Setor Automotivo

Recursos para financiamento de veículos crescem 25%

Levantamento da Anef aponta que foram disponibilizados quase R$ 197 bilhões. Expectativa para 2022 é de mais crescimento

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Redação AB
  • 21/02/2022 - 18:02
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    O financiamento de automóveis em 2021 teve aumento considerável no volume de recursos. Balanço da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) mostra que o total de recursos liberados pelas instituições financeiras que atuam nas vendas a prazo do setor automotivo no ano passado foi 25,7% maior que o registrado em 2020.

    De acordo com a entidade, os recursos para financiamento de veículos somaram R$ 196,8 bilhões em 2021, ante os 156,7 bilhões registrados em 2020. O número é comemorado pelo segmento, ainda mais diante de um ano de pandemia e ainda de crescimento tímido na venda de automóveis e comerciais leves.

    Aumento nos prazos e carros usados ajudaram setor

    Para a Anef, a flexibilização dos planos de pagamento, com o aumento de opções com o prazo de até 72 meses, além das parcelas variáveis, foram as principais razões para o mercado de financiamento de veículos manter o crescimento. O aquecimento do mercado de carros usados também colaborou.

    "O setor mostrou uma capacidade muito grande de absorver o cenário desfavorável e entender as necessidades dos consumidores. Apesar de a compra dos veículos novos ser o carro-chefe, a negociação de usados desempenhou um papel importante na manutenção da alta dos números totais", explica Paulo Noman, presidente da Anef.

    Para o ano de 2022, a perspectiva da Anef é positiva, com crescimento de 10% dos recursos liberados pelas financeiras de veículos em R$ 216,4 bilhões.

    Crédito direto puxa crescimento

    O saldo total das carteiras também manteve crescimento: R$ 334,6 bilhões em 2021, aumento de 17,3% em relação aos R$ 285,2 bilhões. A modalidade de CDC (Crédito Direto para o Consumidor) continua a responder pela maior parte dos financiamentos. Totalizou R$ 332,1 bilhões do saldo das carteiras, com aumento de 17,6% na comparação com o ano anterior.

    O Leasing, que já mostrava menor participação no balanço anual, perdeu volume. Foram 2,5 bilhões no ano passado, 13,8% a menos que em 2020. 

    Vendas à vista de automóveis representaram metade das operações

    Curiosamente, pelos números da Anef, as vendas à vista cresceram em termos de participação no segmento de veículos de passeio e comerciais leves. Elas representaram metade das negociações, enquanto a soma dos Financiamentos CDC respondeu por 46% e o Consórcio representou 4%.

    No recorte de veículos comerciais (caminhões e ônibus), o CDC foi a opção mais procurada, com 45% do total. As vendas através do Finame tiveram queda na participação para 25%, mesmo mix dos pagamentos à vista. As negociações por meio do Consórcio permaneceram em 4% e o Leasing obteve 1%.

    Já nas vendas de motocicletas verificou-se um crescimento de participação da modalidade do Consórcio nas transações de 2021: 32% frente aos 28% de 2020. Por sua vez, as vendas financiadas no setor de duas rodas representaram 37% (contra 41% em 2020), enquanto as negociações com pagamento à vista mantiveram-se em 31%.