Setor Automotivo

Volvo abre ponto de recarga em rodovia e reforça estratégia de eletrificação

Empresa também questionou futuro do etanol como combustível alternativo no Brasil

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Vitor Matsubara
  • 09/05/2022 - 10:42
  • um minuto de leitura
    
             Estação de recarga fica próxima à rodovia Régis Bittencourt

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    Quem acompanha a evolução da eletromobilidade sabe que a Volvo é uma das grandes incentivadoras do carro elétrico no Brasil. A empresa, que hoje só vende apenas modelos eletrificados por aqui, já financiou (do próprio bolso, diga-se) a construção de 1.000 pontos de recarga no país.

    No fim do ano passado, a importadora anunciou um novo plano de construção de eletropostos em rodovias. A fase inicial contempla 13 estações espalhadas em estradas da região Sudeste e no Paraná, sendo que o primeiro deles acaba de ser inaugurado na rodovia Regis Bittencourt.

    A estação com duas vagas fica dentro de um posto de combustível em Cajati (SP), entre as capitais de São Paulo e Paraná.

    Investimento vale a pena

    Vários executivos da Volvo estiveram presentes na pequena cerimônia de inauguração, que contou ainda com as presenças de autoridades locais e do prefeito da cidade, Luiz Koga (PSDB).

    Pelo lado da marca estavam nomes como Luis Rezende, presidente da Volvo Cars América Latina, e João Oliveira, diretor geral de operações e inovação da Volvo Car Brasil.

    
             João Oliveira (esq.) e Luis Rezende falaram sobre a estratégia da Volvo no país

    Rezende falou sobre como os investimentos colocam a empresa à frente da concorrência na eletrificação.

    "As outras fabricantes procuraram empresas parceiras para viabilizar as estações, mas nós cuidamos de tudo por conta própria. E todo esse conhecimento que estamos ganhando já compensa o investimento. Enquanto nossos concorrentes estão debatendo qual tipo de propulsão escolher, nós estamos pensando qual tipo de carregador é o melhor", disse.

    João (que também preside a Abeifa, a associação das importadoras de veículos) declarou que a popularização dos carros elétricos está atrelada a alguns fatores.

    "Creio que a (difusão da) eletromobilidade dependerá da disposição do consumidor em testar as novidades e da velocidade com que as marcas vão implementar a nova tecnologia".

    Etanol em xeque

    Grandes defensores da eletrificação, os executivos também questionaram o futuro do etanol no país. Algumas empresas acreditam que o produto derivado da cana-de-açúcar possa ser uma alternativa à gasolina no futuro.

    É o caso da Volkswagen, que escolheu o Brasil para liderar um centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias com foco no etanol e biocombustíveis.

    "Existem montadoras falando de etanol e respeito essa visão, mas, ao mesmo tempo, nós temos uma marca como a Great Wall investindo R$ 10 bilhões em eletrificação no Brasil. Será que não é esse o caminho?", questionou Rezende.

    O discurso foi endossado por João, que fez um importante apontamento a respeito do uso de etanol.

    "Acho uma solução interessante, mas aí ficaríamos com algo que serve só para nós. Ou, no máximo, para os países que possuem alguma maneira de produzir etanol", concluiu.