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    Veja as ações mais recomendadas por especialistas para investir em março

    Guerra na Ucrânia, expectativa de alta de juros nos Estados Unidos e resultados das empresas são pontos de atenção para investidores

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business

    São Paulo

    Investidores que planejam comprar ações neste mês devem acompanhar atentos os desdobramentos da invasão da Ucrânia pela Rússia, que mexeu com os mercados globais e os preços das commodities.

    A tensão no leste europeu fez, por exemplo, o preço do petróleo passar dos US$ 110 o barril, fato que não ocorria desde 2014.

    A inflação global e a possível alta de juros nos Estados Unidos somadas a mais uma elevação da taxa Selic em março também deverão influenciar as decisões de investimentos, podendo ser mais um período de volatilidade para os mercados, segundo Mario Mariante, Victor Luiz e Ricardo Tadeu, especialistas da Planner.

    Os acionistas também acompanharam a temporada de resultados e devem continuar de olho na reforma tributária.

    Carteira recomendada

    Entre as ações mais recomendadas entre 14 bancos e corretoras, a mineradora Vale e o banco Itaú foram as companhias mais indicadas.

    Segundo analistas da Ativa Investimentos, o mercado brasileiro teve um bom início de ano, com investidores estrangeiros aportando mais de R$ 30 bilhões na bolsa.

    “O fato de o Brasil ser correlacionado com commodities, e ser o primeiro emergente a subir juros de forma significativa, fez com que o carry trade [tomar dinheiro a uma taxa de juros em um país e aplicá-lo em outra moeda, onde as taxas de juros são maiores] ficasse muito interessante para o estrangeiro aportar seu capital”, informaram os analistas.

    Já o setor de bancos, segundo análise da Toro Investimentos, pode se beneficiar de um ciclo de alta da Selic. O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, em 2 de fevereiro, subir a Selic, a taxa básica de juros, a 10,75%, uma alta de 1,5 ponto percentual. Neste mês há uma nova reunião.

    Saiba o que os analistas comentaram sobre os papéis mais recomendados para este mês:

    Vale

    Ação: VALE3

    Comentário: XP Investimentos

    Atribuímos a forte alta nas ações da Vale à valorização dos preços de minério de ferro no mês. No final de fevereiro, eles foram negociados por US$ 143 a tonelada em Cingapura, alta de 9% em relação a janeiro.

    Em relatório publicado no final de 10 de fevereiro, a Vale anunciou que encerrou o ano com cerca de 340 milhões de toneladas de capacidade de produção de minério de ferro e espera atingir 370 milhões de toneladas por ano de capacidade até o final de 2022.

    Reconhecemos a estratégia da Vale de reduzir a produção de minério de ferro, e o aumento das vendas de pelotas aumentou a agregação de valor, mantendo o mercado de minério de ferro apertado. No lado negativo, a menor produção nas divisões diminui a alavancagem operacional da empresa.

    Itaú

    Ação: ITUB4

    Comentário: Guide

    O Itaú reportou um bom resultado com lucro líquido recorrente de R$ 7,2 bilhões no 4º trimestre, 2% acima de nossas estimativas e 5,7% acima do consenso de mercado. O resultado melhor que a expectativa ocorreu apesar de um resultado de tesouraria mais pressionado no trimestre, reflexo de um crescimento da carteira e da margem financeira com clientes acima do guidance de 2021.

    O guidance positivo para 2022 nos agradou, com crescimento da carteira de crédito total entre 9% e 12%, sendo a carteira Brasil entre 11,5% e 14,5%, acima do crescimento projetado pela Febraban, e aumento da margem com clientes entre 20,5% e 23,5%, reflexo do crescimento da carteira e de um mix mais voltado para linhas com maiores spreads. Por fim, destacamos o bom desempenho nos canais digitais.

    PetroRio

    Ação: PRIO3

    Comentário: Ativa Investimentos

    Diante da continuidade da assimetria global nos mercados de oferta e demanda de petróleo, os preços da commodity continuaram subindo em fevereiro, tendo atingido o patamar de US$ 100 com o aumento da beligerância entre Rússia e Ucrânia, que pode comprimir ainda mais a oferta do produto, fortalecendo assim a tendência de crescimento de preços.

    No mês, PetroRio ainda divulgou seus resultados, tendo apresentado o menor custo de extração da sua história.

    Suzano

    Ação: SUZB3

    Comentário: Terra Investimentos

    A recomendação é de compra aproveitando ainda os múltiplos financeiros descontados, com mercados de celulose mais uma vez apertados e os preços novamente em alta, o que deve beneficiar a exportadora no curto prazo.

    A pressão de queda do dólar contra o real foi sentida, mas o patamar ainda reforça a tese de investimentos e a forte geração de caixa da empresa.

    Gerdau

    Ação: GGBR4

    Comentário: Planner

    Mantivemos a Gerdau na carteira mesmo com a queda insistente da ação desde o mês de fevereiro (-12,8%). O desempenho operacional mais fraco em produção de aço bruto e vendas em relação ao 3º trimestre e um nível de utilização mais baixo (74%) reflete a sazonalidade do período, esperada principalmente no mercado interno. Além das tradicionais paradas programadas de manutenção em algumas unidades da companhia, típicas desta época do ano.

    No acumulado do ano houve crescimento 9% na produção e 11% nas vendas. A receita líquida teve crescimento expressivo com melhora na margem bruta.

    A expectativa é de sustentação de bons resultados, embora exista a ameaça dos efeitos da guerra no Leste Europeu e a concentração de negócios da Gerdau nos Estados Unidos.

    BTG Pactual

    Ação: BPAC11

    Comentário: Órama

    Enxergamos com bons olhos o aumento nas taxas de juros, que resulta em maiores spreads cobrados nas operações de intermediação e gera uma ampla gama de possibilidades de estruturação e prestação de serviços.

    Ressaltamos ainda o notável crescimento das operações que o banco entregou ao longo dos últimos dois anos, com especial atenção para os serviços de wealth management, que geram importantes sinergias e receitas para a companhia.

    Vibra

    Ação: BRDT3

    Comentário: Guide

    A Vibra Energia apresentou seus resultados do 3º trimestre levemente acima do consenso, com receita de R$ 35,7 bilhões, subindo 23% nos três meses, e lucro de R$ 598 milhões, um aumento de 57% no período. A evolução da receita foi decorrente do maior volume vendido, 17% superior ao 2º trimestre, com destaque para óleo combustível e querosene de aviação.

    A Vibra celebrou em outubro contratos que possibilitam a compra de até 50% da Comerc Participações, uma holding de empresas que atua na comercialização, gestão de energia para consumidores livres, geradores e pequenas distribuidoras e soluções de eficiência energética. A empresa possui um portfólio de produtos e serviços que alcança um volume de energia comercializada de aproximadamente 2 GW médios com mais de 3,4 mil unidades consumidoras sob gestão.

    A Vibra pagará cerca de R$ 3,25 bilhões por 50% da Comerc, precificando a empresa em R$ 6,5 bilhões.

    Petrobras

    Ação: PETR4

    Comentário: Safra

    Estamos mantendo Petrobras em nossa carteira recomendada. Acreditamos que a ação da empresa deva se beneficiar da continuidade do processo de redução do endividamento e a consequente adoção da nova política de dividendos, além do foco nos ativos com maiores retornos e dos níveis atuais do preço de petróleo.

    O principal ponto de atenção segue sendo a possibilidade de interferência na política de preços da Petrobras, porém, acreditamos que esse risco é limitado, uma vez que a legislação e o estatuto da empresa trazem alguma proteção contra isso.