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Controlar inflação é melhor forma de ajudar crescimento, diz Campos Neto

Campos Neto: "Se a inflação sair do controle e desancora, todo o resto das variáveis macroeconômicas se desorganiza muito rápido" - Marcos Corrêa/PR
Campos Neto: "Se a inflação sair do controle e desancora, todo o resto das variáveis macroeconômicas se desorganiza muito rápido" Imagem: Marcos Corrêa/PR

Luana Maria Benedito

Em São Paulo

15/02/2022 08h24

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Capos Neto, disse ontem em entrevista à GloboNews que manter a inflação sob controle é a melhor forma de ajudar o crescimento econômico a longo prazo.

Questionado se o BC poderia adotar uma estratégia de política monetária mais "suave" para evitar prejudicar a atividade brasileira, Campos Neto afirmou que a melhor forma de ajudar o crescimento de forma sustentada e estrutural é fazer com que a inflação fique sob controle.

"Se a inflação sair do controle e desancora, todo o resto das variáveis macroeconômicas se desorganiza muito rápido. E, como o país tem uma memória inflacionária muito viva, a forma como isso é desorganizado é muito mais acelerada", disse ele.

"Nossa principal missão é a inflação... Entendemos que o instrumento que nós temos é eficiente e vamos usá-lo."

O Banco Central deu início em março do ano passado a um agressivo ciclo de aperto monetário, tirando a taxa Selic de uma mínima histórica de 2%. Atualmente, os juros estão em 10,75% ao ano, e a autarquia já indicou na última reunião do Copom que haverá mais aumentos à frente.

Na entrevista à GloboNews, Campos Neto repetiu projeção feita na semana passada de que o pico da inflação em 12 meses no Brasil deve ocorrer entre abril e maio, mas afirmou que há riscos que podem mudar essa estimativa — já revisada outras vezes pelo presidente do BC —, como eventual extensão da bandeira tarifária de escassez hídrica.