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Coronavírus

Alta do PIB é duradoura ou um suspiro momentâneo?

Economia tem apresentado alguns números melhores que o esperado, mas população ainda não vê os efeitos

2 jun 2022 - 10h12
(atualizado às 10h39)
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O crescimento de 1% no PIB no primeiro trimestre não é um resultado estrondoso, mas é melhor do que se previa no ano passado. Claro que fazer projeções, com o período caótico que o mundo atravessa (pandemia, guerra), tornou-se um exercício muito mais complicado do que já é naturalmente. Não dá para culpar os economistas. Mas não é possível deixar de reconhecer que a safra de números tem sido mais positiva do que o esperado - no ano passado, cogitou-se até uma recessão no País, hipótese agora praticamente descartada. Já há instituições falando em crescimento de 2% este ano.

Nesta semana, os números do emprego apontaram uma melhora significativa. O desemprego caiu de 11,1% para 10,5%, o mais baixo desde o início de 2016 (embora ainda seja um número absurdamente alto). As contas públicas também têm tido um desempenho melhor que o esperado. De janeiro a abril, o superávit primário do setor público chegou a R$ 148,5 bilhões, um resultado recorde para o período.

Mas - sempre há um "mas" - os números positivos não contam toda a história. O crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre está praticamente todo ancorado nos serviços. É o setor que mais sofreu com a pandemia, e agora acelera para voltar à normalidade. Uma sombra, porém, tem pairado constantemente sobre essa atividade. Agora mesmo temos vivido um novo aumento de casos de covid, com recomendações de volta do uso das máscaras. Haverá novos fechamentos que voltem a prejudicar esse setor? Vivemos ainda tempos nebulosos.

O recuo do desemprego tem sido puxado justamente por essa retomada dos serviços. Mas, em geral, são empregos bem mais precários que os da indústria, por exemplo. O que explica um ponto importante na ciranda dos números: a renda do trabalhador caiu 7,9% em um ano. O que, definitivamente, é um dado bastante negativo.

Estadão
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