Frankin de Freitas – Apesar de ocupação hospitalar estar longe das registradas no pico da pandemia

O sistema de saúde do Paraná já começa a sentir os impactos da alta nas contaminações pelo novo coronavírus. Segundo informações da Central de Leitos da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa-PR), desde abril o número de pacientes hospitalizados com quadros suspeitos ou confirmados da doença pandêmica mais do que dobrou no estado, tendo atingido ontem o maior nível dos últimos dois meses.

No dia 22 de abril, por exemplo, os hospitais paranaenses registravam 88 pessoas hospitalizadas, sendo que 45 delas estavam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 43 se recuperavam em leitos clínicos. Os números consideram os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, pela rede pública.

Já ontem, dia 30 de maio, o número de pacientes hospitalizados chegou a 232, o que significa que o contingente de pessoas internadas com quadros suspeitos ou confirmados de Covid-19 cresceu 164% em pouco mais de um mês. A alta foi mais expressiva nas hospitalizações em leitos clínicos (+219%), havendo 137 pessoas internadas nesses leitos. Contudo, a quantidade de pacientes demandando cuidados intensivos também teve alta expressiva (+111%), chegando a 95 pacientes.

Os números de ontem apontam, ainda, para o maior número de pessoas demandando internação desde o dia 3 de abril, quando havia 248 pessoas hospitalizadas em leitos Covid no Paraná. Além dos 232 internados, contudo, o estado registrava até ontem 50 pacientes aguardando por um leito, 10 deles à espera de uma UTI e outros 40, por um leito clínico.

Importante destacar, entretanto, que o número de pacientes internados nos hospitais paranaenses ainda está longe do anotado em momentos anteriores de pico da crise sanitária.

Em junho do ano passado, por exemplo, o Paraná chegou a registrar mais de 4,4 mil pessoas hospitalizadas (1,9 mil delas em UTIs e com quadros graves da doença, portanto), além de uma fila de espera com mais de 1,2 mil pacientes aguardando por um leito.

Já em 2022, o número de pacientes hospitalizados chegou a superar 1,3 mil no começo de fevereiro, em meio à onda provocada pela variante ômicron, chegando-se a ter mais de 500 pessoas em UTIs naquele período.

Média móvel de casos novos cresce mais de 500%

O aumento na demanda por leitos hospitalares no SUS ocorre na esteira de uma verdadeira explosão no número de contaminações pelo novo coronavírus no Paraná, que tiveram aumento superior a 500% em pouco mais de um mês.

O Informa Epidemiológico da Sesa-PR do dia 22 de abril, por exemplo, mostrava que a média móvel (de 7 dias) de casos novos de Covid-19 estava em 665 no Paraná naquela ocasião. Ontem, contudo, essa média móvel já era de 4.367 casos novos por dia, acumulando alta de 557% no período analisado.

Desde que a pandemia passou a fazer parte da realidade paranaense, em março de 2020, o Paraná confirmou 2.512.850 casos da doença, tendo registrado ainda 43.083 mortes. Somente no dia de ontem a Sesa-PR informou 1.167 diagnósticos, mas sem o registro de novos óbitos.

Número de casos ativos registra queda em Curitiba

Na capital paranaense, dados divulgados ontem pela Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba mostram que o número de casos ativos da doença pandêmica registrou queda nos últimos dias, encerrando uma sequência de um mês e meio (entre os dias 10 de abril e 25 de maio) com altas consecutivas no contingente de pessoas contaminadas e possivelmente transmitindo a doença. Em 27 de maio, por exemplo, esse número chegou a ser de 11.668. Ontem já estava em 11.364.

Além disso, o município também confirmou mais 1.755 casos e quatro óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus. As vítimas são dois homens e duas mulheres, com idades entre 75 e 92 anos. Com isso, desde o início da pandemia Curitiba já registrou 459.294 contaminações, com 8.291 óbitos entre moradores da cidade.

Curitiba começa a vacinar adolescentes com a dose de reforço

Curitiba começa nesta terça-feira (31) a aplicação da dose de reforço (3ª dose) contra a covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos. O chamamento será realizado de forma escalonada por faixas etárias, a partir dos mais velhos, começando pelos que têm 17 anos e nasceram entre 1º de junho e 31 de dezembro de 2004.

Nesta quarta-feira (1), serão convocados os adolescentes nascidos em 2005 (16 e 17 anos) e, assim, sucessivamente, até completar o chamamento do grupo todo em 8 de junho. A vacina estará disponível em 106 unidades de saúde (exceto a Unidade de Saúde Mãe Curitibana, exclusiva para atendimento infantil), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) amplia a imunização para esta faixa da população conforme recomendação do Ministério da Saúde, que incluiu a dose de reforço em seu Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO) na tarde de sexta-feira (27/5).