Pedro Ribas/SMCS – Índice de vacinação ajudou o Ministério a definir pelo fim da emergência

A vigência dos atos editados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em resposta à pandemia da Covid-19 estão sendo revisados. Segundo informou a agência ontem, estão incluídos entre esses atos as resoluções que tratam do uso emergencial de vacinas e medicamentos.

Diversos atos publicados de forma excepcional pela Anvisa, em resposta à pandemia, previam inicialmente o encerramento de sua vigência a partir do fim do Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, conforme anúncio do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga no domingo à noite.

Essa condição deve ter seu fim normatizado ainda esta semana por meio de uma nova portaria do Ministério da Saúde.

“A solicitação feita pelo Ministério da Saúde é que a vigência das normas da Agência relativas à pandemia seja mantida por um ano a partir do momento da retirada do estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. A prorrogação do prazo de vigência das normas ainda depende de aprovação da Diretoria Colegiada da Anvisa e, se aprovada, deve permitir que vacinas e medicamentos em uso emergencial continuem em uso por este período (um ano)”, explicou a Anvisa.

Em nota publicada nesta segunda-feira (18), a Agência destaca que a vacinação contra a Covid-19 deve continuar em andamento e que a dose de reforço deve ser aplicada nos públicos indicados. Para a Anvisa, diante a possibilidade de novas variantes, é necessário também que a vigilância epidemiológica continue atuando sobre a doença, por meio dos programas de testagem e mapeamento genômico do vírus em circulação no Brasil.

“Cada pessoa deve continuar atenta às medidas de higienização das mãos e uso de máscara em ambientes de maior risco, com aglomerações”, destacou o órgão de vigilância sanitária ao lembrar que, apesar dos avanços alcançados no Brasil, muitos países ainda continuam em estado de pandemia e com índices de vacinação ainda baixos, necessitando imunizar suas populações.

“A Covid não acabou e não vai acabar, e nós precisamos conviver com essa doença e com esse vírus. Felizmente, parece que o vírus tem perdido a força, tem perdido a letalidade, e cada dia nós vislumbramos um período pós-pandêmico mais próximo de todo mundo”, disse o ministro Marcelo Queiroga, ontem.
O ministro garantiu que haverá um período de transição, e que mesmo com o fim da emergência sanitária “nenhuma política de saúde será interrompida”.

OMS declara que Covid tem risco contínuo de propagação

Apesar da queda do número de contágios e óbitos pelo coronavírus — com o menor número de mortes no mundo desde o início da pandemia na semana passada —, o Comitê de Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 “representa um risco contínuo de propagação internacional e requer uma resposta internacional coordenada”.

A organização manteve a emergência internacional sob o argumento de que muitos países ainda não atingiram uma taxa de vacinação segura. “A melhor maneira para se proteger é se vacinando e tomando a dose de reforço quando recomendada. Continue usando máscara – especialmente em aglomerações em ambientes fechados”, disse na semana passada Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.

Em nota divulgada na quarta-feira passada a OMS destacou que o “comportamento imprevisível do SARS-CoV-2 e as respostas nacionais insuficientes contribuem com a continuidade do contexto de pandemia global”.

Ainda segundo o documento, “o comitê concordou por unanimidade que a pandemia de Covid-19 ainda constitui um evento extraordinário que continua a afetar negativamente a saúde das populações em todo o mundo, representa um risco contínuo de disseminação interferência no tráfego internacional e requer uma resposta internacional coordenada”.

Para a entidade, a redução de casos e mortes não significam um “risco menor” do vírus, que continua a evoluir e a sofrer mutações.

No Brasil, que flexibilizou ainda mais as medidas de combate à Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garantiu que haverá um período de transição, e que mesmo com o fim da emergência sanitária “nenhuma política de saúde será interrompida”..

Curitiba amplia postos para vacinação simultânea

A partir desta terça-feira (19), a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba amplia os locais de atendimento para a vacinação contra influenza e aplicação da quarta dose anticovid. A vacinação simultânea será feita em 106 unidades de saúde para o público convocado. Os endereços estão no site Imuniza Já Curitiba.

Com a chegada de novas doses, a vacinação simultânea irá atender os nascidos até 1949. Amanhã, será a vez dos nascidos até 1951.

Na sexta-feira, as unidades de saúde estarão abertas e a vacinação simultânea será ampliada para pessoas nascidas até 1953, atingindo a faixa dos que já fizeram ou fazem 69 anos ainda em 2022. O atendimento para os convocados será das 8h às 17h.

Pessoas que já foram convocadas e que não receberam as doses na data também podem buscar os pontos de vacinação.

Outros
A partir desta terça, a repescagem para a terceira, segunda e primeira dose da vacina contra a covid-19 para idosos, adultos, adolescentes e crianças passa a ser concentrada em nove unidades de saúde. Elas também atenderão o público convocado para a vacinação simultânea. Crianças até 11 anos também podem ser atendidas na unidade Mãe Curitibana.

Boletim
Casos ativos em alta e UTIs vazias
Curitiba vem registrando queda ou estabilidade nos casos novos e também óbitos pela Covid. Contudo, os casos ativos estão com tendência de alta desde a semana passada. Ontem, foram divulgados 574 casos ativos, mas na semana passada eram 503 e na semana anterior estavam na casa dos 400 casos.
Mas, ontem Curitiba não teve pacientes internados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) destinadas ao atendimento de casos graves da doença. Os 15 leitos de UTI SUS exclusivos para Covid-19 estavam livres.