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Hyundai vai produzir seus próprios semicondutores

Montadora coreana planeja desenvolver seus chips para reduzir dependência dos fabricantes tradicionais

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Redação AB
  • 15/10/2021 - 12:28
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    A crise dos semicondutores tem derrubado as vendas das montadoras mundo afora como mostram diversas projeções, que preveem queda de receita global de US$ 210 bilhões e perda de produção de 7,7 milhões de veículos em 2021. E todas as estimativas mostram que a escassez vai persistir no mínimo até o ano que vem, com algumas empresas prevendo impactos que se estenderão até 2023, caso da Intel e da Stellantis.

    Diante de um cenário tão preocupante, algumas montadoras estão se mexendo como podem. A GM já anunciou que vai produzir chips para aplicação em automóveis na China, por meio de uma joint-venture com a SAIC. 


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    A Hyundai é outra montadora que decidiu seguir esse mesmo caminho: o grupo coreano disse que está planejando desenvolver seus próprios microchips para reduzir sua dependência dos fabricantes de semicondutores.

    A confirmação foi feita pelo diretor de operações globais da Hyundai, Jose Muñoz. "Queremos ser capazes de desenvolver nossos próprios chips dentro do grupo, por isso somos um pouco menos dependentes em uma situação potencial como esta", disse o executivo no site Automotive News Europe. "Isso exige muito investimento e tempo, mas é algo em que estamos trabalhando."

    O diretor de operação explicou que a Hyundai Mobis, divisão de peças da montadora, teria um papel fundamental dentro do plano de produzir os semicondutores internamente.

    A Hyundai chegou a paralisar temporariamente algumas fábricas no mundo, mas Muñoz garante que a pior fase da escassez de chips na indústria já ficou para trás, acrescentando que agosto e setembro foram os piores meses para a  companhia. 

    "A indústria [de chips] está reagindo muito, muito rápido", afirmou ele, comentando que a Intel está investindo muito dinheiro para expandir a capacidade.

    Apesar da escassez de componentes, a Hyundai disse que pretende entregar o mesmo volume de veículos que estava previsto no cronograma do quarto trimestre, deixando para compensar as perdas de produção para o próximo ano, de acordo com Muñoz.