Nível de vacinados nas montadoras supera média do País

Porcentual de imunizados com segunda dose já ultrapassou o patamar de 60%

bruno
Bruno de Oliveira
  • 25/10/2021 - 17:19
  • | Atualizado há 2 anos, 5 meses
  • um minuto de leitura

    A parcela de funcionários das montadoras vacinados com segunda dose está em patamar acima da média registrada no País. Segundo fonte ligada às fabricantes, cerca de 60% do quadro já recebeu as duas doses de algum tipo de imunizante, o que representaria cerca de 62 mil funcionários. De acordo com balanço da Anfavea de setembro, há um total de 102,9 mil empregados nas montadoras. No Brasil, o porcentual é de pouco mais de 51%, de acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde.

    O nível de vacinados anima a indústria, que viu o nível de absenteísmo nas linhas de produção cair nos últimos meses. Esta era uma das preocupações das fabricantes em termos de capacidade produtiva: afora a questão do abastecimento de componentes, o índice de vacinação dos quadros era algo visto como algo crítico no sentido de projetar retomadas de turnos, por exemplo. “Neste patamar de vacinados é possível pensar cenários de produção em níveis pré-pandemia, ainda que persista o tema semicondutores”, disse a fonte.

    O número de vacinados com primeira dose dentro das fabricantes, ainda segundo a fonte, é de 95%. No Brasil, este porcentual é de 72%.

    Pesquisa realizada em março pela Roland Berger em parceria com a Automotive Business apontou que o ritmo da vacinação no País era a principal preocupação do setor. No levantamento, 86% dos entrevistados afirmaram que a vacinação era o fator-chave para a recuperação da indústria automotiva. Tanto que algumas empresas passaram a adotar medidas de imunização em seus quadros. A Stellantis, por exemplo, vacinou 6 mil funcionários de Betim (MG) em julho.

    O grupo Caio, por sua vez, realizou campanha de vacinação em massa da população adulta de Botucatu (SP), que faz parte do projeto de estudo da vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca, em conjunto com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), elaborado pela prefeitura local, Ministério da Saúde, Unesp, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e a Fundação Gates. Depois de vacinar os adultos da cidade, a prefeitura local começou a vacinar os profissionais que trabalham ali.

    A fonte afirmou também que as montadoras pretendem manter os protocolos de saúde em suas fábricas ainda que tenha aumentado o índice de vacinados com a segunda dose. Isso significa, na prática, que haverá manutenção dos turnos estendidos, ou seja, quando o quadro de um turno é dividido em dois períodos no sentido de evitar aglomerações. Este tipo de jornada foi adotado principalmente por montadoras de veículos pesados que mantiveram o ritmo de produção apesar da crise dos chips.