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Necropsia mostra que pinguim morreu após engolir máscara no litoral de SP

O corpo do Pinguim-de-Magalhães foi encontrado dois dias após o feriado de independência na praia de Juquehy, em SP - Reprodução/Facebook/Instituto Argonauta
O corpo do Pinguim-de-Magalhães foi encontrado dois dias após o feriado de independência na praia de Juquehy, em SP Imagem: Reprodução/Facebook/Instituto Argonauta

Do UOL, em São Paulo

16/09/2020 12h22

A necropsia de um pinguim encontrado morto em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, indicou que o animal morreu após engolir uma máscara de proteção facial. O objeto é indicado por especialistas como uma das medidas de proteção contra o novo coronavírus.

O Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi encontrado morto no dia 9 de setembro — dois dias após o feriado prolongado de independência — na praia de Juquehy, em São Sebastião. Na ocasião diversas praias de São Paulo foram tomadas por turistas mesmo com as indicações de isolamento social.

A necropsia foi realizada pelo Instituto Argonauta responsável por monitorar as praias do litoral norte paulista para ajudar na conservação das áreas costeiras. O grupo encontrou uma máscara dobrada do modelo N-95, indicada para o uso hospitalar, dentro do estômago do pinguim.

"A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha foi acionada para recolher o animal morto na Praia de Juquehy, em São Sebastião/SP. De acordo com informações da equipe técnica, ele estava muito magro e com muita areia em todo o corpo", disse o instituto em uma rede social.

A máscara facial foi encontrada dentro do estômago do pinguim durante a necropsia - Reprodução/Facebook/Instituto Argonauta - Reprodução/Facebook/Instituto Argonauta
A máscara facial foi encontrada dentro do estômago do pinguim durante a necropsia
Imagem: Reprodução/Facebook/Instituto Argonauta

O oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta, aponta que há o aumento na quantidade de lixo encontrado nas praias.

"Nós já vínhamos alertando o aparecimento de máscara, e esse caso é a prova inequívoca de que esse tipo de resíduo causa mal e mortalidade também na fauna marinha, além da irresponsabilidade da pessoa que dispensa uma máscara em um lugar inadequado, pois é um lixo hospitalar com risco de contaminação de outras pessoas", explica ao site do Instituto Argonauta.

Neto ainda afirmou que os lixos encontrados em praias estão se "tornando um problema crônico".

"Se deixar a Praia Grande com o lixo que as pessoas estão deixando, por exemplo, no dia seguinte ninguém vai querer ir lá. Está se tornando um problema crônico e de grande impacto", concluiu.