Indicadores de infraestrutura revelam efeitos da pandemia na atividade econômica

Levantamento da CNI mostra que quatro de sete setores tiveram queda em relação a 2020. Merecem destaque a movimentação aeroportuária de passageiros (-47%) e o tráfego em rodovias pedagiadas (-9%)

A pandemia acarretou a queda da atividade em diversos setores da economia brasileira. Quatro dos sete setores de infraestrutura pesquisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentaram indicadores com retração na comparação com 2020. A maior queda registrada se deu no tráfego aéreo de passageiros, primeira atividade a ser afetada pela pandemia: o volume de passageiros caiu 47% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

A comparação de janeiro a março de cada ano revela os efeitos da pandemia na economia antes das paralisações mais severas na mobilidade e nas atividades produtivas a partir de abril de 2020.

Vale destacar a redução do consumo comercial de energia elétrica, que retraiu 4% na comparação entre os períodos, e do tráfego de automóveis em rodovias pedagiadas, que caiu 9%. Outro indicador que apresentou queda foi o referente ao consumo brasileiro de petróleo, 13% a menos que no mesmo período de 2020.

Aumento na demanda em 2021

Algumas atividades da economia, no entanto, apresentaram um incremento na demanda na comparação entre o primeiro trimestre de 2021 e 2020. O aumento no consumo residencial de energia elétrica foi de 5%, enquanto os acessos de internet fixa e móvel se expandiram em 9% e 6%, respectivamente. O aumento de 8% no consumo industrial de energia elétrica e de 10% no volume médio diário de gás revelam os esforços do setor produtivo em retomar suas atividades.

O maior destaque do levantamento realizado pela CNI foi a movimentação de carga marítima e ferroviária. A tendência de crescimento no transporte de cabotagem não foi interrompida pela pandemia e se expandiu em 12% na comparação com 2020, enquanto a movimentação de longo curso (exportações e importações marítimas) se expandiu em 11%. A movimentação de minério de ferro também teve alta, de 19%, refletindo o aumento do preço internacional do produto e a retomada da produção.  

Os dados revelam os efeitos preliminares da paralisação econômica e social da Covid-19 e as mudanças de comportamento ocasionadas, como o aumento do consumo residencial de energia e internet. 

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