Geraldo Bubniak/AEN – Estado e Capital reativaram centenas de leitos de UTI

Curitiba ultrapassou nesta quarta-feira (16) a marca de 2 mil mortes causadas pela infecção do novo coronavírus, desde o registro do primeiro caso na cidade, em 11 de março. O número corresponde a 2% do total de casos de Covid-19 confirmados entre moradores da cidade. Com os novos dados divulgados pelo boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a capital acumula 2.006 mortes e 99.470 casos, que possivelmente se transformarão em 100 mil com os dados desta quinta-feira (17).

No boletim divulgado ontem, foram mais 1.477 novos casos de Covid-19 e 21 óbitos de moradores da cidade infectados. “Há meses venho dizendo que vidas não voltam, e que, mesmo com todos os nossos esforços para garantia de assistência e de internamento, infelizmente tivemos perdas”, lamentou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak sobre as vidas perdidas.

Curitiba assim como o Paraná teve o pico de casos entre junho e agosto, com estabilização em setembro, queda em outubro e, a partir da segunda quinzena de novembro uma retomada de casos. Os óbitos voltaram a subir em dezembro.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, os meses de novembro e dezembro somam juntas mais de 30% de todos os casos da pandemia no Estado.

Até por isso, desde o início do mês o Paraná está em toque de recolher entre 23 e 5 horas, com a restrição de circulação, venda e consumo de bebidas alcóolicas, entre outras medidas. O decreto do toque de recolher vence hoje, e até ontem a Secretaria de Estado da Saúde não sabia informar se seria prorrogada.
Curitiba retomou a bandeira laranja no final de novembro, e nos dois últimos domingos restringiu o funcionamento da maioria das atividadesna cidade. Amanhã deve ser decidido se essa medida será prorrogada ou não. Tanto o decreto do Estado quanto do município tinham o objetivo de restringir o movimento para evitar aglomerações.

”A pandemia não acabou e as mortes só aumentam. Os hospitais estão lotados. Mais do que nunca é preciso manter os cuidados, o distanciamento social, o uso da máscara, do álcool gel, evitar aglomerações. É hora de cuidar dos entes queridos. A luta é grande. Vamos tomar todos os cuidados em respeito àqueles que estão isolados há nove meses, àqueles que perderam a vida”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, na terça-feira, quando o Estado bateu o recorde de mortes divulgadas em um único boletim, recorde superado ontem. Foram 116 na terça e 199 ontem.

Taxa de letalidade
Das 26 capitais brasileiras, Curitiba está entre as com menor taxa de letalidade, 2%. Índice que também está abaixo da média nacional (2,6%) e mundial (2,2%). Outra taxa abaixo da média nacional é a de pessoas com Covid-19 que necessitam de internamento em Curitiba, hoje são 8%.
“Nada faltou aos que adoeceram pela covid-19 em Curitiba”, disse o prefeito, Rafael Greca.

Boletins Covid-19

Dia 16/12

Curitiba
Novos casos 1.477
Mortes 21
Total
Casos 99.470
Mortes 2.006

Paraná
Novos casos 2.845
Mortes 199
Total
Casos 356.992
Mortes 7.057

Brasil
Novos casos 70.574
Mortes 936
Total
Casos 7.040.608
Mortes 183.735

Vacinação contra o novo coronavírus pode ter início em fevereiro, diz ministro

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a afirmar ontem que, no Brasil, a campanha de vacinação contra o novo coronavírus poderá começar em fevereiro de 2021 caso os laboratórios farmacêuticos cujas vacinas estão em fase adiantada de produção cumpram todas as etapas burocráticas até o fim deste ano. As informações são da Agência Brasil.

“Se mantido o que o Instituto Butantan e a Fiocruz previam, ou seja, se a fase 3 dos estudos e toda a documentação das fases 1 e 2 forem apresentados e os registros das vacinas forem solicitados à Anvisa ainda em dezembro, nós, possivelmente, teremos as vacinas em meados de fevereiro para dar início ao plano [de imunização]”, declarou Pazuello a jornalistas após participar do lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, no Palácio do Planalto, em Brasília.

O plano prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, que receberão duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção. Serão necessárias 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas.

A prioridade será para trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com doenças crônicas (hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, entre outras), professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.

Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio de acordos.

Governo não vai obrigar cidadão, mas lança campanha de conscientização

O Ministério da Saúde intensificará, a divulgação de informações sobre o processo de produção, aprovação, escolha e distribuição de vacinas a serem utilizadas na campanha de imunização contra o novo coronavírus. O objetivo é tranquilizar a população a respeito da eficácia e segurança de qualquer imunizante que a Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) venha a aprovar.

Também informou que o governo não vai obrigar ninguém a tomar a vacina. “Não haverá obrigatoriedade por parte do governo federal em hipótese alguma, e sim campanhas que apresentem a todos o melhor a ser feito. A garantia [de eficácia e segurança] é o que vai fazer com que as pessoas sejam voluntárias”, ponderou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, a primeira fase da campanha de comunicação, entre outras coisas, tem o objetivo de esclarecer a população sobre a importância da imunização, reforçando que as autoridades sanitárias estão tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos brasileiros que receberem a vacina.

“Já a segunda fase ocorrerá efetivamente durante a vacinação, e servirá para convocarmos os grupos que serão vacinados a comparecerem aos postos de vacinação”, acrescentou o o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a respeito da segunda etapa, prevista para ter início tão logo os órgãos competentes definam quais imunizantes serão distribuídos e a partir de quando.