Pandemia desafiou a Lear a fortalecer a cultura interna e o senso de pertencimento

Luciene Sanfilippo, vice-presidente de RH e comunicação da companhia, fala das práticas que levaram a empresa a figurar entre as Melhores para Trabalhar

Por GIOVANNA RIATO, AB
  • 09/02/2021 - 18:40
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
  • 4 minutos de leitura


    A Lear Corporation foi uma das organizações reconhecidas no destaque automotivo das Melhores Empresas para Trabalhar – Indústria, elaborado pelo Great Place To Work (GPTW) em parceria com Automotive Business. A companhia se destacou pela performance em gestão de pessoas e cultura na fábrica de Goiana (PE).



    - Clique aqui para ver a cobertura completa das Melhores Empresas para Trabalhar do Setor Automotivo



    “O mais importante, quando pensamos a gestão de pessoas e da cultura interna da companhia, é manter o nosso colaborador próximo de seus líderes, gestores e colegas, mesmo à distância. Criar este senso de união e pertencimento foi um desafio grande que o trabalho remoto nos proporcionou”, conta Luciene Sanfilippo, vice-presidente de RH e comunicação na América do Sul.

    Na entrevista a seguir, a executiva fala das práticas e iniciativas que colocaram a empresa entre as Melhores para Trabalhar do Setor Automotivo:

    Quais aspectos da cultura interna a Lear entende que mais contribuíram para a companhia estar entre as melhores empresas para trabalhar? Quais são as práticas-chave para a empresa?



    Luciene Sanfilippo, vice-presidente de RH e comunicação na América do Sul - Sem dúvida o nosso foco nas pessoas representa um pilar muito importante na nossa cultura e, consequentemente, no resultado da pesquisa. Somos uma empresa people-oriented e acreditamos que o bom resultado é reflexo de um time engajado e que se vê representado e valorizado dentro da companhia. Nosso foco em diversidade funciona como um agente fundamental para que nossa gente se sinta, cada vez mais, parte da Lear.

    Em linha com a nossa visão: tornando cada direção melhor, na Lear atuamos para promover práticas que geram boas experiências aos nossos colaboradores. Nossa base é o cuidado, a escuta ativa e o respeito. Desde o momento em que iniciamos o processo seletivo, com um olhar para diversidade, equidade e inclusão temos aprimorado nossas práticas, entre elas: realizando entrevista em libras para atração de pessoas com deficiência auditiva, seleção por competências visando maior equidade entre gêneros, raças e etnias.

    Oportunidades de desenvolvimento também são destaque na organização: programas como o de jovem aprendiz, estágio e trainee. Programas de incentivo à educação, que possibilitam a conclusão do ensino superior, além de pós-graduação e idiomas. Programas de geração de ideias que reconhecem e implementam sugestões dos colaboradores para facilitar nossos processos e aprimorar o dia a dia de trabalho. Desenvolvimento de lideranças, encontros que promovem escuta ativa como café com o gerente, Conexão Nossa Gente (nossos VPs presencialmente interagindo com a operação), Lunch & Learn (encontros informais para compartilhar, gerar aprendizados, ouvir os colaboradores), entre muitos outros.

    Com base em nosso modelo de liderança, inspiramos as pessoas a darem o seu melhor e serem felizes em nossa organização, aproveitando todas as oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional.



    Há questões e práticas específicas da fábrica de Goiana que vocês gostariam de destacar?



    O trabalho de transformação cultural conduzido na nossa planta de Goiana é algo que enxergamos com bastante destaque. Dentro deste movimento, podemos citar a ação de desenvolvimento de líderes que implementamos para capacitar ainda mais esse grupo de colaboradores, que nomeamos Trilhas da Liderança. Em paralelo, também destacamos as ações de comunicação que são cascateadas desde os gestores até os colaboradores nas linhas de produção.

    O engajamento que nossos colaboradores vêm demonstrando na planta nos dá a certeza de que estamos construindo uma cultura interna que acolhe e valoriza a nossa gente.





    Em Goiana, a relação próxima da liderança com as equipes é uma de nossas fortalezas. Começando pelo atual gerente da unidade, Luiz Roberto Pires, que conhece cada operador por nome, conhece suas histórias de vida e é muito presente na operação não importa o dia e horário, para suportar as necessidades do cliente sempre engajando a equipe. A motivação do time é contagiante. Outra prática que merece ser mencionada é a atuação da Lear e dos colaboradores da fábrica de Goiana apoiando as comunidades no entorno.

    Existe a percepção de que uma cultura interna robusta, com gestão de pessoas adequada, acelera a inovação. Como é esta vivência na Lear? Vocês detectam esta correlação?



    Com certeza acreditamos que a gestão de pessoas é a chave para estimular que nossos colaboradores criem, cocriem, compartilhem e sejam cada mais inovadores dentro das suas áreas. A valorização da contribuição de cada profissional e das relações de colaboração entre os times é fundamental para que a inovação dentro de uma organização deixe de ser um desafio e passe a ser uma consequência natural do trabalho.

    Todos os dias incentivamos e reconhecemos os bons resultados da nossa gente, e buscamos oferecer suporte para que estes resultados sejam alcançados, seja por meio de um canal aberto de comunicação com a liderança ou com novas ferramentas e programas, como o Kaizen, o Ideiação (nosso programa de sugestão de ideias) e o World Class Manufacturing (WCM). A inovação faz parte da nossa rotina e está presente em nosso DNA.

    Como a Lear superou os desafios da gestão de pessoas em um ano tão peculiar quanto 2020? Quais foram as principais ações?



    O ano passado, sem dúvidas foi desafiador para todos. Nós, na Lear, mantivemos o foco na nossa gente e nos dedicamos a encontrar soluções que atendessem às pessoas dentro de suas mais variadas particularidades. A partir da identificação dos principais riscos decorrentes da pandemia, traçamos estratégias que pudesse mitigá-los ou até extingui-los.

    Mantemos um monitoramento de grupos de risco mapeando nossos colaboradores e familiares e criamos guias, manuais e ebooks sobre cuidados com a saúde. Além disso, oferecemos cursos e treinamentos comportamentais e a testagem regular dos nossos colaboradores, bem como oferecemos transporte seguro para todos aqueles que, devido a sua função, precisassem estar fisicamente em nossas plantas. Em todas as nossas unidades adaptamos as nossas instalações, para garantir o distanciamento social e as condições necessárias de higienização -- além da disponibilização dos EPIs, como máscaras descartáveis e faceshields.

    Além de manter todos os cuidados com a saúde e segurança no ambiente de trabalho a Lear desenvolveu canais para uma comunicação próxima entre líder e equipes, incluindo as que estavam em trabalho remoto, para acompanhar saúde física e emocional, promovendo auxílio especializado quando necessário.

    A pandemia acelerou uma série de mudanças na forma como as pessoas conduzem suas vidas profissionais. Diante disso, como a Lear está trabalhando para construir o futuro do trabalho? Qual é a visão para a gestão de pessoas e da cultura interna nos próximos anos?



    Profissionalmente falando, o que notamos foi uma boa adaptabilidade ao trabalho remoto por parte dos nossos profissionais que tinham essa possibilidade. Por outro lado, não podemos deixar de lado o fato de que somos uma indústria e, portanto, nossos colaboradores em nossas fábricas são fundamentais para o negócio.

    O mais importante, quando pensamos a gestão de pessoas e da cultura interna da companhia, é manter o nosso colaborador próximo de seus líderes, gestores e colegas, mesmo à distância. Criar este senso de união e pertencimento foi um desafio grande que o trabalho remoto nos proporcionou, mas que, na Lear, enfrentamos como uma nova oportunidade de desenvolvimento e melhoria das nossas práticas.



    Constantemente procuramos ouvir nossas pessoas e aprimorar, cada vez mais, nosso ambiente de trabalho, de modo que nosso time se sinta cada vez mais inspirado a impulsionar as mudanças nas quais acreditamos.