Por Alexandro Martello, G1 — Brasília


A economia brasileira cresceu pelo quarto mês consecutivo em agosto, segundo números divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Banco Central.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou crescimento de 1,06% em agosto, na comparação com julho. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.

Na comparação com agosto do ano passado, porém, o indicador registrou uma contração de 3,92%, informou o Banco Central.

Além disso, os números apontam para uma desaceleração no ritmo de crescimento. Em julho, a economia avançou 3,71% (número revisado) na comparação com junho.

Evolução do IBC-Br
Em %, na comparação com o mês anterior (após ajuste sazonal)
Fonte: Banco Central

Ainda de acordo com o BC:

  • Com o crescimento registrado em agosto, o IBC-Br atingiu 134,05 pontos, abaixo do patamar de fevereiro, ou seja, de antes da pandemia (139,92 pontos);
  • No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, o índice de atividade econômica registra retração de 5,44% - sem ajuste sazonal.
  • Já em 12 meses até agosto de 2020, houve queda de 3,09% – também sem ajuste sazonal.

Os resultados do IBC-Br, neste ano refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, sentidos com maior intensidade na economia em março e abril. De maio em diante, os números mostram o início de uma reação.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

FMI reduz previsão de queda do PIB, em 2020

FMI reduz previsão de queda do PIB, em 2020

PIB x IBC-Br

Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.

O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), cautela na análise de novos cortes de juros.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!