Alta excessiva na Selic foi equivocada, afirma CNI

Decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar Selic em 1,5 ponto percentual deve provocar efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) pelo novo aumento da taxa básica de juros (Selic) em 1,5 ponto percentual, levando-a para 10,75% ao ano. 

De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, os sete aumentos anteriores da taxa básica de juros já levaram a uma política monetária contracionista, com taxa de juros real estimada em 4% ao ano, acima da taxa de juros real neutra, estimada em 3,5% ao ano. 


“Isso inibe a atividade econômica e deve continuar a desacelerar a inflação nos próximos meses”, destaca Robson de Andrade. “Essa intensificação do ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de recessão em 2022, com efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego.”


Um sinal de que a recuperação econômica está sob risco é a trajetória do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sobretudo no segundo semestre de 2021. O índice de novembro está 0,6% abaixo do índice de junho, o que indica estagnação da atividade. A CNI entende que esse quadro adverso da atividade econômica, aliado à trajetória de queda já projetada para a inflação, demanda uma política monetária mais cautelosa por parte do BC.

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