Depois de quase sete anos no cargo, Milton Rego deixa a presidência-executiva da Abal (associação do setor de alumínio), que reúne empresas como Alcoa, Norsk Hydro, Novelis e CBA. Ele pretende publicar um texto na internet nesta terça-feira (9) questionando a postura de associações e empresas que se recusam a falar de política e criticar governos, mas ao mesmo tempo querem ser ouvidas nas discussões setoriais. "Me parece que há uma contradição aí", diz Rego.
Segundo Rego, as questões amplas, que transcendem o universo específico das empresas, como desigualdade, mudanças climáticas e defesa da democracia, exigem um posicionamento mais claro. Para ele, o setor produtivo nacional vive um ponto de inflexão.
"Ou recuperamos agora a competitividade ou não haverá volta. No início de fevereiro, saíram os dados da balança comercial de 2020. A participação de bens industrializados nas exportações foi a mais baixa dos últimos 40 anos. Isso é muito preocupante. O diabo é que a indústria está longe de ser prioridade para o atual governo", diz Rego.
A Abal busca um novo nome para o cargo, que deve ser divulgado nos próximos meses.
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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