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Investimentos
Depois da surpresa do BC com a elevação da Selic em 0,75 p.p.,ainda é cedo para cravar um número para a taxa em dezembro.| Foto: Bigstock

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreendeu e elevou a taxa de juros, a Selic, em 0,75 p.p. Porém, mais surpreendente do que isso, foi o anúncio de que na próxima reunião, daqui a 40 dias, teremos um aumento da mesma magnitude, a não ser que haja mudanças relevantes no cenário internacional, nas reformas discutidas no Congresso Nacional e nos indicadores de inflação do país neste período. Além disso, na ata do Copom, o Comitê deixou claro que ficará atento ao andamento da economia brasileira dado o momento complicado que atravessamos.

Entretanto, diante de tal complexidade no cenário à frente, é possível visualizar percepções distintas de para onde vai, de fato, a taxa de juros no curto prazo. No Boletim Focus, divulgado nesta segunda feira (22), a mediana da Selic que o mercado espera atualmente está em 5% ao ano. No entanto, estas projeções variam entre 4% e 6%, algo significativo em relação à taxa atual. Alguns consideram, inclusive, que a elevação na próxima decisão já poderá ser de 1%.

Com a Selic em 2,75% ao ano, deixamos de ter a menor taxa da histórica do país. Por outro lado, essa elevação mostra a importância do Banco Central na busca por conter a inflação em 2022, dado que para 2021 ela já está praticamente contratada acima de 5%. Mais um ponto que é necessário acompanharmos é quando e se o processo de vacinação estará avançado no país e o quão forte será a retomada da confiança e, por consequência, da economia.

Fica claro, com todo esse contexto, que a leitura de cenário de curto prazo é desafiadora, mas para quem olha investimentos, muitas oportunidades continuam a surgir, como o sonhado 1% ao mês de rentabilidade - considerando CDBs de bancos médios e pequenos, com vencimentos mais longos - entre outros ativos de renda fixa. Por essa razão, já podemos nos questionar se o rentista brasileiro volta a ficar animado com tal situação.

É bem verdade que, se bem pesquisado, há alguns meses este perfil de investidor já tira o “pé de casa” e sorri. E tudo isso em decorrência das distorções encontradas pelos ruídos políticos de curto prazo no Brasil. Afinal, não é a primeira vez que isso ocorre e nem deve ser a última.

Se olharmos sob outra ótica, a do investidor de renda variável (mais arrojado), também há percepções de que muitas ações do setor imobiliário já são impactadas o suficiente e mesmo para quem não é rentista existem oportunidades pensando no médio prazo. Aqui levo em consideração a vida do brasileiro comum: considero complexo demais colocar o longo prazo acima de um período eleitoral. Com a autonomia do Banco Central, recém aprovada no Congresso, isso pode ser minimizado, mas não descartado.

Enfim, nesta quinta-feira (25) ainda teremos o Relatório Trimestral da Inflação (RTI), no qual boa parte dos economistas irá se debruçar para entender até onde irá o Banco Central em suas próximas decisões em 2021. Só assim teremos uma clareada no horizonte, mas, de fato, ainda é muito cedo para cravarmos um número para a taxa Selic em dezembro.

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