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Uma postagem do empresário Beto Madalosso no Instagram afirmando que iria abrir o seu restaurante, Carlo Ristorante, neste domingo (30), com atendimento presencial, contrariando as medidas restritivas da bandeira vermelha, em Curitiba, ganhou repercussão e expôs mais uma vez a indignação do setor.  Os empresários questionam o fato de os restaurantes terem permissão apenas atendimento por delivery, drive-thru e retirada em balcão, enquanto os ônibus seguem lotados na capital paranaenses. 

“Estamos atendendo, descumprindo o decreto. Enquanto houver ônibus circulando, meu restaurante permanecerá aberto. Venha fiscalização. Venha Aifu. Tragam o prefeito. Quero conversar com ele pessoalmente”, afirmou ele na postagem. “A maneira com que o Brasil está conduzindo essa pandemia é um desastre total desde o início. Agora a gente não sabe por quantos dias vamos ficar fechados (…) Falta uma coordenação nacional que possa salvar essas empresas, é necessário que subsídios garantam que pequenos empresários fiquem em casa”, afirmou ele em vídeo postado no Instagram. Madalosso ainda postou diversas matérias que falavam sobre a pandemia na cidade e uma sobre aglomeração durante inauguração do Memorial Paranista, no Parque São Lourenço. Em comentários, vários empresários apoiaram a iniciativa de Beto Madalosso. 

Apesar do protesto, o Carlo Ristorante não abriu as portas para atendimento presencial. Logo após a repercussão, Beto Madalosso apagou algumas das postagens. 

Em nota, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) citou o direito à resistência: “A Abrasel não pode conclamar à desobediência, mas pode e deve apoiar decisões individuais livres que busquem resistir ao arbítrio, à injustiça. Há Brasil, abrasel. União que transforma”.

Para a Associação de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), “o protesto de Marketing do Beto deu certo, abriu a discussão da seletividade de quem pode trabalhar na Cidade em tempos de Lockdown. Escancarou a subserviência ao Transporte Público, através do pedido de liminar para não impedir suas restrições, sem falar o privilégio de algumas atividades econômicas. O essencial foi abrir o Debate ao Direito de Resistência do Cidadão”. ” Outro passo foi identificar principalmente através dos bordões na boca da sociedade pelos maus exemplos da Prefeitura, recentemente com sua festa no Parque São Lourenço. O primeiro deles: Faça o que digo, mas não faça o que eu faço. E outro famoso Bordão em Curitiba “Dois pesos e duas Medidas”.

Outros protestos

Um grupo de comerciantes convocou uma manifestação para segunda-feira (dia 31) sugerindo bloqueio a garagens de ônibus. Já a Associação Comercial do Paraná tentou uma solução jurídica, recorrendo ao Ministério Público. Por fim, o representante de bares e restaurantes, Fabio Aguayo, está pedindo que motoristas e cobradores façam uma paralisação das 6 às 9 horas da manhã de segunda-feira.

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), no entanto, concedeu liminar que garante o funcionamento do transporte coletivo na segunda-feira (31) e durante todo o período em que vigorar a bandeira vermelha, prevista no decreto municipal 940/21. A tutela antecipada foi pedida pela Urbanização de Curitiba (Urbs) em função da manifestação, convocada por um grupo de comerciantes por meio de grupos de whatsapp e redes sociais, sugerindo o bloqueio das garagens de ônibus nesta segunda-feira (31/5) em protesto contra medidas mais restritivas de alerta contra covid-19.