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    Dólar mais caro faz busca pela moeda cair 25% no Brasil

    Queda foi observada nos primeiros 25 dias de maio em relação ao mesmo período de abril, aponta levantamento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam)

    Lucas Janoneda CNN

    Rio de Janeiro

    A procura de brasileiros por dólar registrou uma queda de 25% em maio, até esta quarta-feira (25), frente ao mesmo período de abril – mês com a maior demanda pela moeda norte-americana desde o início da pandemia de Covid-19.

    A explicação: a alta do câmbio nas últimas semanas. Os dados são de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Câmbio (Abracam) nesta quarta-feira (25), a pedido da CNN.

    Principal motivo da queda no movimento nas casas de câmbio em maio, o preço do dólar chegou a ultrapassar R$ 5,15 na primeira semana do mês. Em contrapartida, em abril, foi possível comprar a moeda por até R$ 4,60. Atualmente, o dólar está em aproximadamente R$ 4,80.

    De acordo com a presidente executiva da Abracam, Kelly Massaro, a queda na demanda pela moeda só não foi menor devido à proximidade com o mês de julho, período de férias escolares, em que as famílias costumam viajar para o exterior.

    “Quando o custo do dólar começa a subir um pouco, como foi o caso no mês de maio, as pessoas param de comprar a moeda, recua um pouco o interesse, diferente do que aconteceu em abril. Mas acredito que a procura pelo dólar deva se restabelecer em um patamar mais alto, até porque a moeda voltou a cair e porque as férias de julho estão chegando”, contextualizou Kelly Massaro.

    A alta no preço do dólar e, consequentemente, a menor procura entre os brasileiros estão diretamente ligadas ao arrefecimento da guerra entre Ucrânia e Rússia, que teve início há pouco mais de três meses. É o que avalia o coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV, Ricardo Teixeira.

    Segundo ele, apesar de a situação na Ucrânia ser grave, por causa da invasão russa, o fato de não ter ocorrido agravamento da escalada de tensão no conflito proporciona estabilidade ao dólar, que deixa de ter motivos para alta.

    O professor ainda destaca que, embora a situação no leste europeu não esteja “calma”, a expectativa é que não aconteça uma escalada de tensões no curto prazo.

    “A baixa procura do dólar se deve, provavelmente, pela redução da escalada da guerra na Ucrânia. A possibilidade da adesão de novos países no conflito ou a expectativa de utilização de armas nucleares diminuiu ao longo das últimas semanas. E isso, de certa forma, reduz a pressão internacional sobre o dólar”, ressaltou Teixeira.