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Patinete elétrico é modal de micromobilidade que gera mais ferimentos, diz estudo

Apesar disso, modal apresenta menos mortes que bicicletas e motos

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Victor Bianchin, AB
  • 13/04/2022 - 17:47
  • | Atualizado há 1 ano, 11 meses
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             Falta de fiscalização no uso dos equipamentos de segurança pode estar entre causas de ferimentos / Foto: Dirk Vorderstraße (CC BY 3.0)

    Um novo estudo publicado na revista científica Plos One aponta que, entre os modais de micromobilidade, patinetes elétricos são os que geram mais ferimentos em seus usuários. A pesquisa analisou 36 mil prontuários clínicos ao longo de sete anos (entre 2014 e 2020) na região metropolitana de Los Angeles (EUA) e detectou que 1.350 dos ferimentos foram causados por patinetes eletrificados.

    Isso resulta em 115 ferimentos emveículos do tipo a cada 1 milhão de viagens na região analisada. É mais do que as motos (104 ferimentos a cada 1 milhão de viagens), as bicicletas (15 ferimentos a cada 1 milhão de viagens), os automóveis (8 ferimentos a cada 1 milhão de viagens) e as caminhadas a pé (2 ferimentos a cada 1 milhão de viagens). O estudo ressalva, porém, que os dados para os outros modais foram retirados de relatórios de segurança pública, “os quais podem capturar apenas um grupo de ferimentos mais severos”, segundo o texto.

    Apesar do maior número de ferimentos, as viagens de patinetes elétricos apresentam um índice de apenas 19 mortes a cada 100 milhões de viagens, o que é menos do que as bicicletas (21 mortes por 100 milhões de viagens) e as motocicletas (537 mortes por 100 milhões de viagens). Não foram fornecidas estatísticas de mortalidade para viagens com carro ou a pé.

    Falta de experiência pode gerar insegurança

    Em termos de gravidade dos ferimentos, o estudo detectou que 30% dos feridos precisaram de mais de uma visita médica para tratarem seus machucados, 73% precisaram de raio-x, 29% precisaram de formas avançadas de exames por imagem (ultrassom, ressonância magnética, tomografia), 16% precisaram de procedimentos que necessitavam de anestesia e 6% precisaram ser internados. Apenas duas mortes foram registradas, ambas porque as vítimas foram atingidas por automóveis.

    O estudo ainda aponta que a proliferação da oferta de serviços de patinetes elétricos na região aumentou a incidência de ferimentos. Em 2018, eram 13 casos por ano, mas em 2019, já eram 672 casos anuais.

    “A alta prevalência de ferimentos que encontramos entre motoristas de patinetes pode refletir a relativa inexperiência dos usuários e a dificuldade entre fornecer e fiscalizar o uso de equipamento de segurança entre os adeptos dos veículos compartilhados”, pondera o texto da pesquisa, dizendo também que uma das causas para o número pode ser a evolução ligeira da tecnologia, que estaria avançando mais rapidamente que as regulamentações de segurança.