dívidas
O endividamento no cartão de crédito apresentou a primeira redução entre os endividados desde fevereiro de 2021, mas segue como o principal tipo de dívida no Brasil, representando 86,5% do total de famílias endividadas.| Foto: Michal Jarmoluk/Pixabay

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o percentual de famílias com dívidas ou contras em atraso em fevereiro deste ano chegou a 27%, o maior patamar desde março de 2010. O estudo mostra ainda que o número de endividados chegou a 76,6% no período. Ainda em fevereiro, 10,5% das famílias afirmaram que não terão condições de pagar os valores devidos. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

O indicador de inadimplência registrou um aumento de 0,6% ponto percentual em relação a janeiro e de 2,5% na comparação com fevereiro de 2021. Já a parcela que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerá inadimplente também teve um aumento de 0,4%, chegando a 10,5%, mesmo número registrado em fevereiro do ano passado. O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) alcançou 76,6%, retomando o nível apurado em dezembro de 2021. Há um ano, a proporção de endividados era de 66,7%.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a escalada dos juros, que encarece o crédito, dificulta a renegociação das dívidas. "O panorama mostra que, na margem, o custo do crédito mais elevado e o próprio endividamento alto entre as pessoas que vivem no mesmo domicílio dificultam a contratação de novas dívidas e o pagamento dos compromissos na data de seus vencimentos".

Nas famílias com renda de até 10 salários mínimos, o percentual de endividados chegou a 77,8%. Já na parcela com renda acima de 10 salários mínimos, a proporção de endividados alcançou o maior patamar histórico, chegando a 72,2%.

Já o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de até 10 salários mínimos atingiu o maior nível da série histórica para meses de fevereiro, 30,3%. Um ano antes, essa proporção era de 27,4%. Na parcela que ganha acima de 10 salários mínimos o número também aumentou, chegando a 12,6%, o maior percentual desde abril de 2018.

O endividamento no cartão de crédito apresentou a primeira redução entre os endividados desde fevereiro de 2021, mas segue como o principal tipo de dívida no Brasil, representando 86,5% do total de famílias endividadas.