Daniel Castellano / SMCS

Em janeiro de 2022, a Cesta Básica de Curitiba apresentou alta de 1,29%, na comparação com dezembro de 2021, e custou R$ 636,57, o oitavo maior valor entre as 17 cidades onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos realiza a pesquisa. Em 12 meses, o percentual de aumento do conjunto de

alimentos básicos foi de 13,73%.

Entre dezembro e janeiro, houve aumento do preço médio da banana (31,02%), batata (12,16%), café (4,43%), farinha de trigo (2,71%), óleo de soja (1,46%), açúcar refinado (1,43%) e no pão francês (1,15%). Os produtos com reduções foram: arroz parboilizado (- 5,09%), manteiga (-3,96%), tomate (-2,74%), leite integral (-2,71%), carne bovina de primeira (-1,59%) e no feijão preto (-1,29%).

Em 12 meses (jan/2022/jan/2021), 10 produtos tiveram alta acumulada de preço, sendo que os maiores aumentos foram registrados no café (90,45%), açúcar refinado (77,18%), farinha de trigo (41,90%), banana (29,62%), tomate (24,80%) e pão francês (14,59%). Já as reduções ocorreram na batata (-11,08%), arroz parboilizado (-3,76%) e no feijão preto (- 2,67%).

Em janeiro de 2022, o trabalhador curitibano remunerado pelo salário mínimo comprometeu 115 horas e 33 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais. Em 2021, o tempo foi de 125 horas e 41 minutos, em dezembro e 111 horas e 57 minutos, em janeiro.

Quando comparados o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, o percentual em janeiro de 2022 foi de 56,78%, de 61,77% em dezembro de 2021e de 55,01%, em janeiro de 2021.

Curitiba – Números de janeiro de 2022
• Valor da cesta: R$ 636,57.
• Variação mensal: 1,29%.
• Variação em 12 meses (jan/22 / jan/21): 13,73%.
• Jornada necessária para comprar a cesta básica: 115 horas e 33 minutos.
• Percentual do salário-mínimo líquido gasto para compra dos produtos da cesta para uma
pessoa adulta: 56,78%.

No País

O valor da cesta básica aumentou em 16 capitais em janeiro deste ano. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), analisou 17 capitais. Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%) tiveram as altas mais expressivas na variação mensal.

São Paulo, por sua vez, tem a cesta mais cara: R$ 713,86. Em seguida estão as cidades de Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673). Entre as cidades do Norte e Nordeste, que tem uma composição da cesta diferente, o custo mais barato foi observado em Aracaju, cujo valor ficou em R$ 507,82; João pessoa, R$ 538,65; e Salvador, 540,01.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as maiores altas acumuladas foram registradas em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).

A partir desse levantamento, o Dieese calcula quanto deveria ser o salário mínimo para a manutenção de uma família de quatro pessoas com base no custo da cesta mais cara. Em janeiro de 2022, o valor deveria ser de R$ 5.997,14, o que equivale a 4,95 vezes o valor do mínimo de R$ 1.212. O departamento também calcula o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica. Em janeiro de 2022, a jornada foi 112 horas e 20 minutos. No mês anterior, o tempo necessário era de 119 horas e 53 minutos.

Entre os destaques no levantamento deste mês, o preço do quilo do café em pó subiu em todas as capitais analisadas na comparação com dezembro. Segundo o Dieese, “a expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos”.

O açúcar também ficou em destaque, com o valor do quilo mais alto em 15 capitais. Em Brasília, o custo do produto ficou 4,66% mais alto. Apenas Florianópolis e Porto Alegre tiveram queda, de 1,09% e 0,22%, respectivamente. A entressafra é a justificativa para o aumento dos preços.

O óleo de soja ficou mais caro em 15 capitais, apenas Vitória e Aracaju tiveram baixa no preço. Em Belém, que teve a maior variação, o custo do alimento aumentou 5,99%. O Dieese aponta que o clima pode afetar a soja no Brasil e que também há muita procura externa pelo grão e pelo óleo bruto.

A boa notícia ficou por conta da redução do preço do arroz agulhinha e do feijão. O preço do arroz recuou em 16 das 17 capitais pesquisadas. Em Vitória, no Espírito Santo, a queda alcançou 9,87%. No caso do feijão, o custo ficou mais barato em 12 capitais. “Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as retrações oscilaram entre -8,44%, na capital mineira, e -0,29%, em Aracaju”, diz a nota do Dieese.