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Ocorre que, com a digitalização que hoje vivemos, este trabalho está sendo impactado pelas políticas relativas a publicações, compartilhamentos de dados e exposições de conteúdo.
Desta forma, o SINDIMETAL/PR informa que os seus clippings de logística reversa estão sendo revisados e adequados às políticas e legislações atuais, mas, continuarão sendo encaminhados às empresas.
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Logística Reversa
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| | | | | Webinar apresentou o andamento de iniciativas desenvolvidas por sindicatos empresariais dos setores moveleiro e da mandioca, em parceria com a Fiep e o projeto GEF Biogás Brasil, que é liderado pelo MCTI e implementado pela UNIDO
Indústrias do Paraná estão avançando na implantação de projetos de transformação de resíduos orgânicos em biogás para utilização em suas próprias operações ou nas comunidades em que estão inseridas. Nesta terça-feira (18), o webinar “Biogás: Modelos de Negócio para um Ambiente Sustentável” apresentou o andamento de dois projetos em desenvolvimento no Estado, que envolvem o setor moveleiro de Arapongas e empresas de processamento de mandioca da região Noroeste.
As iniciativas fazem parte de dois convênios de cooperação técnica assinados entre a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), o Sindicato das Indústrias da Mandioca do Paraná (Simp) e o projeto GEF Biogás Brasil. Este último é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).
Durante o webinar, lideranças das instituições participantes destacaram o caráter inovador dos projetos, que alinham desenvolvimento sustentável com a geração de novas oportunidades de negócios a partir da implantação de cadeias produtivas de biogás. “Essa é uma oportunidade para desenvolver modelos de negócios para um futuro sustentável”, disse o representante da UNIDO no Brasil, Alessandro Amadio. “O escopo do projeto é criar novos negócios, novas empresas e novos empregos para os brasileiros. É fundamental para a UNIDO ter essa parceria com a Fiep e com o Sebrae porque são as instituições que têm contato com o território e com as empresas”, acrescentou.
O diretor do Departamento de Tecnologias Aplicadas do MCTI, Eduardo Soriano, afirmou que os projetos fazem parte de um esforço para ampliação de parcerias que possibilitem a introdução competitiva do biogás e do biometano na matriz da economia brasileira. “Esse projeto é muito importante porque os resíduos, além de provocar danos ambientais, podem por outro lado se tornar uma matéria prima importante para a produção e agregação de valor em diversas cadeias produtivas”, ressaltou.
O presidente do Sima, Irineu Munhoz – que no evento representou o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro – declarou que os projetos reforçam o compromisso da indústria com o desenvolvimento do Estado. “Esses dois projetos com foco na geração de energia renovável a partir de resíduos orgânicos da indústria trazem propostas inovadoras para geração de energia limpa e reforçam o compromisso tanto da Fiep quanto dos sindicatos empresariais com a indústria do Paraná e com a sociedade na busca por modelos sustentáveis de energia”, disse.
Já o diretor de operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, afirmou que as parcerias em andamento colocam o Estado na vanguarda das energias renováveis no país. “O Paraná, cada vez mais, com iniciativas como esta, se transforma numa referência positiva para todo o Brasil na produção de energia limpa. Estamos agora construindo novos modelos de negócios, que vão servir de referência”, disse.
O projeto GEF Biogás Brasil, liderado pelo MCTI e implementado pela UNIDO, prevê ações locais e nacionais de estímulo à integração do biogás à cadeia produtiva brasileira. O projeto recebe recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility, ou GEF), um mecanismo internacional de cofinanciamento que apoia projetos em países em desenvolvimento.
No Paraná, após articulação do Conselho Temático de Energia da Fiep, o projeto chegou às parcerias com o Sima e o Simp. “A gente considera essa parceria como uma oportunidade ímpar”, afirma o coordenador do Conselho, Rui Londero Benetti. “Com a soma dos nossos esforços, com certeza vamos alavancar a aplicação do biogás em todos os segmentos da nossa cadeia produtiva paranaense”.
Indústria moveleira
Em Arapongas, o foco inicial do projeto era a troca do combustível utilizado nas 300 empilhadeiras das indústrias moveleiras associadas ao Sima. Atualmente, elas utilizam o GLP, derivado do petróleo. A intenção era desenvolver uma cadeia produtiva de biometano obtido de processos de geração de biogás a partir de resíduos orgânicos, com origem de dejetos de galinhas poedeiras. Posteriormente, com a entrada da prefeitura do município na parceria – que trouxe junto novos atores, como o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) – o estudo foi ampliado.
O consultor da UNIDO e especialista em resíduos e biogás pelo projeto GEF Biogás Brasil, Luis Felipe Colturato, explica que, atualmente, o trabalho busca identificar os substratos dos resíduos que serão utilizados, sugestões de tecnologias para implantação, aplicações de possibilidades e um grande estudo de viabilidade econômica do projeto. “Além das galinhas poedeiras, a gente tem resíduos urbanos e efluentes industriais e domésticos que podemos trazer para essa primeira prova de conceito, em que pretendemos abastecer 15 empilhadeiras e 15 veículos (da prefeitura)”, afirma. “O projeto cresceu de uma forma bastante ampla, no sentido de a gente transformar a região de Arapongas num grande modelo de economia circular e de arranjo produtivo local, identificando vários outros atores”, completa.
O secretário de Indústria e Comércio de Arapongas, Nilson Violato, acrescenta que essa é justamente a intenção da prefeitura ao abraçar e buscar a ampliação do projeto. “Queremos construir um ecossistema de energias renováveis, com empresas, faculdades e instituição que estarão juntos conosco”, diz. Além da parceria com o GEF Biogás e a UNIDO, na última semana foi firmado outro termo de cooperação técnica entre a prefeitura de Arapongas e a Fiep, em que a entidade vai financiar bolsas para dois doutores que integram a equipe responsável pela elaboração dos estudos de viabilidade do projeto. A expectativa, segundo Violato, é que os estudos sejam finalizados até julho.
Na sequência, serão buscados mecanismos de financiamento para a concretização da primeira planta de produção e realização das provas de conceito.
O presidente do Sima, Irineu Munhoz, acredita no potencial da iniciativa, que poderá servir de modelo para outros municípios. “Tenho certeza que, desse projeto que vamos conseguir implantar, vai surgiu uma forma nova de utilização dos resíduos de todo o município, e com isso poderá ser replicado nos municípios vizinhos e de outras regiões do Estado”, declara.
Indústria da mandioca
Já o projeto em parceria com o Simp busca a ampliação da capacidade e novas utilizações para o biogás que já é produzido por indústrias de processamento de mandioca há alguns anos. “Em Paranavaí e região, as indústrias já utilizavam biogás como fonte térmica, dispensando a lenha, o que já é um grande ganho ambiental”, explica Rui Londero Benetti, do Conselho Temático de Energia da Fiep. “Agora, com o projeto junto à Unido, estamos ampliando esse leque, indo para a geração de energia e a produção de gases nobres, porque o resíduo da mandioca é muito nobre na formatação de gases”, acrescenta.
O presidente do Simp, Guido Bankhardt, conta que a produção de biogás já é uma realidade no setor. “A mandioca tem um potencial energético muito alto. Até 7 anos atrás, todas as caldeiras das indústrias eram movidas a lenha. Hoje, praticamente 100% delas não usam mais lenha, usando o biogás”, afirma. Segundo ele, com o passar do tempo, as indústrias passaram a produzir mais biogás do que o necessário para abastecer suas caldeiras e, por isso, buscam alternativas para utilização do excedente. “Acredito que, com esse novo modelo, em pouco tempo todas as indústrias de mandioca serão autossuficientes em energia térmica e elétrica”, completa.
Luis Colturato, da UNIDO, apresentou detalhes técnicos dos projetos
Luis Felipe Colturato, da UNIDO, reforça o potencial desse setor para a geração de biogás a partir dos resíduos do processo produtivo. Segundo ele, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de mandioca, sendo que o Paraná responde por 63% da produção nacional de fécula – um dos subprodutos da indústria.
“A partir de 2012, começou uma grande crescente de número de plantas de produção de biogás nessas indústrias. Hoje, 73% da produção de biogás a partir da mandioca no Brasil vem do Paraná”, destaca.
“Nessa parceria, trabalhamos com 10 fecularias na região Noroeste, todas produzindo biogás e utilizando como substituição à lenha de uma maneira bastante interessante. Verificamos a oportunidade de contribuir para otimizar esse processo, e nossa grande meta nesse projeto é gerar um manual de boas práticas e apoio de tomada de decisão para o aproveitamento de efluentes da indústria de mandioca”, finaliza.
| Agência Fiep | | | | Os maiores montantes foram pelo programa Fundo Clima, com R$ 60,82 milhões, e por meio da parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com mais R$ 96,40 milhões. Além de reforçar a política do Estado em busca da sustentabilidade, o investimento em energia limpa é vantajoso para o empresário.
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) destinou nos últimos quatro anos, no Paraná, R$ 394 milhões a financiamentos para empresas com propostas na área de energia limpa. Os maiores montantes foram pelo programa Fundo Clima, com R$ 60,82 milhões, e por meio da parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com mais R$ 96,40 milhões.
O restante foi viabilizado com recursos do programa Promove Sul, que fomenta o desenvolvimento produtivo, sustentável e social, e de linhas de crédito do BRDE com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (Caf) e Banco Nacional de Desenvolimento Econômico e Social (BNDS), e Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame). Especificamente em 2019 foram R$ 111,31 milhões. No ano passado o volume chegou a R$ 181,46 milhões e em 2021, de janeiro a abril, já são R$ 9,48 milhões.
O vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley, lembra que o objetivo do Governo do Estado é tornar o Paraná um dos maiores produtores de energia sustentável do Brasil. Em dois anos, destacou ele, triplicou o número de emissões de licenças fotovoltaicas. “Seguimos as diretrizes do governador Ratinho Junior para fortalecer esse crescimento sustentável”, afirmou.
O Programa Fundo Clima se destina a aplicar a parcela de recursos reembolsáveis do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. É um dos instrumentos da política nacional sobre mudança do clima e se constitui em um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. A finalidade é garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.
O subprograma Máquinas e Equipamentos Eficientes permite financiar 80% dos itens apoiáveis, ao custo de 4% ao ano para beneficiárias com renda bruta de até R$ 4,8 milhões. “Estamos apoiando as fontes de energias renováveis e reforçando o compromisso com a sustentabilidade. Por isso, é preciso contribuir com uma nova estruturação da cadeia industrial brasileira”, afirmou Wilson Bley.
Além de reforçar a responsabilidade ambiental, fontes de energias renováveis também podem ser muito lucrativas para os empresários. Alexandre Martins Farinazzo obteve crédito do BRDE para instalar painéis solares para geração de energia que está sendo utilizada em um núcleo para produção de frangos de corte, em Jandaia do Sul, no Vale do Ivaí.
“Meu custo de energia mensal diminuiu 98%. Eu estou pagando o mínimo pelo meu consumo de energia”, afirmou Farinazzo.
PARCERIA – A parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) somou investimento de R$ 96,40 milhões nos últimos quatro anos, por meio do Programa BRDE PCS - Produção e Consumo Sustentáveis.
O PCS financia projetos de impacto positivo sobre o meio ambiente e o clima e se tornou a linha de crédito mais demandada no BRDE. Abrange cinco eixos prioritários: energias limpas e renováveis, gestão de resíduos e reciclagem, uso racional e eficiente da água, agronegócio sustentável e cidades sustentáveis.
Por meio dele, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Forquilha conseguiu explorar seu potencial de implantação. O investimento total do projeto de implantação da usina foi de R$ 22,24 milhões, do qual o BRDE participou com o apoio financeiro de 92%.
Com o aumento de licença fotovoltaicas, o Estado pode gerar, em média, 1.600 kWh por metro quadrado e energia solar por ano. Além disso, com o bagaço da cana, tem a possibilidade de triplicar a produção de energia por biomassa e com os 416 milhões de suínos, aves e bovinos, somados aos resíduos urbanos, o Paraná gera energia por biogás capaz de atender 4,8 milhões de paranaenses.
BANCO DO AGRICULTOR – O vice-presidente do BRDE destaca também que o programa Banco do Agricultor Paranaense, lançado pelo governador Ratinho Junior no último dia 27 de abril, abre oportunidade de crédito para investimentos em painéis fotovoltaicos para pequenos produtores.
A solução, que requer um investimento na aplicação, traz resultados importantes para os agricultores. “Todos ganham com esse investimento. Os pequenos agricultores, que podem diminuir seus gastos com energia, e o Estado, que deseja ser um dos maiores produtores de energia limpa”, afirmou Bley.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Projeto transforma as bitucas em hidrocarvões, que podem ser utilizado em sistemas de purificação de água. Trabalho já foi premiado, tem sua patente depositada pelo Inpi e é fruto de uma pesquisa de Iniciação Cientifica realizada por aluno de Licenciatura em Química.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolveram uma solução inovadora e sustentável para o descarte de bitucas de cigarro. O projeto utiliza o processo de hidrocarbonização para transformar as bitucas em hidrocarvões, substância que pode ser utilizada em sistemas de purificação de água.
O trabalho, que tem sua patente depositada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), é fruto de uma pesquisa de Iniciação Cientifica realizada pelo aluno de Licenciatura em Química, Rogerio dos Santos Maniezzo, e coordenada pelo professor do Departamento de Química (DQI) da UEM, Andrelson Wellington Rinaldi. A iniciativa foi premiada, em 2019, na Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química.
A maioria das pontas de cigarro contém um filtro feito de acetato de celulose, material de plástico que pode levar 10 anos para se decompor. Grande parte das bitucas é descartada em aterros sanitários, fundos de vale, calçadas, gramados, lagoas, rios e oceanos. Quando se desintegram, formam microplásticos que são consumidos pelos animais que vivem no mar.
O professor Rinaldi destaca a importância do estudo e explica o processo do estudo. “São vários os benefícios. Um deles é a destinação correta para as bitucas, que ainda não possuem uma política de descarte específica. Outro ponto importante é a utilização dos hidrocarvões na adsorção de rejeitos industriais, auxiliando em questões ambientais”, afirma. A adsorção consiste em um processo físico-químico em que as moléculas ficam retidas na superfície de uma substância, em geral, substâncias sólidas.
Os hidrocarvões, gerados após um processo de cozimento semelhante ao de uma panela de pressão, cumprem com a função de absorvente em sistemas de purificação de águas e tratamento de efluentes. O material retém em seus poros diferentes tipos de impurezas.
Ao longo do estudo, os pesquisadores testaram diferentes tempos de cozimento e temperaturas com o intuito de otimizar a transformação do material. Rinaldi destaca que o processo químico é uma alternativa economicamente viável para os setores público e privado.
“Será criada uma nova cadeia produtiva de hidrocarvões, utilizando substâncias de difícil decomposição como matéria prima. O processo não é complexo e pode gerar diferentes frentes de trabalho, desde a coleta de pontos como 'bitucários' até a fabricação dos carvões”, completa.
O pesquisador também ressalta que o descarte inteligente é uma fonte de trabalho e renda. “O desenvolvimento do projeto pode aumentar a geração de empregos e promover uma melhora na qualidade de vida dos trabalhadores e da população”, arremata.
| Agência Estadual de Notícias | | | | A CNI apoia o PL 3.729/04, que tramitou na Câmara dos Deputados por 17 anos. Entenda de que forma a proposta pode ser benéfica para o meio ambiente, a sociedade e a economia brasileira
A aprovação do novo marco legal do licenciamento ambiental é fundamental para auxiliar a retomada econômica, a geração de emprego e renda e a conservação do meio ambiente. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apoia o PL 3.729/04, aprovado na Câmara dos Deputados recentemente, onde tramitou por quase 20 anos, e que já passou por diversas revisões para contemplar aspectos importantes para todos os setores envolvidos.
No entanto, opositores ao projeto têm recorrido a mitos na tentativa de desqualificar a proposta, que é a mais próxima possível do consenso. A Agência CNI listou alguns desses mitos sobre o tema e os argumentos e fatos que desconstroem essas afirmações. Confira:
Mito nº 1: o setor empresarial é contra o licenciamento ambiental
Cubos de madeira com texto não em um fundo vermelho. Conceito de resposta negativa. Sem risco, sem violência ou sem conceito de discriminação
Consulta pública realizada pela CNI em 2019 com 583 representantes do setor industrial mostra que, para 95,4% dos executivos ouvidos, o licenciamento é um importante instrumento para a conservação do meio ambiente. Além disso, 65,5% não veem o licenciamento apenas como mais uma forma de arrecadação pelo Estado e, para 84% dos empresários consultados, esse instrumento contribui para a melhoria da gestão ambiental de suas empresas.
No entanto, o levantamento mostra que, apesar disso, a maioria dos entrevistados apontam que o atual modelo de obtenção de licenças ambientais não atinge seu objetivo de garantir a proteção ambiental. E, por outro lado, os entrevistados apontam também problemas do atual processo de licenciamento. Entre os principais estão o excesso de burocracia, a demora na análise e na manifestação de órgãos envolvidos e a falta de clareza sobre as informações repassadas pelo órgão licenciador.
Mito nº 2: o PL promove retrocessos na legislação ambiental
O peixe dourado salta do aquário para se jogar no mar
Não há retrocesso porque não existe uma legislação específica sobre meio ambiente. As normas estão difusas em centenas de resoluções, portarias e instruções normativas, o que gera enorme insegurança jurídica.
O PL respeita os preceitos constitucionais, preserva a legislação existente e está alinhado às principais resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) sobre o tema, que já preveem processos simplificados, o estabelecimento de prazos e o caráter não vinculante das manifestações dos órgãos envolvidos.
A maior parte das isenções se refere a atividades que já não eram sujeitas ao licenciamento (áreas militares, por exemplo), atividades complementares em empreendimentos já licenciados, atividades emergenciais com objetivo de prevenir desastres e atividades que possuem forte componente de externalidades ambientais positivas como o saneamento.
Mais burocracia não garante proteção ao meio ambiente e coloca mais empresas e trabalhadores na ilegalidade, o que dificulta o próprio controle ambiental. Os atrasos que inviabilizam a execução de empreendimentos também acarretam vários problemas socioambientais que devem ser ponderados em uma análise mais abrangente dos impactos positivo e negativos do projeto de lei.
Exemplos como as consequências ambientais da redução da capacidade instalada de geração por fontes renováveis, como o acionamento de térmicas com uso de combustíveis fósseis, ou o lançamento de milhões de metros cúbitos de esgoto em natura, são impactos socioambientais negativos que não estão sendo trazidos para a discussão.
Em suma, o PL traz um equilíbrio entre os diversos interesses e coloca o desenvolvimento econômico e social como fatores indissociáveis e imprescindíveis para garantir mais proteção ambiental.
Mito nº 3: o PL resultará na ampliação da ocorrência de desastres ambientais
Mudanças climáticas da seca ao crescimento verde
Pelo contrário. O projeto permitirá aos órgãos ambientais direcionar seus esforços em atividades que realmente previnem desastres ambientais, como o monitoramento e uma maior acuracidade na análise de empreendimentos de grande porte e potencial poluidor, não por meio de uma excessiva burocracia e sim pela melhoria da análise e acompanhamento técnico. A ocupação do efetivo dos órgãos ambientais em atividades burocráticas-meio tem sido um dos grandes empecilhos para uma ação preventiva mais eficaz.
Importante ter em mente que a regulamentação do licenciamento ambiental é um dos instrumentos para apoiar a conservação ambiental. Para ser mais efetiva, deve vir acompanhada de outras medidas, que extrapolam a esfera normativa. Entre as quais estão o fortalecimento dos órgãos ambientais, a melhoria na fiscalização e a criação de políticas que estimulem o uso sustentável dos recursos naturais.
Mito nº 4: o PL cria licença declaratória que será usada para empreendimentos de grande impacto ambiental
Mulher em pé contra um fundo vermelho, levantando o dedo e dizendo não. Expressões faciais de emoções negativas
O licenciamento por adesão e compromisso existe na maioria dos estados e sempre foi usado para empreendimentos de pequeno potencial poluidor. Ele está voltado a empreendimentos licenciados com muita frequência, como postos de gasolina, em que o órgão licenciador já conhece impactos e medidas a serem tomadas.
O PL estabelece pré-requisitos claros, como: não ser atividade ou empreendimento potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente; não ocorra supressão de vegetação nativa; e tenham previamente conhecidas as características da região, as condições de instalação e operação, os impactos ambientais e as medidas de controle ambiental necessárias.
Estados como o de Minas Gerais possuem mais 30 mil licenciamentos por ano. A necessidade de vistorias e procedimentos burocráticos para empreendimentos pequenos, consome o limitado efetivo de técnicos e prejudica a análise de grandes empreendimentos, que necessitam de maior análise e monitoramento pelos riscos envolvidos.
Os opositores defendem a restrição do licenciamento a atividades classificadas como de baixo impacto e baixo risco, parâmetros cuja metodologia para defini-los não existe e não é usada pelos órgãos ambientais.
Mito nº 5: haverá uma guerra ambiental nos moldes da guerra fiscal
Duelo de cavaleiros. Efeitos e aquisições de negócios. Leis e regulamentos. Movimentos estratégicos. Ética de negócios
O PL não amplia a autonomia e competências definidas pela Lei Complementar 140 de 2011, que hoje regulamenta o licenciamento ambiental e dá autonomia aos entes federativos. Em relação à afirmação de que ocorrerá uma guerra por atração de investimentos por meio da desregulamentação das regras ambientais não encontra respaldo na realidade.
Com a legislação ambiental mais rigorosa do país, São Paulo é o que mais capta investimentos e lidera o ranking de competitividade dos estados. Ao contrário do que afirmam os opositores da proposta, uma gestão ambiental adequada é considerada como um dos principais elementos para atração de investimentos no ranking de competitividade dos estados.
A centralização de procedimentos e regras pela União, além de inconstitucional, é incompatível com a diversidade ambiental, econômica e sociocultural do País. Além disso, menos de 2% dos processos de concessão de licenças são conduzidos pela União.
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