(01/05/2022) – A Sandvik Coromant encerrou o exercício de 2021 com crescimento robusto no Brasil. Por questões relativas ao mercado de ações, a empresa não divulga os números, mas Cláudio Camacho, diretor-presidente da subsidiária brasileira, afirma: “Foi um ano muito bom para a Coromant no Brasil”.
O executivo lembra que praticamente todos os principais clientes da empresa reagiram bem no ano passado, comparativamente ao primeiro ano da pandemia, com destaque para a indústria automotiva e, em especial, os fabricantes de máquinas agrícolas, de caminhões e máquinas pesadas. “O setor de pesados é muito importante para nós”, ressalta. “Tivemos alguns percalços com a falta de componentes e semicondutores no segmento de automóveis, o que não impediu o nosso desempenho e, de maneira geral, todos os nossos clientes também cresceram no ano passado”.
Além da retomada do setor industrial, que teve início ainda no ano de 2020, a empresa contou ainda com um importante lançamento que contribuiu para o incremento dos negócios. No ano passado chegaram ao mercado as novas classes de torneamento, 4415 e 4425. “Trata-se de uma nova geração de ferramentas que tem apresentado aumento da vida útil de 30 a 40%”, informa.
“Então, além do crescimento do mercado, também tivemos a introdução dessa linha de torneamento que nos ajudou muito e nos proporcionou aumento do market share em torneamento, que é a principal operação de usinagem em termos de volume”, explica.
2022 – Camacho salienta que, ainda que existam algumas incertezas no mercado hoje, como a continuidade da falta de componentes semicondutores – e não são apenas os chips, mas também estão em falta matérias-primas como fundidos, plástico, borracha – a perspectiva para 2022 segue positiva.
Uma prova é o balanço do primeiro trimestre, recém-divulgado pela matriz, na Suécia, que mostra um crescimento nas vendas do grupo em praticamente todos os mercados. “No Brasil também alcançamos um bom resultado nesse período, com crescimento de dois dígitos”, diz, frisando que, neste ano, a base de comparação é maior.
Por outro lado, o executivo destaca que outros fatores devem contribuir para os negócios da Sandvik Coromant no Brasil este ano. Um deles é o fato de a empresa ter se tornado, segundo Camacho, um fornecedor de soluções ainda mais completas, após as aquisições de empresas desenvolvedoras de softwares de CAD/CAM, como Mastercam, Vericut, Cimatron e Gibbscam.
“A Sandvik tem investido bastante na área digital, com a aquisição de empresas de softwares voltados à manufatura como um todo, e não só para a usinagem, com softwares de planejamento, programação, simulação, verificação…. “, informa. “São produtos que abrem novos horizontes para a empresa, com uma oferta ainda mais completa. Hoje também podemos oferecer aos nossos clientes a possibilidade de uma melhor programação, verificação e otimização, que se traduzem em ganhos de produtividade e competitividade para os clientes”.
Além disso, com a tendência de crescimento da eletrificação da motorização dos veículos, a matriz investiu pesado no desenvolvimento de uma linha completa de ferramentas para a usinagem de alumínio. “Ainda que no Brasil esta tendência ainda não tenha chegado, no que se refere à produção de motores elétricos para veículos, boa parte dos motores à combustão produzidos aqui já são fabricados em alumínio e também aí estamos ganhando participação no mercado”.
Por fim, lembra que nas visitas que tem realizado aos clientes – e o executivo havia acabado de voltar de uma viagem à Região Sul, quando nos concedeu esta entrevista – pode constatar que os clientes estão otimistas. “Nos contatos que tenho tido com os clientes eles estão com uma perspectiva positiva para este ano. É unânime, ninguém está esperando uma retração. As empresas estão investindo, vi muito máquina chegando, muito equipamento novo sendo instalado”, conclui.
