Setor Automotivo

Com menos faltas por Covid, produção de caminhões cresce 20,8% em fevereiro

Primeiro bimestre somou 20,8 mil unidades, em linha com o que a Anfavea esperava do período

mario
Mário Curcio
  • 08/03/2022 - 18:36
  • 2 minutos de leitura

    A produção de caminhões em fevereiro anotou alta de 20,4% sobre janeiro, com 11,4 mil unidades. Já o acumulado do ano teve 20,8 mil veículos e pequeno crescimento de 1,2% sobre o primeiro bimestre do ano passado. Os números foram divulgados na terça-feira, 8, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

    “São números muito próximos aos do primeiro bimestre de 2021, em linha com o que se esperava para este início de ano”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini. A associação ressalta ainda que o crescimento da produção em fevereiro ocorreu pelo menor número de faltas decorrentes da Covid-19 na comparação com janeiro.

    “E neste início de março esse índice foi próximo a zero nas montadoras do Brasil”, afirma o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

    Pesados representam quase metade da produção

    Os caminhões pesados (com Capacidade Máxima de tração, CMT, acima de 45 toneladas) continuam puxando a produção por causa do transporte de produtos agrícolas. Foram 9,3 mil unidades no primeiro bimestre, com pequena queda de 4,7% na comparação interanual. 

    O segundo maior volume permanece com os semipesados (com CMT igual ou menor a 45 toneladas): 6,3 mil caminhões e discreta alta de 2%. “Como já ocorre há algum tempo, os pesados respondem por 45% a 50% da produção e a soma com os semipesados representa três quartos do total”, recorda Bonini. Os modelos leves (com Peso Bruto Total, PBT, de 6 a 10 toneladas) registraram o terceiro maior volume de produção: 4,2 mil unidades no período e alta de 19,8%.

    Exportações caem 20,8% no bimestre

    As vendas ao mercado externo em fevereiro somaram 1.400 mil caminhões, 23,2% de alta sobre janeiro. Já o acumulado do ano recuou 20,8%, com o embarque de 2,6 mil caminhões. Os principais mercados continuam sendo os da América do Sul. Sobre as exportações à Rússia, a filial brasileira da Scania admitiu ter interrompido o envio de caminhões por orientação da matriz, mas não informa o volume.

    A Anfavea diz não ter dados consolidados por mercado e prefere não estimar quantas unidades de suas associadas deixarão de seguir para a Rússia este ano, caso o conflito com a Ucrânia se prolongue. “Os lotes previstos para a Rússia devem ser redirecionados a outros mercados”, afirma Bonini.

    Os caminhões pesados tiveram a maior representatividade no comércio exterior neste primeiro bimestre, com 1,2 mil unidades, mas queda de 12,5%. Os semipesados somaram apenas 721 unidades, neste caso com retração de 29,7%.

    Mercado interno cresce 8,7%

    Em fevereiro foram emplacados apenas 7,9 mil caminhões, o pior resultado desde fevereiro do ano passado e resultando em queda de 8,8% na comparação com janeiro de 2022. Mas, no bimestre, já foram entregues 16,6 mil caminhões, o que resultou em alta de 8,7% sobre iguais meses do ano passado. Além do bom desempenho dos modelos grandes, a Anfavea chama a atenção para os resultados de dois outros segmentos no bimestre.

    Os leves somaram 1,8 mil, crescendo 18% na comparação interanual. E os médios (com PBT de 10 a 15 toneladas) atingiram 1,6 mil emplacamentos e 23,8% de acréscimo. Foram altas acima da média do mercado no período, mas a associação também admite que se tratam de volumes pequenos e que os acumulados do trimestre e do quadrimestre trarão uma leitura mais precisa.