Vacina contra a Covid-19
Vacina contra a Covid-19| Foto: Mauro Pimentel/AFP

Os secretários estaduais de saúde se mostraram contra a compra de vacinas da Covid-19 por empresas. Em nota divulgada na quarta-feira (27), os secretários questionam o aval do governo federal para a aquisição de até 33 milhões de doses e afirmam que a imunização precisa seguir critérios técnicos, "e não o poder de compra". No texto, ainda defendem que há escassez de imunizantes e que as doses sejam dirigidas a grupos mais vulneráveis.

"Se a farmacêutica tem 33 milhões de doses disponíveis, por que o governo federal não se dispõe a comprá-las em sua totalidade e, com isso, providenciar a proteção para os que mais precisam?", questiona a nota. A negociação envolve a vacina de Oxford/AstraZeneca.

Por outro lado, o governo federal negou participação nas negociações conduzidas por empresários para a aquisição de vacinas. "Informamos que o governo federal não possui contrato oneroso com empresas privadas nacionais para aquisição de vacinas em seu nome, portanto, não há dinheiro público envolvido na eventual negociação entre o empresariado brasileiro e a empresa AstraZeneca".

Na quarta (26), o presidente Jair Bolsonaro se disse favorável à ideia de compra pelo setor privado, desde que "a custo zero" para o governo. O laboratório AstraZeneca declarou que não tem vacinas contra a Covid-19 para fornecer à iniciativa privada no momento. Apesar disso, um grupo de empresários afirmou que seguem as negociações. Entre os requisitos, está "a doação de pelo menos metade do volume das doses adquiridas, ou seja, 16,5 milhões de doses, ao Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19".