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    Nova variante do coronavírus deixa pesquisadores sul-africanos em alerta

    Nova cepa, chamada de C.1.2, ainda não foi classificada pela OMS como 'variante de preocupação', mas cientistas afirmam ter encontrado semelhanças com variantes Alfa, Beta e Gama

    Cientistas sul-africanos afirmam ter encontrado nova cepa do coronavírus que guarda semelhanças com outras variantes
    Cientistas sul-africanos afirmam ter encontrado nova cepa do coronavírus que guarda semelhanças com outras variantes Foto: Phil Noble/Reuters

    Maggie Foxda CNN

    Pesquisadores de genética que têm procurado por novas variantes do coronavírus dizem ter encontrado uma nova linhagem preocupante que carrega muitas das mesmas características de outras cepas, incluindo Alfa, Beta e Gama.

    A variante que eles estão observando, chamada C.1.2, apareceu em toda a África do Sul, bem como em sete outros países da África, Ásia e Pacífico, relatam os pesquisadores.

    Eles ainda não têm certeza se as mutações podem deixar a cepa mais perigosa, mas a C.1.2 carrega mudanças que deram a outras variantes maior transmissibilidade e a capacidade de escapar da resposta do sistema imunológico em algum nível.

    Ter mais mutações não significa necessariamente mais perigo – algumas mutações podem enfraquecer um vírus e é a combinação de mudanças que pode definir se um vírus se torna mais eficiente.

    Os pesquisadores explicam ainda que uma mutação extra pode cancelar os efeitos de outra.

    Mas a equipe, que inclui a virologista Penny Moore, do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, afirma estar acompanhando isso de perto.

    “No momento, estamos avaliando o impacto desta variante na neutralização de anticorpos após a infecção por SARS-CoV-2 ou vacinação contra SARS-CoV-2 na África do Sul”, escreveram os pesquisadores em um relatório, publicado online como um pré-print – ainda sem a revisão dos pares.

    “Esta variante foi detectada durante a terceira onda de infecções na África do Sul de maio de 2021 em diante e foi detectada em sete outros países na Europa, Ásia, África e Oceania. A identificação de novas variantes do SARS-CoV-2 está comumente associada a novas ondas de infecção.”

    É muito cedo para a variante ser designada como variante de interesse ou variante de preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), então ela ainda não tem uma designação de alfabeto grego.

    A OMS atualmente cita quatro variantes preocupantes, que são mais facilmente transmitidas, afetam a gravidade da doença ou evitam testes, vacinas ou tratamentos: Alfa ou B.1.1.7; Beta ou B.1.351; Gama ou P.1; e Delta ou B.1.617.2.
    Variantes de interesse, que têm mutações preocupantes e causaram grupos de doenças, incluem Eta ou B.1.525; Iota ou B.1.526; Kappa ou B.1.617.1 e Lambda ou C.37, de acordo com a OMS.

    Maria van Kerkhove, líder técnica da Covid-19 da OMS, observou que muito poucas pessoas diagnosticadas com coronavírus foram infectadas com a variante C.1.2.

    “Até o momento, existem cerca de 100 sequências de C.1.2 relatadas globalmente, os primeiros relatos são de maio de 21 da África do Sul”, disse ela no Twitter.

    “Neste momento, C.1.2 não parece estar aumentando em circulação”, acrescentou ela. Kerkhove disse que a OMS atualizará as pessoas em seu site e por meio de entrevista coletiva se isso mudar.

    Enfermeira sul-africana cuida de paciente internado com coronavírus
    Enfermeira cuida de paciente internado após contrair variante do novo coronavírus / Foto: Reuters

    “O monitoramento e a avaliação de variantes são contínuos e extremamente importantes para entender a evolução deste vírus na luta contra a Covid-19 e na adaptação de estratégias conforme necessário”, acrescentou ela. Até agora, a variante Delta ainda é dominante, disse Van Kerkhove.

    Algumas variantes, como Alpha e Delta, se espalharam rapidamente para se tornar as variantes dominantes em grande parte do mundo.

    Outras se espalharam mais regionalmente, incluindo Beta e Gamma. Outras cepas parecem preocupantes, mas causaram apenas surtos esporádicos.

    Michael Nedelman, da CNN, contribuiu para esta reportagem.
    (Este texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)