Setor Automotivo

Márcio Leite assume Anfavea com a missão de construir rota para o futuro do setor automotivo

Executivo quer melhorar interlocução com o governo, buscar competitividade para as fabricantes de veículos e acelerar exportações

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Giovanna Riato
  • 02/05/2022 - 16:56
  • | Atualizado há 1 ano, 11 meses
  • 2 minutos de leitura

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    Aumentar a competitividade da porta para fora das empresas, ampliar exportações de veículos brasileiros e, com isso, o mercado e a ocupação da capacidade instalada das fábricas locais. Essas são as prioridades de Márcio de Lima Leite, diretor jurídico da Stellantis que acaba de assumir também a presidência da Anfavea, associação que representa as montadoras. Em resumo, ele pretende construir a rota para o futuro da indústria automotiva brasileira.


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    Em cerimônia na segunda-feira, 2, Luiz Carlos Moraes, que liderou a organização pelos últimos três anos, passou o bastão ao executivo, que falou do plano para a sua gestão na entidade pelo próximo triênio, até 2025, confirmando os objetivos adiantados por Automotive Business

    “Somos um ecossistema que precisa ser vibrante e fazer as coisas acontecerem. Ainda que o setor de serviços seja muito relevante, uma indústria fortalecida transforma o país e é capaz de transformar a sociedade”, aponta Leite.

    Ele destaca que o segmento é responsável por 20% do PIB industrial brasileiro, por 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos e tem potencial fabricar 4,5 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus por ano. Segundo a Anfavea, é um ecossistema de 98 mil empresas quando somado não só as fabricantes, fornecedores e distribuidores de veículos, mas também todos os negócios que geram algum tipo de movimento por causa dessa indústria como, por exemplo, restaurantes nas proximidades das fábricas.

    Veículo brasileiro é competitivo, só falta o Brasil ser

    Leite assegura que o veículo brasileiro é competitivo e tem qualidade para fazer parte de qualquer mercado. Por si só, no entanto, isso não é solução para a indústria, que precisa também da competitividade “da porta para fora” das empresas, com boas condições no país para que as empresas fomentem exportações e reduzam seus custos.

    Por isso, o novo presidente pretende melhorar a interlocução da indústria automotiva com o governo federal, que ficou enfraquecida nos últimos anos, desde a extinção do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). Ele também pretende fortalecer laços sentre o segmento e governos estaduais.

    A ambição de Leite é contribuir para desenhar uma rota de futuro para o setor automotivo brasileiro. Segundo ele, a indústria local tem muito a contribuir com o avanço da mobilidade no mundo e a busca por descarbonização do transporte.

    “Precisamos assumir a responsabilidade de decidir o nosso futuro. Ninguém vai fazer isso por nós. É essencial definir o caminho e influenciar matrizes, fornecedores, parceiros e universidades nessa direção”, enfatiza.

    Segundo ele, as exportações de veículos não podem se restringir apenas à América Latina. O novo presidente também avalia que as soluções brasileiras de redução de carbono da mobilidade, como o etanol, precisam ganhar escala e visibilidade global. 

    Outra frente que precisa ser fortalecida, avalia, é contribuir para a evolução da cadeia de fornecedores, garantindo que essas empresas estejam preparadas para os próximos passos da indústria. “Temos problema de autossuficiência em uma série de componentes, como os semicondutores, que está em evidência agora, mas também borracha e outros fornecimentos”, diz.

    A ideia de Leite é contribuir para o fortalecimento da indústria, atrair investimentos para o Brasil e, com isso, apurar o senso de urgência do setor automotivo para o futuro.