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Rede de parceiros conta com cerca de 500 cooperativas e 15 mil cooperados no País (Foto: Divulgação)

Rede de parceiros conta com cerca de 500 cooperativas e 15 mil cooperados no País (Foto: Divulgação)

Fundador da Boomera, o engenheiro de materiais Guilherme Brammer tem contribuído de forma ativa na construção de uma nova história sobre a indústria de reciclagem no Brasil. Em menos de 10 anos de mercado, a empresa conta com uma grande rede de parceiros. São cerca de 500 cooperativas e 15 mil cooperados, distribuídos por todos os estados do País.

São negócios que, ao passarem por processos de qualificação, geraram um
aumento de renda – em média, de R$ 500 para em torno de R$ 1,5 mil – e melhoraram as condições de trabalho, com equipamentos de proteção adequados, banheiros e refeitórios reformados.

Em 14 de junho, a Ambipar anunciou a aquisição da Boomera, que agora passa a contar com apoio não só financeiro, mas tecnológico, para acelerar a expansão da empresa. A Ambipar é uma multinacional brasileira líder em serviços e produtos dedicados à gestão ambiental para diferentes segmentos.

Hoje, a Boomera faz pesquisas para o d esenvolvimento de novos materiais a partir de resíduos e tem a ajuda de universidades parceiras. Com a Ambipar, esses estudos poderão ser acelerados no laboratório de pesquisa e desenvolvimento da companhia para que os resíduos ganhem outros reaproveitamentos.

Como a Ambipar é especializada na gestão de resíduos, a Boomera contará com um reforço importante no acesso aos materiais que ficam de fora do processo de produção da indústria.
“O grande gargalo era o acesso a matéria-prima, o que deixa de ser um problema ao nos associarmos à Ambipar, uma empresa com acesso a mercados de 17 países”, conta o fundador da Boomera.

Brammer diz que uma das frentes de trabalho será a expansão do portfólio de resinas. A Boomera conta com uma unidade fabril em Atibaia (SP), que vai triplicar sua capacidade em seis meses.

Hoje, a empresa já tem tecnologia para obter uma resina com a mesma qualidade de um produto virgem. Entre seus clientes está a multinacional Dow.

Em outra frente, Boomera e Ambipar esperam ter mais produtos acabados voltados ao consumidor final. A empresa de economia circular já está presente em cerca de 15 mil pontos de venda com lonas agrícolas desenvolvidas a partir de resíduos. Nos planos das duas empresas está a produção de filmes flexíveis reaproveitados, que até agora eram destinados à reciclagem. Outros produtos já desenvolvidos pela Ambipar a partir do conceito de economia circular, como sabão líquido e álcool de cereal, poderão ganhar o varejo com uma marca desenvolvida pelos dois sócios.

“Passamos a ter acesso não apenas a capital, mas a matéria-prima e a inovação. O que imaginava em cinco anos vai poder ser realizado no ano que vem”, completa o fundador da Boomera.

O apoio da Ambipar vai servir também para ampliar a atuação da Boomera junto a seus parceiros. Para isso, será montada uma cooperativa modelo em São Paulo, que vai servir como uma escola de formação de lideranças com atuação em triagem, além de oferecer crédito de logística reversa para empresas que precisam atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

A ideia é que o espaço abrigue um museu do lixo, sirva para treinamento de líderes de várias partes do País e que o conceito possa ser levado também para outros países da América Latina, onde a Boomera poderá atuar e que já fazem parte dos mercados onde a Ambipar está.

“Sempre tive vontade de ser global, mas era difícil realizar esse sonho com as próprias pernas. A economia circular tem muito o que crescer. As grandes empresas sabem que precisam endereçar suas estratégias nessa direção, e a Boomera terá um papel importante no direcionamento desses resíduos para o pós-consumo”, conta Brammer.