Toyota é a marca que mais cresceu em 2021
O Corolla colaborou no crescimento da Toyota: o sedã vendeu 70% mais entre janeiro e maio
Um crescimento de vendas de 50% em menos de seis meses é motivo de comemoração para qualquer empresa, mas para as montadoras, que estão sendo assombradas pelo fantasma da falta de semicondutores, é um número impressionante. Pois este é o caso da Toyota, que foi a marca que mais ganhou mercado no Brasil neste ano, com 52,1% de aumento nas vendas.
Comparando as vendas das 10 maiores marcas em janeiro em relação a maio deste ano, descobrimos que a maioria dos fabricantes até apresentou crescimento, mas nada tão expressivo quanto o de Toyota e Fiat, como revela o quadro abaixo. Por outro lado, General Motors e Ford só têm a lamentar.
Não é segredo para ninguém que a GM perdeu a liderança do mercado neste ano por causa da crise dos semicondutores. Sem componentes eletrônicos para produzir seus carros, a empresa hoje tem duas fábricas paradas. Gravataí (RS) está paralisada desde março, justamente onde são feitos seus campeões de vendas, Onix hatch e sedã. A previsão é retomar só em 16 de agosto.
A GM também suspendeu por seis semanas as atividades em São Caetano do Sul (SP), que fabrica Tracker, Spin, Montana e Onix Joy, devido em parte à falta de peças, em parte ao preparo da linha para chegada da nova picape da Chevrolet, que vai brigar com a Toro em 2022.
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Os números mostram o resultado dessas paralisações: a GM, que vendeu 26.614 unidades em janeiro, passou a emplacar apenas 17.271 veículos em maio, o que equivale a uma queda de 35%. Apesar de expressiva, essa redução ainda é bem menor do que a da Ford.
Só que a queda da marca americana não tem a ver com a falta de peças, mas sim com o fechamento das suas fábricas no Brasil e, consequentemente, a descontinuação dos seus modelos mais vendidos, EcoSport e linha Ka, que representavam mais de 80% de seus emplamentos. Sem eles, a Ford caiu de 8.129 unidades em janeiro para 3.045 em maio, uma redução de 62,5%.
CRESCENDO NA CRISE
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Se a crise é um problema para alguns, parece ser uma boa oportunidade para outros, especialmente Toyota e Fiat, que tiveram os maiores aumentos de participação nas vendas. Mas não quer dizer que elas não foram afetadas pela falta de semicondutores, apenas que souberem lidar melhor com a escassez.
A Toyota já comentou publicamente que poderia produzir 60% mais do SUV Corolla Cross não fosse pela crise. Por outro lado, ela conseguiu manter a produção que estava nos planos inicialmente. Os maiores responsáveis por esse sucesso foram principalmente o sedã Corolla, que cresceu 70% no período, e o Corolla Cross, que não havia sido lançado na época.
A Fiat é outra marca que tem motivos para celebrar: cresceu 31,1% no período, bem à frente do aumento de 17,5% da Renault, o terceiro melhor número da lista. A montadora italiana é outra que precisou se adaptar à falta de peças: sua estratégia incluiu a busca por novos fornecedores, troca de materiais e frete por avião. Para conhecer em detalhes todas as razões do crescimento da Fiat neste ano, clique aqui nesta análise.
NO PELOTÃO DE BAIXO
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Antes que alguém sinta falta de marcas que possam ter apresentado desempenho melhor no mercado, é bom lembrar que o ranking acima foi elaborado apenas com as 10 maiores fabricantes, a partir da compilação da evolução das marcas entre janeiro e maio. Montadoras menores até atingiram crescimentos superiores, mas também têm uma base muito pequena e qualquer variação gera um percentual maior.
É o caso da Citroën, que subiu de 810 unidades vendidas em janeiro para 1.906 em maio, o que significa um aumento de 135%. O mesmo também vale para a Peugeot, que ampliou seu mercado em 62,4%, ao saltar de 1.557 para 2.528 veículos. Para as empresas com menor volume de venda, é sempre mais fácil contornar a crise dos semicondutores, pois um lote pequeno de peças pode representar uma parte expressiva da produção.
Justiça deve ser feita à Caoa Chery, que não entrou na lista acima porque não estava no ranking dos 10 maiores de janeiro, mas entrou no de maio, justamente na 10ª posição, devido à queda da Ford. Como passou das 2.292 unidades de janeiro para as 3.186 unidades em maio, ela registrou um notável crescimento de 39%.