Por Darlan Alvarenga, g1


Fila de candidatos a vagas de emprego em loja no Recanto das Emas, no DF, em imagem de maio — Foto: TV Globo/Reprodução

Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra o ranking dos salários médios de admissão entre as profissões que mais empregam no mercado formal brasileiro.

A lista foi feita a partir dos dados de agosto do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, considerando as 100 ocupações com o maior número de empregados com carteira assinada, que correspondem a 72% do estoque total de postos de trabalho formais no Brasil.

Os valores de contratação mais baixos são os oferecidos para a função de operador de telemarketing (R$ 1.144,96), enquanto que os salários médios mais altos são para médico clínicos (R$ 8.480,66).

Segundo o levantamento da CNC, em 59 das 100 profissões que mais empregam o salário inicial é de no máximo 2 salários mínimos (R$ 2.200).

Veja abaixo a lista:

Salário médio de contratação nas 100 profissões que mais empregam no país — Foto: Economia g1

"Não é quanto o profissional de cada ocupação está ganhando, mas sim quanto aceitou ganhar quando foi contratado", explica o economista Fabio Bentes, autor do levantamento.

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Segundo os dados do Ministério da Economia, o salário médio real de admissão no país no mercado formal foi de R$ 1.792,07 em agosto – o menor valor dos últimos 12 meses. Descontada a inflação medida pelo INPC, o valor representa uma queda de R$ 25 em relação a julho (R$ 1.817) e de R$ 113 na comparação com agosto do ano passado (R$ 1.905).

Como mostrou reportagem do g1, com a disparada da inflação e com o número ainda elevado de desempregados disputando uma vaga, os salários oferecidos estão cada vez mais baixos.

Segundo levantamento da CNC, a remuneração média real de contratação – descontada a inflação – está menor do que a oferecida há 1 ano em dois terços das ocupações que mais geram vagas no país.

"Do ponto de vista de geração de vagas no mercado formal, 85% das profissões estão gerando mais vagas do que destruindo, o que é bastante positivo. O grande problema é que do ponto de vista da renda, dois terços das profissões que mais geram vagas estão perdendo da inflação em um momento que o país tem uma taxa de desemprego ainda muito alta”, afirma Bentes.

Os números do Caged mostram que o país continua gerando vagas com carteira assinada, apesar da perda de fôlego da economia nos últimos meses. Segundo os dados oficiais, nos oito primeiros meses do ano foram criadas 2,2 milhões de vagas. Os dados do IBGE mostram, entretanto, que ainda são mais de 14 milhões de desempregados no país.

"Como estamos entrando num período de contratação temporária e tem muita gente desempregada, a tendência é que o empregador ofereça um salário menor mesmo. E o candidato aceita, porque é melhor ganhar isso do que ficar desemprego”, acrescenta o economista da CNC, destacando que a inflação acima de dois dígitos tem tornado mas difícil a correção de salários e corroído a renda e o poder de compra do trabalhador.

Veja abaixo as profissões que mais abriram novas vagas de trabalho com carteira assinada no país em 12 meses:

Ocupações com maior criação de vagas formais em 12 meses — Foto: Economia G1

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