Economia Titulo Números
Brasil perde 11% do PIB com sonegação de impostos no comércio informal

Estudo mostra que sonegação e evasão de impostos correspondem a duas vezes o investimento federal em saúde e educação

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
10/11/2021 | 12:06
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


O comércio informal causou ao Brasil prejuízo que varia entre R$ 460 bilhões e R$ 600 bilhões em 2020. Valores correspondentes à evasão ou a não arrecadação de impostos, e que correspondem a 11% do PIB (Produto Interno Brasileiro) ou duas vezes a parcela do orçamento federal destinada às áreas de saúde e educação. Os dados foram apresentados ontem pelo IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo).

“O modelo tributário brasileiro incentiva a informalidade. Temos de simplificar isso. Da forma como está, ninguém vai querer se formalizar. Nós não queremos combater o pequeno (comerciante), mas sim que seja simplificado o que hoje se chama de manicômio tributário”, afirmou o presidente do IDV, Marcelo Silva.

O estudo, que foi desenvolvido pelo Mackenzie, mostra que a informalidade no Brasil chega a 42% da população brasileira, o que representa 20 pontos percentuais acima do que ocorre nos 38 países que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). E revela ainda que, dos cerca de 213 milhões de brasileiros, apenas 50 milhões estão no mercado formal.

A pandemia de Covid-19 acelerou o crescimento nas vendas on-line e também fez aumentar a informalidade. Seja pela oferta de produtos pelos cross-borders (comerciantes de fora do País) ou pelas chamadas ‘sacoleiras digitais’, que oferecem seus produtos em sites de venda, redes sociais ou aplicativos de mensagem. “A sacoleira digital é a profissão que mais cresce no Brasil. De casa, com todo conforto, ela compra os mais diversos produtos, de vendedores que colocam na etiqueta um preço abaixo do limite de impostos de importação e esse produto chega custando um terço do que é importado legalmente”, declarou Flávio Rocha, conselheiro do IDV.

Ele nomeou a oferta desses itens como “camelódromo digital”. “Antes o vendedor informal montava as barraquinhas na porta dos nossos comércios. Agora, é uma instituição gigantesca que expulsa os empregos”, declarou.

O IDV foi criado em 2004 por empresários e presidentes de algumas das maiores empresas de varejo do Brasil com a intenção de fortalecer e representar as empresas do segmento. O instituto reúne 76 grandes marcas. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;