GM apura lucro robusto de US$ 6,4 bilhões em 2020

Companhia consegue superar efeitos da pandemia com forte desempenho no quarto trimestre, com resultados concentrados na América do Norte

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 11/02/2021 - 20:00
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    A General Motors divulgou esta semana seu balanço financeiro de 2020 com robusto lucro líquido de US$ 6,4 bilhões. A queda de 4,5% sobre o ganho apurado em 2019 é considerada pequena diante das adversidades do ano, demonstrando a capacidade da companhia de superar os efeitos negativos da pandemia, que derrubaram em 11% o faturamento líquido global, somando US$ 122,5 bilhões, ou US$ 14,8 bilhões abaixo do registrado no ano anterior. O volume de veículos vendidos pela GM no mundo somou 6,8 milhões de unidades, em retração anual de 11,7%.





    Segundo a GM, o resultado positivo foi obtido graças a reajustes de preços e desempenho crescente de sua linha de picapes e SUVs na América do Norte, que compensaram parcialmente as interrupções de produção por causa da Covid-19 e gastos com o recall de milhões de veículos com airbags defeituosos da Takata. Com isso, a companhia conseguiu apurar lucro antes de impostos e despesas financeiras (EBIT) de US$ 9,7 bilhões, valor 15,5% mais alto que apurado um ano antes, que representou margem de ganho expressiva de 7,9% sobre o faturamento líquido.

    “O desempenho da GM foi notável em qualquer medida, mais ainda em um ano que a pandemia obrigou as companhias em todo o mundo – incluindo a GM – a suspender temporariamente suas operações de manufatura para manter os empregados seguros. Nossos concessionários também deram passos extraordinários para proteger nossos clientes, com a oferta de soluções on-line de compras e entregas”, destacou Mary Barra, CEO da GM.



    GANHOS CONCENTRADOS NA AMÉRICA DO NORTE



    Apesar do bom desempenho, a GM continua ganhando dinheiro somente na América do Norte, onde apurou EBIT de US$ 9,1 bilhões, 11% acima de 2019, com margem de 9,4% sobre as vendas. O braço financeiro do grupo, a GM Financial, também concentrado nos mercados norte-americanos, obteve lucro anual recorde antes de impostos de US$ 2,7 bilhões. Os dois resultados positivos compensaram o EBIT negativo de US$ 500 milhões das operações internacionais da GM (incluindo a China) e a perda de US$ 900 milhões na Cruise – divisão dedicada ao desenvolvimento de veículos autônomos.

    A GM concentra 100% de sua rentabilidade global na América do Norte e nos Estados Unidos, que em 2020 representou 43% do volume mundial de veículos vendidos com 2,9 milhões de unidades (2,5 milhões só nos EUA), apesar de vender mais nos países da Ásia/Pacífico, totalizando 3,4 milhões no ano passado, 50% do total de vendas, 2,9 milhões só na China. A América do Sul ficou com apenas 7% do bolo, com 470 mil unidades comercializadas, 338 mil delas no Brasil.

    EXPECTATIVAS PARA 2021



    Para 2021 a GM espera apurar lucro líquido entre 6,8 bilhões e US$ 7,6 bilhões, com EBIT de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões. Segundo a companhia, o foco seguirá centrado em crescimento rentável e faturamento adicional com lançamentos de novos veículos elétricos – serão 30 deles até 2025 nos Estados Unidos e China. Do investimento anunciado em 2020 de US$ 27 bilhões para desenvolver e lançar modelos elétricos e autônomos, US$ 7 bilhões já começam a ser aplicados este ano.

    A GM avalia que pode ter mais um ano de superação diante de ventos contrários que trazem alta nos preços de matérias-primas e dos altos investimentos que serão feitos nos próximos meses. A companhia reconhece que a falta de componentes eletrônicos (semicondutores) deverá ter impacto de curto prazo com redução dos volumes de produção e ganhos.