Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Conectividade possibilita novos negócios no setor automotivo

Desenvolvimento é limitado por questões de segurança

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Em junho de 2007, enquanto a Apple apresentava o primeiro iPhone nos EUA, a Volkswagen lançava a linha 2008 do Gol, carro mais vendido do Brasil da época. A tela multitoque do celular contrastava com o sistema de som monocromático do automóvel popular, item vendido como opcional.

O tempo passou, a tecnologia presente nos smartphones tornou-se soberana e a indústria automotiva teve de ir atrás. A conectividade agora é item de série dos automóveis e abre novas possibilidades de negócio para as montadoras.

Na Volkswagen, o rádio chinfrim do Gol 2008 é passado. A fabricante criou sua loja de aplicativos e a disponibilizou no VW Play, equipamento presente nos modelos Nivus e T-Cross.

Central multimídia VW Play, da Volkswagen
Central multimídia VW Play, da Volkswagen - Divulgação

Por meio de parcerias, o sistema acessa aplicativos de delivery, livrarias virtuais e apps de música. A evolução dos sistemas de pagamento permite fazer compras na tela da central multimídia, e a conexão com a internet é feita por meio do smartphone do proprietário.

A Toyota usa a conectividade para oferecer serviços de locação. “Não podemos pensar nesse tipo de solução com a cabeça analógica”, diz Roger Armellini, diretor de mobilidade da montadora japonesa.

A empresa trouxe ao Brasil a Kinto, marca global que oferece soluções além da venda de automóveis.

O serviço de locação é contratado de forma digital. O cliente faz o cadastro, passa os dados do cartão de crédito e escolhe o carro, que pode ser alugado por uma hora ou até um mês.

A aceitação foi rápida: os níveis de ocupação dos veículos esperados apenas para este ano foram alcançados no fim de 2020.

A evolução dos softwares e dos meios de pagamento já permite automatizar toda a operação. Seria possível contratar o serviço, destravar o carro por meio de um aplicativo e começar a usá-lo. Mas há questões sanitárias e de segurança que precisam ser resolvidas.

O serviço oferecido pela Toyota prevê que a entrega dos carros ocorra sempre em uma concessionária. Devido à pandemia, o veículo é higienizado entre uma locação e outra. Criar bases em locais abertos para estimular o compartilhamento, como ocorre com bicicletas, não está nos planos da montadora.

A preocupação com a segurança dos usuários e do patrimônio é o que faz a evolução ser mais lenta. São necessárias camadas de criptografia para barrar tentativas de roubo de dados ou do próprio automóvel.

Há hackers são capazes de abrir um veículo e ligar o motor sem ter que usar nenhuma ferramenta para o arrombamento. Com a proliferação dos sistemas de partida por botão, esse tipo de crime se tornou comum em países da Europa.

Mas os caminhos que pareciam estradas paralelas em 2007 agora se cruzam em diversas interseções. As parcerias entre empresas de tecnologia e montadoras vêm acelerando o desenvolvimento de carros autônomos e testando seus limites, e isso passa por tecnologias antifurto mais avançadas.

As possibilidades de uso vêm a reboque, e o carro vai se transformando em um grande gadget.

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