(06/04/2022) – A escassez de componentes eletrônicos continua impactando a produção nacional de veículos. Esta semana, por exemplo, enquanto uma unidade da Volkswagen está reabrindo o segundo turno, a Renault, no Paraná, entra em layoff. Já a Mercedes anunciou que dará férias coletivas para mais de cinco mil trabalhadores das áreas de caminhões, ônibus e agregados.
VOLKSWAGEN – A unidade da Volkswagen de Taubaté (SP) encerrará nesta segunda-feira, 4, o layoff que afastou durante dois meses cerca de 800 trabalhadores da linha de produção. Com o encerramento do layoff, a planta terá todos os trabalhadores em atividade pela primeira vez neste ano. A Volks Taubaté conta atualmente com cerca de 3 mil funcionários em dois turnos de produção.
O layoff começou no dia 4 de fevereiro, quando foi encerrado o período de 30 dias de férias coletivas dos metalúrgicos da montadora. A medida de flexibilização está prevista no acordo firmado em setembro de 2020, que viabilizou novos investimentos na planta de Taubaté e estabilidade no emprego até 2025.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Cláudio Batista, o retorno dos trabalhadores mostra uma reação no mercado: “Nossa expectativa é que essa reação ocorra em todo o setor industrial e que os trabalhadores brasileiros possam retomar suas vidas.”
A planta de Taubaté produz os veículos Gol e Voyage e está sendo preparada para um novo ciclo de produtos, com a implantação da plataforma MQB.
A fábrica está na rota de investimentos da Volks na América Latina, que chegam a R$ 7 bilhões até 2026. A montadora confirmou que o Polo Track será o primeiro novo modelo produzido em Taubaté.
MERCEDES – Segundo nota publicada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, a Mercedes Benz que dará férias coletivas para mais de cinco mil trabalhadores no período entre 18 de abril a 3 de maio. Em março, a montadora já havia colocado 1,2 mil em férias por problemas na cadeia de fornecimento de peças. Atualmente, a Mercedes conta com cerca de nove mil trabalhadores, sendo seis mil só na produção.
“A Mercedes tem alegado que as empresas de fornecimento não vão conseguir atender a demanda da fábrica, principalmente com relação aos semicondutores. Com isso, todo o processo de produção ficará parado neste período. Novamente haverá interrupção dos processos de contratações. Nossa apreensão é como ficará o cenário no segundo semestre com tantas incertezas”, observou Sandro Vitoriano, coordenador da representação do sindicato na Mercedes-Benz.
RENAULT – Enquanto a Volks Taubaté retoma a produção plena, a Renault vai parar, também a partir desta segunda-feira, a produção por uma semana na sua planta de São José dos Pinhais (PR). A razão é a falta de chips.
A planta opera em dois turnos com cerca de 6 mil funcionários diretos. A paralisação afetará tanto a produção de veículos como a de motores A falta de chips já havia interrompido a produção no ano passado, o que levou a Renault a aplicar medidas como o lay-off e férias coletivas.
São produzidos na unidade do Paraná os modelos Kwid, Sandero, Logan, Duster, a picape Duster Oroch e o SUV Captur, além do utilitário Master, blocos e cabeçotes de motor.
A unidade paranaense produzirá a partir de 2023 um novo SUV inédito no mercado brasileiro, na nova plataforma modular CMF-B. Também está prevista a produção de um novo tipo de motor 1.0 turbo.