A produção de aço bruto no Brasil chegou a 3,004 milhões de toneladas em janeiro de 2021, alta de 10,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A produção de laminados atingiu 2,167 milhões de toneladas em janeiro, avanço de 6,6% no período, e a produção de semiacabados para vendas foi de 621 mil toneladas, um aumento de 2,6% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2020. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 22, pelo Instituto Aço Brasil. Em coletiva de imprensa, o presidente executivo da entidade, Marco Polo Lopes, disse que a produção de aço bruto foi a maior desde janeiro de 2019.

As vendas internas avançaram 24,9% frente ao apurado em janeiro de 2020 e atingiram 1,9 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 25,0% superior ao apurado no mesmo mês de 2020.

O consumo aparente foi o maior desde março de 2015. As exportações de janeiro de 2021 foram de 531 mil toneladas, ou US$ 314 milhões, o que resultou em queda de 52,0% e 40,6%, respectivamente, na comparação com o ocorrido em janeiro de 2020. Ja as importações de janeiro de 2021 foram de 324 mil toneladas e US$ 288 milhões, uma alta de 42,3% em quantidade e 26,0% em valor na comparação com o registrado em janeiro de 2020.

Lopes disse que as perspectivas do setor para este ano são positivas para a indústria brasileira do aço, prevendo que a produção aumente 6,7% em relação ao ano anterior, atingindo a 33 milhões de toneladas de aço bruto. No tocante às vendas internas, a estimativa é de que estas tenham um crescimento de 5,3% atingindo a 20,3 milhões de toneladas e o consumo aparente de produtos siderúrgicos de 5,8% em comparação com 2020, alcançando a 22,4 milhões de toneladas.

A manutenção desta perspectiva positiva, porém, depende da velocidade e do alcance da vacinação da população e do consequente controle da pandemia da covid-19 para que o País possa voltar a uma situação de maior normalidade. Ele disse que também são de extrema relevância para a retomada sustentada da economia, a agilização das discussões para aprovação das reformas tributária e administrativa.

“O crescimento econômico do Brasil requer uma indústria forte e competitiva. Persistem, entretanto, problemas na competitividade da indústria nacional devido, principalmente, a fatores estruturais e sistêmicos do país, como a alta carga tributária e infraestrutura precária e onerosa”, afirmou ele, acrescentando que reduzir o Custo Brasil é essencial e deve anteceder a abertura comercial, para não haver risco de que o país se torne, exclusivamente, produtor de commodities e perca sua capacidade de inovar e produzir bens de maior valor agregado.

Abastecimento

O presidente do Instituto Aço Brasil voltou a dizer nesta segunda-feira que os problemas de abastecimento apontados na imprensa por alguns segmentos de consumo estão localizados no segmento da distribuição do aço e não nas usinas produtoras. Em coletiva para comentar os dados de janeiro, ele explicou que as usinas estão batendo recordes de produção e que a falta do aço, se houver, pode ter origem na distribuição.

“A produção e as vendas cresceram a partir de maio de 2020. Houve gritaria de falta de produto e um fenômeno novo, a questão de estoques. Os ‘CEOs’ das empresas disseram que tiveram como prioridade proteger o caixa. Assim, eles desovaram os estoques para diminuir os custos. Quando começou o processo de recuperação das vendas houve demanda adicional para a reposição de estoques. Mas hoje as usinas estão batendo os recordes e se existe grau de desajustamento é na área da distribuição”, afirmou ele.

Na semana passada, o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, disse à imprensa que o setor de máquinas e equipamentos, passa pelo pior momento de desabastecimento de aço. Os setores de veículos e produtos de metal estariam relatando problemas na produção por conta da falta do insumo.