Por Darlan Alvarenga, G1


A economia brasileira encolheu 4% em 2020, na comparação com 2019, segundo dados do Monitor do PIB, divulgados nesta sexta-feira (19) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

"Na análise trimestral, o PIB apresentou, na série com ajuste sazonal, crescimento de 3,4% no quarto trimestre, em comparação ao terceiro trimestre, mostrando aceleração da atividade econômica no final do ano. Em relação ao quarto trimestre de 2019, o PIB apresentou retração de 0,8%", informou a FGV.

O resultado oficial do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, será divulgado no dia 3 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na semana passada, o Banco Central mostrou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) da instituição, considerado uma "prévia" do resultado do PIB, registrou uma retração de 4,05% em 2020.

Confirmadas as projeções, o tombo histórico do PIB em 2020 será a maior contração desde o início da série histórica do IBGE, que começou em 1996, superando a queda de 3,5% registrada em 2015. Antes de 1996, o PIB era calculado pela FGV. Na série iniciada em 1948, as maiores quedas foram as de 1981 e 1990, quando houve uma retração de 4,3% em ambos os anos.

"O resultado do PIB de 2020 interrompeu a trajetória de crescimento que se estendia por três anos e retornou ao patamar de 2016. A preços constantes de 2020, o PIB de 2020, embora seja um pouco maior que o de 2016, ainda é inferior aos do período 2017 a 2019", destacou a FGV.

No 4º trimestre, a economia teve crescimento de 3,4% na comparação com os 3 meses anteriores, mas o avanço não fui suficiente para compensar as perdas expressivas registradas na primeira parte do ano. O desempenho entre outubro e dezembro mostrou também uma perda do ritmo de recuperação em meio à redução do auxílio emergencial e alta da inflação de alimentos. Veja gráfico abaixo:

Monitor do PIB trimestral — Foto: Economia G1

Tombo generalizado

Segundo a FGV, pela ótica da produção, dos três grandes setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços), apenas a agropecuária cresceu no ano (2%).

Pela ótica da demanda, todos os componentes retraíram, com destaque para o consumo das famílias com retração de 5,2% no ano e investimentos, com queda de 2,9%.

Perspectivas para 2021

Para 2021, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para a alta do PIB de 3,47% para 3,43%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Indicadores antecedentes têm mostrado uma desaceleração do ritmo de recuperação da atividade econômica neste começo de ano em meio ao término das medidas de auxílio governamental, desemprego elevado e preocupações com a situação fiscal do país, e analistas projetam uma retração do PIB no 1º trimestre.

"Os desafios para 2021 mostram-se grandes a partir deste cenário, tendo em vista que devido ao crescimento lento de 2017-2019 a economia não havia sido capaz de recuperar as perdas da recessão de 2014-2016. Com o choque adverso enfrentado em 2020, que ainda não foi totalmente eliminado, os resultados de 2014, pico da série histórica, parecem cada vez mais distantes de serem alcançados.” afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

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