Por Darlan Alvarenga, g1


O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 1,41% em abril, desacelerando ante a alta de 1,74% em março, informou nesta quinta-feira (28) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com o resultado, o índice passou a acumular alta de 6,98% no ano e de 14,66% em 12 meses.

O IGP-M de abril ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,70%.

O IGP-M é conhecido como 'inflação do aluguel' por servir de parâmetro para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.

“Importantes commodities agrícolas contribuíram para o arrefecimento da inflação ao produtor cuja variação passou de 2,07% em março para 1,45% em abril. Soja, milho e café, grãos que respondem por 13% do IPA, apresentaram queda média de 7,3% e contribuíram para o recuo de 1 ponto percentual na taxa do IPA", destacou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Em abril de 2021, o índice havia subido 1,51% e acumulava alta de 32,02% em 12 meses.

Preço do aluguel residencial é o mais alto em quase 11 anos

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O que mais pesou no mês

Segundo a FGV, a desaceleração só não foi mais expressiva em abril em razão da alta dos preços dos combustíveis. Os aumentos do diesel (14,70%), da gasolina (11,29%) e dos adubos/fertilizantes (10,45%) responderam por 60% da inflação medida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).

Nos Índice de Preços ao Consumidor, as maiores pressões de alta, as maiores pressões de alta vieram do tomate (23,28%), passagem aérea (9,50%) e gasolina (5,86%).

"A leitura preliminar dos dados reafirma nosso cenário de mais duas altas na Selic fazendo está chegar a 13,25% ao final do ciclo", avaliou o economista da Necton, André Perfeito. A taxa básica de juros está atualmente em 11,75%.

Entenda a composição do índice

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

O indicador é composto por 3 índices:

  • O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 1,45% em abril, ante 2,07% em março. Contribuíram para o recuo: soja em grão (7,28% para -7,02%), milho em grão (2,48% para -7,22%) e suínos (10,05% para -3,99%). Em sentido oposto, destacam-se os itens aves (1,77% para 15,47%), mandioca/aipim (-2,30% para 12,35%) e leite in natura (3,30% para 8,80%).
  • O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, acelerou de 0,86% em março para 1,53% em abril. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (1,15% para 2,94%), com a alta do preço da gasolina passando de 1,36% em março para 5,86% em abril.
  • O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, ficou em 0,87% em abril, ante 0,73% em março. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de março para abril: Materiais e Equipamentos (0,29% para 1,35%), Serviços (0,79% para 0,73%) e Mão de Obra (1,12% para 0,46%).

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