toneladas (alta de 10%). Nesse segmento, destaque para o aumento de 78% registrado no volume de açúcar embarcado.
“Iniciamos a semana com o recorde de movimentação em Paranaguá, faltando 31 dias para encerrar o ano. Em 2019 já havíamos alcançado um recorde, mas ele aconteceu no dia 31 de dezembro. Foi uma superação em um ano de pandemia. E para aumentar esse número precisamos de mais infraestrutura, de novos investimentos privados”, complementou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.
Cotriguaçu doa projeto executivo de duplicação na BR-277
A parceria com a Cotriguaçu também engloba a doação do projeto executivo para a duplicação de um novo trecho da BR-277 no perímetro urbano de Cascavel. O trecho se estende do km 574 ao km 580, com a implantação da marginal esquerda do km 581 ao km 583, do Trevo Cataratas até a saída para o Distrito de São João.
O projeto executivo custou R$ 190 mil e foi custeado pela Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) e pela Cotriguaçu. Ele foi doado ao Governo do Estado em uma cerimônia em Cascavel na última semana. A obra está orçada em R$ 65 milhões e será executada com recursos oriundos da parceria estabelecida entre o Governo do Estado e a Itaipu Binacional.
Governador visita a Escola da Transparência no bairro Floresta
O governador Ratinho Junior e o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, também visitaram a Escola Municipal da Transparência, inaugurada há poucos dias. Construída em um terreno de 4.093 metros quadrados, ela ofertará quase 500 vagas em tempo integral para crianças da região Norte.
A instituição conta com salas de aula do ensino regular, de pré-escola com banheiros anexos, sala de múltiplo uso infantil, sala de múltiplo uso do ensino fundamental, sala de reforço, biblioteca, laboratório de ciências, laboratório de informática, depósito de materiais de limpeza, instalações sanitárias acessíveis, auditório, ginásio de esportes, cozinha, refeitório, horta, auditório, parque e área administrativa.
O investimento municipal foi de cerca de R$ 6 milhões. A meta de Cascavel é construir quatro escolas com esse conceito, uma em cada região.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Resultado é de janeiro a outubro deste ano sobre o mesmo período de 2019. Volume em 2020 chegou a 1,2 milhão de toneladas transportadas e, mesmo sem contar novembro e dezembro, é a maior quantidade já registrada em um ano pela empresa.
A movimentação de cargas pela Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A), que liga Cascavel a Guarapuava e transporta a produção agropecuária do Oeste paranaense para o Porto de Paranaguá, cresceu 34% nos primeiros dez meses de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. O volume de janeiro a outubro deste ano chegou a 1,2 milhão de toneladas transportadas e, mesmo sem contar novembro e dezembro, já é a maior quantidade registrada pela empresa em um ano.
Nesta terça-feira (01), o governador Carlos Massa Ratinho Junior esteve na Ferroeste e entregou o primeiro pacote de revitalização e modernização das locomotivas e vagões empresa. Passam pelos trilhos da ferrovia grãos e frango refrigerado, que são enviados para exportação via Porto de Paranaguá, e fertilizantes e cimento ensacado, transportados até Cascavel.
O trabalho apenas na movimentação de grãos (730 mil toneladas) atingiu patamar histórico, ajudando a potencializar as exportações de soja do Paraná, que atingiram US$ 4,4 bilhões até outubro, 31% de tudo o que saiu do Estado para outros países e 57% maior em relação a 2019.
Entre janeiro e outubro deste ano a Ferroeste registrou lucro operacional de R$ 1,2 milhão e faturamento bruto de R$ 19 milhões, segundo balanço da empresa. Também houve redução dos custos operacionais em relação a 2019, em cerca de 35%, consequência de um trabalho de austeridade. O resultado consolida o bom desempenho que a empresa vem conquistando desde o ano passado, quando pela primeira vez a estatal, criada em 1996, fechou com lucro.
“Queríamos mostrar que um bom trabalho pode fazer a diferença na Ferroeste. Ela nunca havia dado lucro e a média era de prejuízo de R$ 7 milhões por ano. Agora começou a dar lucro, estamos em novo patamar”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Hoje a Ferroeste é referência em volume, logística, em apoio ao agronegócio, manchete na imprensa nacional”.
EFICIÊNCIA - Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a Ferroeste parou de custar ao bolso do paranaense. “A empresa é símbolo de eficiência e isso é comprovado com números. Ano passado ela teve lucro e entramos no segundo ano da mesma forma, além de conseguir inclui-la no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal”, disse. “Temos que agradecer essa equipe. Se fosse fácil, estava feito. Temos o objetivo de conectar a ferrovia com o Centro-Oeste e transformar a logística do Estado para sempre”.
Para o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, esses números foram alcançados com austeridade, gestão, parceria com o setor produtivo e o acordo com a Rumo Logística para ampliar a capacidade de escoamento da safra da região Oeste pelo ramal ferroviário. As duas empresas passaram a dividir os trilhos no começo deste ano – a Rumo, que opera o trecho entre Guarapuava e Paranaguá, passou a entrar com seus vagões na malha da Ferroeste, dobrando a capacidade de operação das empresas.
“Esse ano trabalhamos com a Rumo em uma operação contínua. Em termos de faturamento não é tão alto, mas o resultado é bom. O grande ganho é a melhoria do atendimento do setor produtivo. Queremos aumentar gradativamente essa performance enquanto a Nova Ferrovia não sai do papel”, destacou Gonçalves. “A solução do gargalo logístico está na ferrovia. Ficamos para trás. É hora de recuperar esse tempo perdido”.
DESESTATIZAÇÃO - A Ferroeste foi qualificada em meados deste ano no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) do governo federal, o que deve acelerar o seu processo de desestatização. O pedido foi feito pelo Governo do Estado e significa que a União vai ajudar o Paraná com apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem e meio ambiente à atração de investidores.
A expectativa é colocar a Ferroeste em leilão na B3 até o final de 2021 já com o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da ferrovia que liga Maracaju (MS) a Paranaguá concluídos. O modelo de concessão (total ou parcial) será discutido em um Comitê de Governança do Projeto, mas a ideia é que o setor produtivo assuma a companhia é o compromisso com a construção desses novos trilhos.
A nova ferrovia terá 1.371 quilômetros. O projeto inclui a construção de uma malha entre Maracaju e Cascavel (Oeste do Paraná), a revitalização do atual trecho ferroviário operado pela Ferroeste, entre Cascavel a Guarapuava; a construção de um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá e de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. Como está em fase de elaboração, não há um valor definido para a obra.
“Os estudos de viabilidade econômica e ambiental estão em andamento, e a modelagem econômico-financeiro está em fase final de contratação. Com os três vamos chegar no leilão da B3 até o final do ano que vem”, disse o diretor-presidente da Ferroeste. Segundo ele, o trilho original será conhecido ainda no final deste ano.
Além disso também está sendo feito o valuation da companhia para levantamento dos ativos da empresa.
INVESTIMENTOS - Também há melhorias em andamento com recursos do Governo do Estado na Ferroeste. Eles englobam R$ 1 milhão na construção de um parque fotovoltaico para reduzir em 50% os gastos com energia elétrica, R$ 1 milhão para resolver os nove pontos críticos do trecho Guarapuava-Cascavel, diminuindo as restrições de velocidade e melhorando a eficiência do transporte; e R$ 3 milhões com apoio de Itaipu Binacional para a contratação dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) dos terminais de Cascavel (novo plano-diretor para modernização do terminal, preparando a estrutura para a ferrovia Maracaju-Paranaguá) e Foz do Iguaçu (análise de localização para complementar as obras em andamento no município, tirando os caminhões do Centro).
Confira o desempenho operacional da Ferroeste nos últimos anos
Resultado operacional (lucro ou prejuízo)
2015 – Prejuízo de R$ 3.738.435,87
2016 – Prejuízo de R$ 5.105.751,30
2017 – Prejuízo de R$ 7.368.195,98
2018 – Prejuízo de R$ 6.783.555,82
2019 – Lucro de R$ 230.610,25
2020 – Lucro parcial de R$ 1,2 milhão (janeiro a outubro)
Receita transporte
2015 - R$ 20.578.520,27
2016 - R$ 22.796.380,82
2017 - R$ 19.374.833,13
2018 - R$ 22.070.147,02
2019 - R$ 32.464.155,25
2020 - R$ 19 milhões (janeiro a outubro)
Carga - tonelagem transportada
2015 - 735.577
2016 - 826.795
2017 - 717.647
2018 - 780.590
2019 - 1.140.704
2020 - 1.202.675 (janeiro a outubro)
| Agência Estadual de Notícias | | | | Maior parte das exportações para o gigante asiático é de itens básicos, enquanto o Brasil importa majoritariamente manufaturados. Brasileiros também enfrentam barreiras para investir na China
Com uma perspectiva de retomada econômica acelerada no pós-crise da pandemia do novo coronavírus, a China, que já é o principal mercado externo do Brasil, cresce em relevância para a indústria brasileira.
Mas é necessário equacionar o descompasso na balança comercial com o mercado chinês: enquanto a maior parte das exportações brasileiras para esse parceiro comercial é de produtos básicos, as importações são quase exclusivamente de produtos industrializados.
A China é destino de nada menos que 47% dos produtos básicos brasileiros. Um olhar sobre as vendas do Brasil para o país asiático mostra que 89% da pauta de exportação são de produtos básicos, sobretudo soja, minério de ferro e carne bovina.
A busca por esse equilíbrio nas relações comerciais passa também por uma postura proativa do governo brasileiro para retirar barreiras impostas pela China aos nossos produtos.
Monitoramento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou sete barreiras que o país asiático levantou contra a indústria brasileira. São barreiras que prejudicam as exportações de produtos que vão desde o frango, o café e o suco de laranja, passando pelos cosméticos e pelo couro, até as rochas e a comida para pets.
Para o café, por exemplo, o governo chinês promove uma escalada tarifária que inibe a exportação de produtos de maior valor agregado para o mercado doméstico da China. Enquato a tarifa para o grão é de 8%, para a essência de café é de 32%.
No caso de cosméticos, o governo da China exige testes compulsórios em animais para pedidos de licença administrativa de novos ingredientes de cosméticos e produtos cosméticos importados.
Em razão disso, o Brasil tem exportado volumes reduzidos ao longo dos anos. O market share brasileiro sempre se manteve inexpressivo, abaixo de 0,01%, entre 2013 e 2018.
“Essas barreiras, além de aumentarem consideravelmente ano a ano, se tornam, a cada dia, mais sofisticadas e de difícil identificação”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.
As práticas que não respeitam as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC) são outro desafio que o Brasil precisa enfrentar na relação com a China.
Para se ter ideia, estudo da CNI mostra que, apenas em 2019, o Brasil importou US$ 5 bilhões em produtos chineses cujos subsídios são combatidos por outros países por meio de medidas compensatórias, mas não pelo próprio Brasil.
Na prática, isso significa que esses bens entraram no país com preço abaixo do praticado no mercado por artifícios não aceitáveis no comércio, numa concorrência desleal, com impacto negativo sobre a produção industrial, o investimento e o emprego no Brasil.
Equilíbrio na balança comercial com a China passa pela redução do Custo Brasil
Para especialistas e empresas ouvidos pela Agência CNI de Notícias, o grande dever de casa do Brasil para reduzir a assimetria na balança comercial com a China é enfrentar, de forma assertiva, a agenda de redução do custo Brasil.
Reformas como a tributária são fundamentais para a competitividade dos produtos brasileiros e para as empresas ampliarem as exportações de manufaturados e os investimentos na China e no restante do mundo.
“Parte da agenda para equilibrar as relações com a China tem a ver com a nossa competitividade, mas outra diz respeito à retirada de barreiras impostas pelo país asiático”, diz Abijaodi.
Eduardo de Nobrega, diretor das operações da WEG na China, afirma que o desequilíbrio da balança comercial está relacionado às disfuncionalidades da economia brasileira.
“O Brasil poderia ser um grande exportador de produtos de alto valor agregado, se tivéssemos um sistema tributário mais justo e equilibrado”, diz.
Ele considera que exportação de produtos de maior valor agregado é penalizada no Brasil em razão de um sistema tributário marcado pela acumulação de resíduos tributários na cadeia. Ou seja, quanto mais se agrega valor, mais se acumula tributos.
A WEG iniciou suas atividades na China em 2004, com a aquisição da unidade fabril de Nantong, produtora de motores elétricos trifásicos de baixa e alta tensão. Desde então, a empresa ampliou suas operações no país com a compra de três empresas (Yatong, CMM e Ecovi), em 2014, e um investimento greenfield em Rugao, em 2015.
No ano passado, a WEG inaugurou sua primeira fábrica dedicada a produtos para automação industrial, em Changzhou (Jintan disctrict), província de Jiangsu.
“Atualmente, temos 1.910 colaboradores no país. Em 2020, aproximadamente 45% da nossa receita está vindo das exportações, principalmente para Europa, Oceania, Sudeste Asiático e África”, afirma o diretor.
China é destino de quase metade das exportações da Suzano e é o maior mercado da BRF
A China também se tornou um mercado estratégico para o setor de papel e celulose. O diretor executivo de Relações e Gestão Legal da Suzano, Pablo Machado, afirma que o país é destino de 40% a 50% das exportações da companhia. A empresa abriu seu escritório em Shanghai em 2007 e hoje tem uma equipe de 30 pessoas no país.
Segundo Machado, a China também é um parceiro importante para a implementação da estratégia que ele chama de “inovabilidade”. “Um dos pilares relevantes da Suzano é a ‘inovabilidade’, o conceito de inovação associada à sustentabilidade. Exemplo disso são os novos mercados que estamos perseguindo, como o têxtil, de biocompósitos e biocombustíveis, tudo feito a partir de árvores plantadas”, afirma.
| CNI | | | | Brasil será um dos grandes beneficiários do avanço da Índia, mas precisa conhecer bem o potencial dessa economia. Agendas de promoção de negócios e eliminação de barreiras são prioritárias
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A Índia será a nova China para o mercado brasileiro no futuro. No longo prazo, o avanço da economia indiana tem potencial de transformar e impulsionar a globalização em magnitude similar ao processo de modernização da China. O Brasil tem tudo para ser um dos grandes beneficiários da nova conjuntura, mas ainda precisa descobrir as oportunidades que esse mercado oferece.
Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi, se o Brasil quiser aproveitar plenamente o potencial que a Índia oferece em termos de comércio e investimentos, precisa avançar sobretudo na agenda de promoção de negócios e na eliminação de barreiras impostas pelos indianos às exportações brasileiras.
Monitoramento da CNI revela que a Índia impõe pelo menos três grandes barreiras aos produtos brasileiros. Elas atingem a carne de frango, a cana-de-açúcar e peles e couros produzidos no Brasil. No caso do frango, por exemplo, o país exige tarifas e licenças de importação para permitir a entrada do produto.
No da cana-de-açúcar, o governo indiano estabelece um preço mínimo para a sua remuneração, causando uma distorção no mercado mundial, e o Brasil já questionou na Organização Mundial do Comércio (OMC) para que a medida seja suspensa.
“As barreiras comerciais e aos investimentos são cada vez mais sofisticadas e difíceis de serem identificadas. Por isso, é necessário o trabalho contínuo com o setor privado para identificação, monitoramento e superação delas”, avalia Abijaodi.
Brasil será a única economia com condições para suprir a demanda futura por alimentos na Índia
O presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirma que a densidade populacional da Índia é tão alta que os produtores não encontram espaço suficiente para ampliar a produção de alimentos. A seu ver, com o crescimento demográfico acelerado no país, o Brasil será a única economia com condições de suprir essa demanda no futuro.
“Estamos falando de uma economia que cresce em média 5% a 6% ao ano, e isso aumenta a demanda por alimentos. A Índia também deixará de ser um país fechado para ser totalmente aberto, o que nos abre uma grande janela de oportunidades”, afirma Castro.
Os números mostram que, hoje, a Índia já é o 11º principal parceiro comercial do Brasil. As nossas exportações para esse mercado são, sobretudo, de semimanufaturados e básicos. O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, destaca ainda que o país asiático é, desde 2014, o principal destino dos embarques brasileiros de óleo de soja.
Apenas no ano passado, 38% das exportações brasileiras de óleo de soja foram para o país, totalizando 410 mil toneladas, mostram dados compilados pela CNI. O Paraná foi o maior exportador, com 41%, seguido do Rio Grande do Sul, com 20%.
“Brasil e Índia possuem grande potencial de cooperação em proteínas vegetais, óleos vegetais e biocombustíveis. O Brasil, por exemplo, possui grande potencial de produção, industrialização e tecnologia nessas áreas. Nesse sentido, há grande interesse diplomático na celebração de acordos de comércio exterior e de investimentos entre os países”, afirma Nassar.
Índia é mercado extremamente promissor para a indústria brasileira de defesa
A Índia representa um mercado promissor para o Brasil também na indústria de defesa. Maior fabricante brasileira de armas leves, a Taurus anunciou em janeiro uma joint venture com o grupo indiano Jindal para iniciar no país asiático a produção de armamentos, por meio do programa “Make in India”. A fábrica será inaugurada no início de 2021.
O presidente da companhia, Salésio Nuhs, afirma que é a primeira vez que a Taurus transferirá tecnologia para outra nação. “Nós descobrimos na Índia um mercado extremamente promissor. Não se trata apenas de fabricar e vender armas, mas sim de trabalhar num amplo projeto de transferência de tecnologia. Nós vamos produzir armas para o mercado civil e logo em seguida para equipar o exercido indiano”, diz Nuhs.
A Taurus está de olho no mercado que representa uma das maiores forças militares do mundo. Ao todo, há 1,3 milhão de pessoas a serviço das Forças Armadas no país. Além disso, a Polícia Central da Índia tem quase 1 milhão de soldados. Na segurança pública, há 1,4 milhão de policiais e, na privada, 7 milhões de seguranças.
“Estamos falando ainda de um mercado civil com quase 1,4 bilhão de pessoas, num país em que parte da população está autorizada a ter armas”, destaca Nuhs.
Para o presidente da Taurus, a negociação de acordos bilaterais é fundamental para a ampliação do fluxo de comércio e investimentos com a Índia. Ele afirma que, hoje, a legislação nacional prejudica a produção e exportação de armas, tornando mais vantajoso fabricar nos Estados Unidos, por exemplo.
“Para se ter ideia, aqui, eu demoro de dois a três anos para homologar uma arma, o que faz com que ela saia do mercado com tecnologia já defasada. Nos Estados Unidos, esse processo leva apenas 20 dias”, compara.
Não por acaso, o presidente da Associação das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Roberto Gallo, diz que empresas brasileiras do setor têm buscado programas conjuntos estratégicos para construir plantas de produção em países como a Índia.
“Recentemente, o governo indiano aprovou um cronograma de lista negativa de importação em defesa. Ou seja, vão cada vez mais priorizar a produção local em detrimento de sistemas vindos do exterior”, diz.
“A busca de programas conjuntos estratégicos, com viés de produção e exportação a terceiros mercados, é a melhor via, mais sinergética, de ganharmos o mercado global em conjunto”, afirma.
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Apesar da importante alta nos últimos meses, após acentuada queda decorrente da pandemia, o crescimento da produtividade em 2020 não deve passar de 1% pelo terceiro ano consecutivo
A produtividade do trabalho na indústria no terceiro trimestre de 2020 se recuperou, depois de duas quedas consecutivas como resultado dos efeitos da pandemia do coronavírus sobre a economia. É o que mostra o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com os dados, houve alta de 8% na comparação com o segundo trimestre de 2020, já considerando a série livre de efeitos sazonais. A produtividade é o volume produzido pela indústria da transformação dividido pela quantidade de horas trabalhadas.
A pesquisa revela que o volume produzido nos meses de julho, agosto e setembro cresceu 25,8% em relação ao período que compreende abril, maio e junho, enquanto as horas trabalhadas na produção tiveram alta de 16,4%.
“A indústria se recuperou de forma rápida e intensa a partir de maio, passado o momento mais agudo da crise. Ao longo do trimestre, as fábricas operaram em níveis de ocupação da capacidade instalada crescentes para recompor estoques e atender à rápida recuperação da demanda”, pontua o estudo.
O documento da CNI observa que o crescimento acelerado da produtividade – o maior da série histórica iniciada em 2000 – mais do que compensou a queda acumulada nos dois primeiros trimestres do ano, que chegou à marca de -6,7% na comparação com o quarto trimestre de 2019. O nível registrado agora é superior ao verificado no quarto trimestre de 2017, pico anterior da série histórica.
“O crescimento acelerado da produtividade no terceiro trimestre e a queda acentuada no primeiro semestre do ano são movimentos conjunturais. Eles refletem mudanças na intensidade do esforço do trabalhador e no ritmo de produção que é estabelecido pelas empresas e não mudanças de mais longo prazo, como uma maior qualificação do trabalhador”, explica Samantha Cunha, economista da CNI.
Projeção é que produtividade feche o ano com alta de menos de 1%
No entanto, apesar do expressivo crescimento mostrado na pesquisa, a expectativa é que a produtividade do trabalho na indústria encerre 2020 com baixo crescimento. Mesmo que o ritmo de alta seja mantido no último trimestre, o indicador fecha o ano com aumento abaixo do patamar de 1%, o que significa que pelo terceiro ano seguido o crescimento da produtividade deve ficar abaixo de 1% – entre 2017 e 2019, o indicador acumulou alta de apenas 1,5%.
| CNI | | | | Em entrevista para a Revista da Indústria Brasileira, o presidente-executivo da Abrace, Paulo Pedrosa, avalia que a nova Lei do Gás será decisiva no próximo ciclo de crescimento e inserção global da economia brasileira
Engenheiro mecânico com mais de 30 anos de experiência, Paulo Pedrosa é uma das principais lideranças na articulação junto ao Congresso Nacional para que o país destrave sua legislação relativa à produção de gás natural, quebrando o atual monopólio no setor.
Nesta entrevista para a Revista da Indústria Brasileira, o dirigente da Associação de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace) e ex-secretário executivo do Ministério de Minas e Energia fala sobre suas expectativas para a votação da Lei do Gás no Senado Federal e sobre os impactos das novas regras nos custos de produção e na atividade econômica. “Virá a modernização da produção industrial e um ganho de competitividade que nos permitirá competir nos mercados globais”, garante.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASLEIRA - Já aprovada na Câmara dos Deputados, a Nova Lei do Gás está em tramitação no Senado Federal. Quais são as expectativas em relação a essa votação?
PAULO PEDROSA - A tramitação da Lei do Gás no Congresso reflete as escolhas do Brasil. Assim como fizeram na Câmara, os interesses do passado se articulam para mudar a lógica da proposta de abertura de mercado e fazer do Novo Mercado do Gás, que veio para promover a competição e reduzir preços, um veículo para subsídios e com a presença de monopólios ou campeões regionais no mercado.
Conseguimos uma surpreendente vitória na Câmara. Agora, de novo com a articulação do governo, vamos confiantes para este novo ciclo no Senado para que a lei seja aprovada ainda este ano. A postergação só interessa aos adversários do novo mercado.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASLEIRA - Quais os impactos das novas regras nos custos de produção e na atividade econômica como um todo?
PAULO PEDROSA - Para o Brasil, essa lei tem importância equivalente à do novo marco do saneamento, que demonstrou enorme vitalidade nos primeiros leilões, com ágios que superam em mais de 130 vezes os valores de edital. Além disso, a abertura do mercado de gás sinalizará aos investidores do mundo todo a disposição da nova economia em atrair capitais e promover soluções para um mercado competitivo e sem intervenções governamentais que assustem investidores.
Já os efeitos concretos são extraordinários: geração de 4 milhões de empregos e triplicação do consumo de gás, inclusive o industrial, gerando R$ 60 bilhões de investimentos ao ano. Com o gás, virá a modernização da produção industrial e um ganho de competitividade que nos permitirá competir nos mercados globais.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASLEIRA - A Nova Lei do Gás tem sido apontada como incentivo à retomada econômica do país após a crise ocasionada pela pandemia da Covid-19. Contudo, há quem diga que o impacto não será tão grande assim. Como o senhor avalia esse cenário?
PAULO PEDROSA - Sairemos da pandemia com uma situação fiscal ainda mais delicada do que a que motivou a reforma da Previdência. O custo do necessário acolhimento dos brasileiros pelo governo chegará às contas públicas. Portanto, não adianta sonhar com soluções que dependam de recursos públicos ou investimentos da União e dos estados ou subsídios e encargos que sejam um peso ainda maior para a economia.
A tentação de promover o desenvolvimento através do estímulo a obras desnecessárias, por exemplo, apenas aumentará o peso sobre a sociedade e atrasará ainda mais a nossa recuperação. Precisamos de soluções que façam sentido econômico, tragam capitais novos e dinamizem a economia. A Nova Lei do Gás vai ser o grande tiro de largada para um novo ciclo na nossa economia.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASLEIRA - Em termos de regulamentação do setor, como esse novo marco regulatório colocará o Brasil diante do cenário internacional?
PAULO PEDROSA - Nossas indústrias chegam a pagar três ou quatro vezes o preço de concorrentes internacionais. Portanto, é muito mais barato trazer produtos acabados fora do Brasil do que produzir aqui, em especial aqueles produtos intensivos em energia. Foi assim que a nossa agricultura passou a depender de 80% dos fertilizantes importados e foi assim que, para dar um exemplo de grande valor simbólico, paramos de produzir até aspirina, um produto do dia a dia das famílias brasileiras.
É importante avançarmos na aprovação da Lei do Gás, na modernização do setor elétrico e nessa agenda que, junto com o mercado nacional, é uma plataforma importante. Podemos reposicionar a indústria brasileira e reverter uma trajetória que tem custado muito caro à nossa sociedade. A Lei do Gás vai trazer muita diversidade e segurança jurídica.
REVISTA DA INDÚSTRIA BRASLEIRA - Na discussão da Lei do Gás, a voz da indústria está sendo ouvida?
PAULO PEDROSA - A aprovação na Câmara nos mostrou a força da articulação da indústria. Por meio de ampla articulação, chegamos às lideranças do governo e do Congresso pelos mais diversos e legítimos canais e fomos ouvidos. Esse movimento foi um grande aprendizado e esperamos que ele se repita e dê ao Brasil a vitória da aprovação da Nova Lei do Gás no Senado Federal.
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