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Em 2019, PIB cresce 1,2% e chega a R$ 7,4 trilhões

05/11/2021 10h00 | Atualizado em 05/11/2021 10h00

O Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 7,389 trilhões em 2019, com alta de 1,2% ante 2018. O PIB per capita chegou a R$ 35.161,70, com alta de 0,4% frente ao ano anterior.

A Agropecuária cresceu 0,4%; a Indústria caiu 0,7%, e os Serviços cresceram 1,5%.

O consumo das famílias cresceu 2,6%. Já a despesa de consumo final do governo caiu 0,5%.

Em 2019, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4,0%, segundo resultado positivo depois de quatro anos seguidos de queda, e a taxa de investimento (15,5%) cresceu 0,4 pontos percentuais, em relação a 2018, atingindo o patamar de 2016.

São informações do Sistema de Contas Nacionais 2019, que agrega novos dados, mais amplos e detalhados, do IBGE e de fontes externas, às Contas Nacionais Trimestrais.

Principais indicadores 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIB (variação percentual em volume)    7,5    4,0    1,9    3,0    0,5 (-)3,5 (-)3,3    1,3    1,8    1,2
PIB (1 000 000 000 R$) 3.886 4.376 4.815 5.332 5.779 5.996 6.269 6.585 7.004 7.389
PIB per capita (R$) 19.939 22.260 24.278 26.658 28.649 29.467 30.559 31.844 33.594 35.162
Despesa de consumo final (%)    5,7    4,2    3,2    3,0    1,9 (-)2,8 (-)2,9 1,3  2,0 1,9
Formação bruta de capital fixo - FBCF (%)    17,9    6,8    0,8    5,8 (-)4,2 (-)13,9 (-)12,1 (-)2,6    5,2    4,0
Taxa de investimento - FBCF/PIB    20,5    20,6    20,7    20,9    19,9    17,8    15,5    14,6    15,1    15,5
Remuneração dos empregados/PIB    41,6    42,2    42,8    43,2    43,5    44,6    44,7    44,3    43,6    43,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 foi revisado de 1,4% para 1,2%. Essa revisão decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados sobre o impacto econômico do rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019. Com isso, a queda da Indústria extrativa mineral foi ajustada de -0,9% para -9,1%. O impacto dessa revisão sobre a taxa de crescimento do Valor Adicionado Bruto da Indústria foi de -1 ponto percentual.

A taxa de 1,2% em 2019 é a terceira positiva consecutiva após as já registradas em 2018 (1,8%) e em 2017 (1,3%). Essas altas foram insuficientes para reverter a queda acumulada no biênio 2015-2016 (6,7%). Em valores correntes, o PIB em 2019 foi de R$ 7,389 trilhões, o que corresponde a um PIB per capita de R$ 35.161,70, alta de 0,4%.

O crescimento de 1,2% do PIB, em 2019, resultou de um aumento de 1,0% no valor adicionado bruto, com destaque para o grupo Serviços que cresceu 1,5%, enquanto os Impostos sobre produtos, líquidos de subsídios cresceram 2,7%. A taxa de investimento da economia brasileira foi de 15,5% em 2019, e o consumo das famílias cresceu 2,6%.

Em 2019, nove dos 12 grupos de atividades econômicas registraram crescimento ou estabilidade, enquanto Indústria de transformação (-0,4%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,4%) e Indústrias extrativas (-9,1%), recuaram.

O setor Serviços, que responde por dois terços da economia brasileira, teve alta de 1,5% em volume, e foi responsável por 1,1 p.p. do resultado do valor adicionado bruto. A Agropecuária, cujo crescimento em volume neste ano foi de 0,4%, não contribuiu tecnicamente em p.p. para este resultado do valor adicionado bruto. E o setor Indústria diminuiu em volume 9,1% e influenciou negativamente com 0,1 p.p..

O Comércio avançou 1,6%, com destaque para o crescimento em volume dos produtos milho em grão (42,0%), caminhões e ônibus (23,0%) e álcool (13,8%).

Atividades Imobiliárias apresentaram acréscimo de 2,4%, contribuindo com 0,2 p.p. para o aumento do valor adicionado da economia. Já as Outras atividades de serviços cresceram 2,8% e contribuíram com 0,5 p.p. para o crescimento total do valor adicionado.

A atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos registrou um crescimento de 2,6%, contribuindo com 0,1 p.p. para o aumento do valor adicionado da economia. A atividade Energia elétrica, gás natural e outras utilidades cresceu 3,2%, enquanto Água, esgoto e gestão de resíduos cresceu 1,1%.

Já a atividade Construção, que mantinha resultados negativos desde 2014, reverteu, em 2019, esta tendência de queda, com alta de 1,9%.

Grupos de atividades Variação em volume do valor adicionado bruto a preços básicos (%) - 2005 a 2019
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Total 3,0 3,7 5,8 4,7 (-)0,1 7,0 3,7 1,6 2,9 0,5 (-)3,2 (-)2,9 1,3 1,8 1,0
Agropecuária 1,1 4,6 3,2 5,8 (-)3,7 6,7 5,6 (-)3,1 8,4 2,8 3,3 (-)5,2 14,2 1,3 0,4
Indústrias extrativas 6,8 6,5 2,9 4,1 (-)2,1 14,9 3,5 (-)1,9 (-)3,2 9,1 5,7 (-)1,2 4,9 0,4 (-)9,1
Indústrias de transformação 2,2 1,2 6,1 4,1 (-)9,3 9,2 2,2 (-)2,4 3,0 (-)4,7 (-)8,5 (-)4,8 2,3 1,4 (-)0,4
Eletricidade, gás e água 3,1 4,1 6,1 2,6 0,7 6,3 5,6 0,7 1,6 (-)1,9 (-)0,4 6,5 0,9 3,7 2,6
Construção (-)2,1 0,3 9,2 4,9 7,0 13,1 8,2 3,2 4,5 (-)2,1 (-)9,0 (-)10,0 (-)9,2 (-)3,0 1,9
Comércio 3,1 5,0 8,3 5,3 (-)2,3 11,1 2,3 2,4 3,4 0,6 (-)7,3 (-)6,6 2,3 2,6 1,6
Transporte, armazenagem e correio 3,6 2,5 5,1 7,6 (-)4,4 11,2 4,3 2,0 2,6 1,5 (-)4,3 (-)5,6 1,0 2,1 0,1
Informação e comunicação 5,8 0,8 6,4 9,8 0,0 5,4 6,5 7,0 4,0 5,3 (-)0,9 (-)2,0 1,4 1,8 4,5
Atividades financeiras,      e de seguros 5,8 8,2 15,1 13,2 8,8 9,3 6,2 1,5 1,8 (-)0,6 (-)1,2 (-)3,4 (-)1,1 1,0 1,1
Atividades imobiliárias 4,2 4,7 6,0 1,4 3,0 4,9 1,9 5,1 5,1 0,7 (-)0,4 0,2 1,3 3,3 2,4
Outras atividades            de serviços 4,9 3,8 3,6 4,7 3,0 3,3 4,6 3,6 1,6 1,9 (-)3,7 (-)1,3 0,7 3,5 2,8
Administração, saúde        e educação públicas 1,0 3,9 2,2 0,6 3,4 2,2 1,9 1,3 2,2 0,1 0,2 0,3 0,1 0,1 (-)0,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Consumo das famílias cresceu 2,6%

Em 2019, as despesas de consumo final, que englobam despesas de consumo das famílias, governos e instituições sem fins de lucro, cresceram 1,9%. A despesa de consumo final do governo, que engloba as despesas com bens e serviços oferecidos pelo governo à coletividade, caiu 0,5% em 2019, após terem crescido 0,8% em 2018.

O consumo das famílias, que responde por 74,8% da demanda final e por 63,7% do PIB, cresceu 2,6%. A variação média de preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias foi de 3,7% e o valor do consumo final per capita mensal das famílias passou de R$ 1 768,05, em 2018, para R$ 1 865,97, em 2019.

Formação Bruta de Capital Fixo avançou 4,0%, segunda alta após 4 anos de queda

A formação bruta de capital fixo (FBCF) somou R$ 1,1 trilhão em 2019. Sua variação em volume de 4,0% foi a mais acentuada entre os componentes da demanda agregada e o segundo resultado positivo depois de quatros anos seguidos de queda, contribuindo para o movimento de crescimento observado na economia. A taxa de investimento, que consiste na razão entre a formação bruta de capital fixo e o PIB, foi 15,5%, registrando um crescimento de 0,4 ponto percentual em relação a 2018, atingindo o patamar de 2016.

A Construção continua sendo o componente da formação bruta de capital fixo mais relevante, mas sua representatividade caiu de 45,3%, em 2018, para 44,4%, em 2019. Máquinas e equipamentos, o segundo grupo mais importate, passou de 40,3% para 40,9%, enquanto a participação dos Produtos de propriedade intelectual passou de 12,4% para 12,8% no período.

A participação da construção residencial, em 2019, correspondeu a 46,9% do total da Construção, enquanto outros edifícios e estruturas responderam por 53,1%. A composição do grupo Máquinas e equipamentos foi: equipamentos de transporte (36,7%); equipamentos de tecnologia da informação e comunicação – TIC (14,8%) e outras máquinas e equipamentos (48,4%). Nos Produtos de propriedade intelectual, 68,1% correspondem a software, bancos de dados e exploração mineral, e 31,9%, a pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Quanto à variação em volume dos componentes da FBCF, todos os grupos apresentaram variação positiva em 2019. O grupo com a maior variação foi Produtos de propriedade intelectual (7,4%), puxada pelo crescimento de 12,0% em software, bancos de dados e exploração mineral. Depois de cinco anos seguidos de retração, Construção apresentou um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior. Foram registradas variações positivas menores em Máquinas e equipamentos (2,2%) e Outros ativos fixos (3,0%).

Necessidade de financiamento da economia nacional teve alta de 44,5%

A necessidade de financiamento da economia brasileira, em 2019, foi de R$ 241,0 bilhões, com uma alta de 44,5% em relação a 2018, quando atingiu R$ 166,7 bilhões. Contribuiu para o aumento, o desempenho do comércio exterior, pois enquanto as exportações de bens e serviços apresentaram crescimento nominal de 1,8% (R$ 1,03 trilhão, em 2018, contra R$ 1,04 trilhão, em 2019), as importações de bens e serviços experimentaram maior elevação, de 9,4% (de R$ 997 bilhões, em 2018, para R$ 1,1 trilhão, em 2019).

Tal fato fez com que o saldo externo de bens e serviços da economia brasileira registrasse uma evolução negativa, passando de um superávit de R$ 27,6 bilhões, em 2018, para um déficit de R$ 47,6 bilhões, em 2019.

Contribuiu também para a piora na necessidade de financiamento da economia, o aumento líquido do envio de rendas de propriedade ao resto do mundo, que passou de R$ 195,7 bilhões em 2018, para R$ 199,1 bilhões, em 2019.

O setor de empresas não financeiras teve alta na necessidade de financiamento, em 2019, indicando normalização da situação econômico-financeira desse setor em relação à média de seus resultados históricos (-4,5% ao ano). A poupança bruta reverteu a sequência de três anos de crescimento, passando de R$ 507,9 bilhões, em 2018, para R$ 438,6 bilhões, em 2019. A formação bruta de capital fixo em relação ao valor adicionado bruto, por sua vez, subiu 0,9 ponto percentual ante 2018, seu segundo ano seguido de crescimento.

A capacidade de financiamento das empresas financeiras teve queda nominal de 11,7%, ao passar de R$ 149,8 bilhões em 2018 para R$ 132,3 bilhões em 2019. Contribuíram para esse resultado, o aumento maior nas rendas de propriedades pagas (8,4%) em relação às recebidas (6,3%), o aumento dos impostos sobre a renda e patrimônio de 15,6%, além do crescimento de 32,8% da formação bruta de capital fixo. O valor adicionado bruto teve crescimento nominal de 8,9%, em 2019, alcançando R$ 457,4 bilhões.

O setor de governo geral registrou uma queda de 14,0% na necessidade de financiamento do setor público, de R$ 429,2 bilhões, em 2018, para R$ 369,6 bilhões, em 2019. De maneira geral, o crescimento de 7,9% da receita total, influenciado pela receita de R$ 83,9 bilhões no bônus de partilha na produção de petróleo do Pré-sal, em contraposição a uma variação de 5,9% das despesas das três esferas de governo, explica este comportamento.

Setor famílias - Benefícios sociais recebidos pelas famílias sobe 9,2%

A participação da remuneração dos empregados na renda disponível bruta das famílias apresentou trajetória de crescimento até 2011, o patamar máximo da série, (65,3%). Desde então, essa relação vem caindo. Em 2019, a relação atingiu 61,5%.

A participação do consumo final das famílias na renda disponível bruta do setor, apresentou estabilidade ante o ano anterior, permanecendo em 89,9%. Já a poupança bruta, que corresponde à diferença entre a renda disponível bruta e o consumo final das famílias, acrescida do ajustamento pela variação dos direitos de pensão, apresentou pequeno aumento, atingindo 11,0%, 0,2 ponto percentual acima do registrado em 2018.

Em 2019, mesmo com crescimento nominal de 6,4% na despesa de consumo final, a capacidade de financiamento das famílias aumentou 13,6%, alcançando o valor de R$ 184,6 bilhões, frente a R$ 162,5 bilhões no ano anterior. Contribuíram para esse resultado o crescimento de 5,3% da remuneração dos empregados, o aumento de 6,5% nas rendas de propriedade recebidas, contra a redução de 5,3% nas rendas de propriedade pagas. Também teve contribuição importante para a capacidade de financiamento, o aumento dos benefícios sociais recebidos pelas famílias de 9,2% em termos nominais, enquanto as contribuições sociais pagas por este setor, que representam um montante menor, aumentaram 9,9%.