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Fomento Paraná está com inadimplência de 22,5% entre os empreendedores que buscaram empréstimo no pacote emergencial da pandemia.
Fomento Paraná está com inadimplência de 22,5% entre os empreendedores que buscaram empréstimo no pacote emergencial da pandemia.| Foto: Geraldo Bubniak / AEN

Quanto menor o negócio, maior a dificuldade do empreendedor paranaense em pagar o empréstimo tomado no pacote econômico emergencial de cerca de R$ 1 bilhão lançado pelo governo do Paraná no início da pandemia, em março de 2020. A constatação é feita pelo nível de inadimplência nos dois principais fornecedores dos créditos emergenciais do estado.

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No Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a inadimplência é praticamente nula nos empréstimos que tinham valor mínimo de R$ 200 mil e máximo de R$ 1,5 milhão. Já na Fomento Paraná, onde a média de pelo menos metade dos empréstimos variou entre R$ 5 mil e R$ 6 mil, com teto de R$ 200 mil dependendo da linha de crédito, a inadimplência está em 22,5%.

O BRDE destinou R$ 317 milhões ao programa emergencial Recupera Sul para criar capital de giro de longo prazo nas empresas. Entre as micro e pequenas empresas que buscaram ajuda no Recupera Sul, apenas 0,39% estão com parcelas atrasadas há 90 dias ou mais. Se for levado em conta apenas as empresas de comércio e serviços, a quantidade de empreendedores que não conseguem quitar a dívida com o BRDE é ainda menor: somente 0,14%.

O presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski, afirma que a inadimplência baixa chamou a atenção, já que em 60 anos o banco nunca havia operado linhas de capital de giro total, ainda mais para pequenas e micro empresas. "Tradicionalmente, o BRDE trabalha com operações mais estruturadas. Entramos nessa operação justamente pelo quadro emergencial da pandemia, porque muitos bancos comerciais cortaram crédito nesse período", explica Lipski. "A inadimplência nessas linhas emergenciais está abaixo da própria inadimplência geral do BRDE, de todos os contratos firmados pelo banco, que é de 0,51%", compara o presidente do banco regional.

A Fomento Paraná disponibilizou o total R$ 328,2 milhões de empréstimos emergenciais, sendo praticamente metade, R$ 145 milhões, para empreendimentos informais, MEIs e micro empresas. Foram 30 mil contratos nessa linha em que os pequenos e microempreendedores puderam captar créditos de até R$ 6 mil em 2020 e de até R$ 5 mil em 2021. A Fomento Paraná também liberou R$ 10 milhões da linha Paraná Recupera/Transportes para proprietários de vans de transporte escolar, turismo e fretamento de empresas que não puderam trabalhar durante as restrições sanitárias. Nesse caso, o teto dos empréstimos era de R$ 10 mil, que foram cedidos a 1.125 empreendedores.

Nessas duas linhas de crédito, a inadimplência está em 22,5%. Na avaliação do diretor jurídico e CRO da Fomento Paraná, Nildo Lübke, a situação é delicada e demonstra que, apesar da recuperação neste início de 2022, a economia segue em nível abaixo do esperado, com problemas estruturais e conjunturais em nível nacional. Porém, avalia ele, há perspectiva de melhora a médio e longo prazo justamente pela retomada econômica que veio com o avanço do cenário epidemiológico.

"Apesar das dificuldades econômicas estruturais, as instituições financeiras têm buscado reaver os valores liberados. De todo modo, há uma certa dificuldade, dadas as circunstâncias, que se espera, sejam superadas em médio prazo", avalia Lübke.

O diretor jurídico ressalta que a Fomento Paraná vem buscando renegociar as dívidas dos empréstimos emergenciais, com a possibilidade de alongamento de prazos de pagamento para até 60 dias, dependendo do caso, sem alterar as taxas de juros. "O objetivo é não onerar ainda mais os empreendedores e ao mesmo tempo assegurar que seus empreendimentos possam se manter adimplentes e em dia com as obrigações junto ao mercado financeiro", aponta.

"É importante ressaltar que a instituição cumpriu seu papel. No momento em que a sociedade paranaense mais precisava, foram colocados recursos à disposição de milhares de pequenos negócios, que assim puderam manter suas portas abertas, com alguma renda e podendo pagar salários de seus empregados", concluí o representante da Fomento Paraná.

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