Montadoras europeias estimam vendas 10% maiores em 2021

ACEA prevê que este ano vai marcar a recuperação das vendas do setor

Por REDAÇÃO AB
  • 03/02/2021 - 18:06
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    A ACEA, associação que reúne as fabricantes europeias de veículos, divulgou a previsão de crescimento aproximado de 10% nas vendas este ano. O motivo para o avanço tímido após a retração recorde de 2020 é que, de acordo com o comunicado da entidade, os efeitos da pandemia ainda devem se estender pelo primeiro trimestre do ano, com a recuperação ganhando fôlego a partir do segundo semestre, à medida em que os programas de vacinação avançarem pelo Velho Continente. No ano passado, o mercado europeu de veículos de passageiros registrou queda de 23,7% nas vendas, totalizando 9,9 milhões de unidades, ou cerca de 3 milhões a menos do que em 2019.





    “Agora, mais do que nunca, é crucial que trabalhemos ao lado dos decisores políticos da União Europeia para fortalecer a competitividade da indústria automotiva do bloco no cenário global”, declarou Oliver Zipse, presidente da ACEA (e do Grupo BMW). “Graças ao modelo de negócios das fabricantes europeias e a demanda global por veículos produzidos na UE, as fábricas instaladas na Europa se beneficiaram de mercados que se recuperaram mais rapidamente no ano passado, especialmente na Ásia”, acrescentou. “Contudo, a recuperação econômica sustentável da União Europeia e a demanda local são vitais para o retorno de nossa força pré-crise”, completou Zipse.

    PREOCUPAÇÃO COM VENDAS E TAMBÉM COM O MEIO AMBIENTE



    Um fato que chama a atenção é o aumento da participação no mercado dos veículos elétricos na Europa, que chegou a 10,5% em 2020, contra 3% no ano anterior. Isso foi conseguido por meio do aumento nos investimentos da indústria e também pelos incentivos de cada país para estimular a demanda durante a crise sanitária.

    “Apesar das pressões econômicas provocadas pela pandemia, nossa indústria permanece totalmente comprometida com sua transformação contínua para ser neutra em emissão de carbono”, declarou Zipse. “O fim das emissões, juntamente com a digitalização, estão modificando as tecnologias usadas nos veículos; com isso em mente, a ACEA pede uma estratégia europeia realista com relação ao acesso a insumos e matérias-primas necessários para os automóveis de última geração.

    A ACEA aponta que a recente escassez de microchips mostrou como uma interrupção repentina de componentes essenciais pode ser prejudicial para a indústria, cuja cadeia de suprimentos e modelo de negócio just-in-time estão sob pressão por conta do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia).

    “Nosso setor está trabalhando muito para se recuperar e enfrentar os desafios que temos pela frente; uma indústria automotiva da União Europeia forte – tanto em casa, quanto globalmente – contribuirá não apenas para fortalecer a economia do continente, mas também para alcançar suas ambições climáticas”, resumiu o presidente da ACEA.