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ANÁLISE

Queda no desemprego é boa notícia, mas inflação reduz poder de compra

Rafael Bevilacqua

01/06/2022 09h13

Esta é a versão online da edição de hoje da newsletter Por Dentro da Bolsa, que fala sobre a surpreendente queda no desemprego, mas acompanhada de redução dos rendimentos, e traz mais destaques de investimentos. Para receber esse e outros boletins diretamente no seu email, cadastre-se. Os assinantes UOL ainda têm direito a mais duas newsletters exclusivas sobre investimentos.

Os mercados brasileiros foram surpreendidos com uma notícia positiva na terça-feira (31): o desemprego recuou para 10,5% no trimestre encerrado em abril, de 11,1% no levantamento referente ao primeiro trimestre. Esse é o melhor resultado para o período desde o trimestre encerrado em abril de 2015, quando a taxa estava em 8,1%.

Além disso, o número de pessoas ocupadas no período foi o maior da série histórica iniciada em 2012, totalizando 96,5 milhões de trabalhadores. O número de profissionais com carteira assinada cresceu 2% com relação ao trimestre anterior, e chegou a 35,2 milhões.

Os números vieram melhores do que o esperado, e sinalizam que o mercado de trabalho brasileiro vem se recuperando dos efeitos da pandemia do coronavírus em ritmo mais acelerado do que indicavam as projeções.

Entretanto, apesar do número de pessoas empregadas ter crescido, nota-se que os salários são menores. O rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro no trimestre ficou em R$ 2.569, redução de 7,9% em comparação ao mesmo período de 2021, quando o rendimento médio era de R$ 2.790.

Para entender essa redução dos salários, é preciso levar em consideração que a população de baixa renda foi a mais afetada pelas demissões em massa ocorridas durante a pandemia, o que inclusive levou a um aumento do rendimento médio do trabalhador durante o período mais crítico da crise sanitária.

Isso ocorreu não porque as pessoas estavam ganhando mais, mas sim porque aqueles que ganham mais conseguiram manter seus empregos, enquanto a parcela mais pobre da população sofria com o desemprego e com a dependência dos auxílios do governo.

Agora, em meio à retomada da atividade econômica, esses trabalhadores estão pouco a pouco voltando ao mercado de trabalho, fazendo com que a média salarial apresente tendência de recuo no curto prazo.

Ainda assim, toda a força de trabalho do país tem sofrido com a perda do poder de compra decorrente da alta da inflação, que tem reduzido o consumo e obrigado as famílias a reorganizarem seus orçamentos.

De qualquer maneira, a recuperação do mercado de trabalho é um sinal positivo, e mostra que o Brasil tem condições de deixar para trás não apenas a crise do coronavírus, mas também a crise político-econômica do biênio 2015-2016.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre as perspectivas para o setor de shopping centers do Brasil.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.