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    Risco-país: saiba o que é e como ele afeta os investimentos

    Conheça melhor o que é o risco-país, como ele é calculado e o que acontece quando ele está elevado

    Getty Images/SEAN GLADWELL

    Raphael Coraccinicolaboração para o CNN Brasil Business

    em São Paulo

    Nos anos 1990, o banco americano J.P.Morgan criou a metodologia que foi consagrada como risco-país para avaliar o risco de investimento em países emergentes. O risco-Brasil, por sua vez, é a medida específica para os desafios de se investir aqui, e diz ao mercado financeiro se a possibilidade de o país dar calote em seus credores está aumentando ou diminuindo.

    Conheça melhor o que é o risco-país, como ele é calculado e o que acontece quando ele está elevado.

    O que é risco-país?

    Risco-país ou risco-soberano é o instrumento de medida usado pelos mercados desenvolvidos para avaliar a capacidade dos países emergentes de pagarem suas dívidas e ter subsídios para fazer ou não investimentos na região. Aqui, o instrumento é chamado de risco-Brasil.

    Além do Brasil, as nações que têm um risco-país para chamar de seu são Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru, Equador, Venezuela, Bulgária, Egito, Malásia, Marrocos, África do Sul, Turquia, Ucrânia, Polônia, Rússia, Nigéria e Filipinas.

    O que acontece quando o risco-país está elevado?

    Altos índices de risco-país significam juros mais altos e crédito mais caro. Isso acontece dessa forma porque, a partir do momento que o risco para se investir em um país aumenta, esse país vai precisar oferecer condições mais vantajosas para os investidores. Estes, por sua vez, procuram, basicamente, duas coisas: segurança e rentabilidade. Países que apresentam alto risco não podem oferecer segurança, por isso, apostam na rentabilidade.

    Para oferecer investimentos mais rentáveis, um governo pode recorrer ao aumento dos juros. Se, por um lado, os investimentos se tornam mais atraentes, por outro, encarece o crédito para empresas e para os cidadãos.

    Quem calcula o risco-país?

    O termo foi criado em 1992 pelo banco americano J. P. Morgan, responsável pela criação da metodologia EMBI+ para medição do risco em economias emergentes, aproveitando o cenário de abertura ao capital externo nos anos 1990 na América Latina e em outros países em desenvolvimento.

    Como se mede o risco-país?

    As variáveis medidas pelo risco-país são, basicamente, instabilidade política, déficit fiscal, crescimento econômico e a relação dívida/PIB.

    O instrumento mais usado, criado pelo J.P. Morgan, é o EMBI+, que aponta a diferença entre a taxa de retorno dos títulos públicos dos países emergentes e do Tesouro dos Estados Unidos, referência de segurança para o mercado financeiro. Essa diferença é chamada de spread soberano.

    Para calcular o risco-país é usada a unidade de medida ponto-base. Cem pontos-base equivalem a 1%. O que isso significa? Que, se o risco-país está em 300, o investidor precisa receber 3 pontos percentuais a mais de rentabilidade em um título dos países emergentes do que receberia se aplicasse no título de referência, que é o do Tesouro americano.

    O que é Credit Default Swap (CDS)?

    Outro instrumento de medição de risco é o Credit Default Swap (CDS), que funciona como uma espécie de seguro contra calote da dívida. Também conhecido como swap de crédito, ele é um derivativo que permite a um investidor trocar seu risco de crédito com o de outro investidor. Se há um aumento do número de contratos desse tipo no mercado financeiro, significa aumento do risco-país.

    Como o risco-país impacta os investimentos?

    Para o investidor, o risco-país é sempre uma medida do tamanho da aposta que ele está fazendo em determinado país emergente e em suas empresas. Porém, quanto maior o risco do investimento, maior tende a ser a remuneração. Para os países do índice, o aumento do risco-país pode levar a fuga de capital estrangeiro e dificuldades de financiamento.