Industrial paranaense está mais confiante na economia e nos negócios, aponta pesquisa da Fiep

Pelo terceiro mês seguido, estudo que mede o otimismo do empresário registrou alta, mas pontuação do indicador ficou abaixo da registrada em junho do ano passado

Principais dificuldades do setor produtivo são fatores macroeconômicos como juros e inflação em altos e custos elevados de combustíveis e energia (Foto: Gelson Bampi)

Mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia, pelo conflito armado na Europa e por condições econômicas desfavoráveis no Brasil e no mundo, o industrial paranaense manteve o grau de otimismo em junho, segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) em parceria com a Confederação Nacional da indústria (CNI). O estudo avalia o nível de confiança nos negócios e na economia, auxiliando o industrial na tomada de decisões e para definir o momento mais favorável para implementar estratégias de negócios.

Em junho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) somou 59,2 pontos, numa escala que vai até 100. Está acima da área de otimismo (50 pontos) e já é terceira alta seguida, porém, 4,9 pontos menor do que o valor divulgado em junho do ano passado, que foi de 64,1 pontos. Na variação mensal, comparada a maio, a alta foi de 0,9 pontos. E, nos últimos 12 meses, a queda é de 0,2 pontos. A média do ICEI no intervalo de julho de 2021 a junho de 2022 é de 59,4 pontos. E, no primeiro semestre deste ano, o valor médio chega a 58,8 pontos.

Depois de três quedas no início do ano, com a menor em março, quando chegou a 55 pontos, o indicador de confiança segue tendência de alta. “Dois motivos podem explicar esse otimismo mais elevado”, avalia o economista da Fiep, Marcelo Alves. “Um deles é a vacinação, que avançou no Brasil, deu suporte a um controle maior da pandemia no país e tornou o combate à covid-19 um fator que oferece menos risco aos negócios”.

Outro ponto é a precificação do mercado em relação ao conflito armado entre Rússia e Ucrânia. “Não houve impacto generalizado  nem no curto prazo para a indústria. Alguns segmentos foram mais ou menos afetados, mas até o momento, foi menor do que se temia no início da guerra”, acredita. “O Brasil também é visto como um mercado substituto de alguns produtos por países importadores. E, o Paraná, por seu potencial agroindustrial, pode ter uma oportunidade de expandir sua atuação no exterior”, completa.

Para Alves, a principal dificuldade do setor produtivo como um todo ainda é a deterioração de componentes macroeconômicos que não são problemas recentes, como juros e inflação altos e custos elevados de combustíveis e energia. “Estes fatores ainda são os que mais impactam na indústria porque continuam pressionando os custos de produção e comprometendo a competitividade do setor”, informa.

Talvez por isso o indicador de condições, que ajuda a compor o ICEI mensal e que avalia o período dos últimos seis meses, tenha pesado mais na média final do indicador. Cresceu 2,8 pontos este mês, em relação a maio, chegando a 54,3 pontos. O índice de expectativas, que faz a mesma projeção, mas para o tempo futuro, se manteve  praticamente estável, em 61,6 pontos.

Sondagem industrial

A pesquisa mensal da CNI revela quais aspectos tiveram maior variação no mês de maio e que podem interferir na confiança do empresário no mês seguinte. O cenário pouco mudou em relação ao mês passado. Cerca de 87% dos entrevistados revelaram que o volume de produção ficou estável ou aumentou em maio. Apenas 10% responderam que houve redução. Outros 93% garantiram que mantiveram os empregos ou até contrataram novos colaboradores no período. Quase 90% devem aumentar ou manter a demanda por produtos nos próximos meses, assim como a compra de insumos e matérias-primas para produção em suas empresas. E até 64% dos entrevistados afirmaram que têm previsão de fazer investimentos nos próximos seis meses, o que é uma boa notícia para o setor.

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