Por Alexandro Martello, g1 — Brasília


O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida afirmou nesta sexta-feira (4) que a área econômica está finalizando uma medida para isentar do pagamento do Imposto de Renda o lucro de investidores estrangeiros que emprestam dinheiro para empresas brasileiras.

A medida atinge o mercado de títulos privados que é usado pelas empresas para obter empréstimos junto a investidores. É uma opção aos empréstimos bancários tradicionais.

Nesse mercado, as empresas emitem papéis que são vendidos a investidores. Esses papéis possuem um prazo de vencimento e, ao final dele, a empresa devolve ao investidor o valor emprestado por ele, mais juros.

Atualmente, os estrangeiros pagam 15% de Imposto de Renda sobre ganhos obtidos com esses empréstimos às empresas.

Se confirmar o corte, o governo vai equiparar esses investimentos às aplicações em ações de empresas e em títulos públicos, onde os investidores já são isentos de IR sobre o lucro.

A expectativa, segundo Sachsida, é que a medida fortaleça o mercado de capitais brasileiro e contribua para atrair mais recursos ao país. Na avaliação dele, essa decisão também tem potencial para gerar empregos e renda no país.

"Verificamos que havia uma assimetria no mercado brasileiro. O não residente, se investir no mercado de ações, não paga IR sobre ganho de capitais. E em título público também. Mas se investir em dívida privada, ela paga. O resultado disso é que o mercado de divida privada não se desenvolveu no Brasil", declarou.

Guerra na Ucrânia

De acordo com o assessor do Ministério da Economia, esta é uma das medidas que o governo está trabalhando para fortalecer o mercado de capitais e de crédito, como forma de dar sustentação à economia brasileira durante a guerra na Ucrânia.

"Não sabemos a extensão que tomará esse conflito e o tempo que irá durar. Podemos melhorar e fortalecer nosso mercado de capitais e de crédito (...) Com investimento internacional saindo de alguns países, esse é o momento de o Brasil mostrar a força de nossos marcos legais e nossa robusta agenda de concessões. Nesse momento de instabilidade em algumas partes do mundo, investimento sairá desses locais e virá para outros seguros", declarou.

Segundo Sachsida, o Brasil condenou formalmente na Organização das Nações Unidas (ONU) ataque russo à Ucrânia.

"Alguns países se abstiverem de votar na ONU, mas o Brasil não se absteve. Isso mostra que a diplomacia brasileira está alinhada às democracias ocidentais", afirmou.

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