Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro


Flexibilização do isolamento social vem permitindo, semana a semana, que mais trabalhadores retornem aos seus postos de trabalho e permite aos desempregados retomar a busca por uma ocupação — Foto: TV Globo / Reprodução

O desemprego diante da pandemia voltou a ter leve queda na terceira semana de agosto, na comparação com a anterior, apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, havia 12,6 milhões de desempregados no Brasil na semana entre os dias 16 e 22 de agosto. Uma semana antes, esse contingente era de 12,8 milhões. A redução em cerca de 200 mil desempregados, no entanto, é considerada estabilidade pelo instituto.

Com isso, a taxa de desocupação ficou em 13,2%, abaixo do registrado na semana anterior, quando ficou em 13,6%.

Número de desempregados no país aumentou em cerca de 2,8 milhões entre a primeira semana de maio e a terceira de agosto — Foto: Economia/G1

Entre a primeira e a segunda semana de agosto, o número de desempregados tinha voltado a subir, depois de ter caída na última semana de julho. Na comparação com a primeira semana de maio, quando teve início o levantamento, aumentou em cerca de 2,8 milhões o número de desempregados no país, o que corresponde a uma alta de 28% em 14 semanas.

“Há uma estabilidade geral nos indicadores de mercado de trabalho, mas olhando as variações, em termos de tendência, foi observada uma variação positiva na força de trabalho, que se deu em função do aumento no contingente da população ocupada”, apontou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

A população ocupada no mercado de trabalho somava 82,4 milhões de pessoas na terceira semana de agosto, quase 700 mil a mais que na semana anterior. Percentualmente, enquanto o número de desempregados teve queda de 2%, a número de ocupados aumentou em aproximadamente 1% no período.

a população fora da força de trabalho, que não estava empregada nem procurando por trabalho, também ficou estatisticamente estável em 75 milhões.

“Na população fora da força, entre aqueles que gostariam de trabalhar, mas não tinham procurado trabalho justamente alegando a pandemia como o principal motivo, houve uma redução de cerca de 582 mil pessoas”, destacou a pesquisadora.

Segundo a pesquisa, eram cerca de 17,1 milhões de desempregados que não buscaram por emprego naquela semana devido à pandemia do coronavírus. Na semana anterior, eram 17,7 milhões nesta condição.

Informalidade tem nova queda

Depois de registrar um pequeno avanço na segunda semana de agosto, a informalidade voltou a cair no país na terceira semana. Cerca de 27 milhões de brasileiros estavam trabalhando informalmente entre os dias 16 e 22 de agosto, cerca de 600 mil a menos que na semana anterior, quando este contingente somava pouco mais de 28 milhões.

Com isso, a taxa de informalidade caiu de 34,1% para 33,4%. A queda, no entanto, é considerada estatisticamente estável pelo IBGE.

São considerados como trabalhadores informais pelo IBGE aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.

Afastados pelo isolamento social segue em queda

O IBGE estimou que cerca de 4 milhões de trabalhadores permaneciam afastados do local do trabalho devido ao isolamento social na terceira semana de agosto, o que correspondia a 4,8% da população ocupada.

Com o avanço da flexibilização das medidas de distanciamento social, o número de afastados tem se reduzido semana a semana. Na primeira semana de maio, eles somavam cerca de 16,6 milhões de pessoas, o que correspondia a 19,8% dos trabalhadores ocupados naquele período.

Número de trabalhadores afastados do local de trabalho pelo isolamento social tem queda a cada semana — Foto: Economia/G1

Pnad Covid X Pnad Contínua

O levantamento foi feito entre os dias 16 e 22 de agosto por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.

Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas. Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, e apontaram uma alta do desemprego para 13,3%, com queda recorde no número de ocupados.

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