O ex-senador Armando Monteiro, também ex-presidente da CNI, uma das entidades que vinham fazendo pressão para se prolongar a discussão sobre a reforma do Imposto de Renda e fazer ajustes no texto, diz agora que a proposta não deveria ser votada porque foi “desfigurada após todas as mudanças que ocorreram desde a apresentação da primeira versão pelo governo”.
Segundo ele, caso passe ao Senado, haverá mais pressão para que não seja aprovada na Casa ou sofra alteração profunda.
“O projeto ficou absolutamente inconsistente no seu conjunto e do ponto de vista da indústria e dos setores produtivos. Está longe de estar aceitável. Não deveria deveria ser votado. Deveria ser discutido de forma mais cuidadosa por uma comissão especial assegurando audiência ampla dos setores”, diz Monteiro, hoje conselheiro emérito da CNI.
O texto, proposto pelo governo, sofreu diversas alterações no último mês, mas ainda enfrenta resistências.
A CNI vinha dizendo que o projeto ia na direção correta, mas pedia ajustes no texto, como a redução maior no imposto cobrado das empresas e a taxação de dividendos com alíquota inferior ao que previsto.
Pediu também a manutenção do mecanismo do JCP (Juros sobre Capital Próprio), forma de distribuição de lucro a acionistas e que permite dedução de imposto pelas empresas.
O projeto também é alvo de reclamações de diversos setores, além de governadores e prefeitos, que receiam perder arrecadação.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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