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GM pede suspensão de greve; Justiça nega

Empresa solicita ao TRT-SP que declare a paralisação abusiva, perde e movimento entra no 7º dia

Por Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
07/10/2021 | 00:01
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Divulgação


A GM (General Motors) solicitou à Justiça que a greve dos trabalhadores da fábrica de São Caetano fosse declarada abusiva. O pedido foi negado pela juíza Raquel Gabbai de Oliveira, do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho). A paralisação chega hoje ao sétimo dia.

A montadora entrou com dissídio coletivo de greve no fim de semana, alegando danos iminentes à empresa e à coletividade. Na terça-feira, a juíza negou o pedido alegando que “não se trata de greve em serviços ou atividades essenciais”. Ela também destacou que as negociações só começaram a evoluir após os funcionários cruzarem os braços, no dia 1º, e agendou audiência para amanhã. O encontro que seria realizado ontem foi cancelado. 

“O pedido de dissídio coletivo é feito para suspender a greve. É uma medida tomada pela empresa para declarar que a paralisação é abusiva”, afirmou o advogado trabalhista Ruslan Stuchi. 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, comunicou os trâmites aos trabalhadores em duas assembleias no pátio da empresa. “Teríamos hoje (ontem) uma nova rodada de negociação no TRT, mas foi cancelada porque a empresa instaurou dissídio da greve. A GM está apostando na nulidade da greve ou que, após o julgamento, a Justiça indique o retorno imediato ao trabalho”, afirmou. 

O sindicalista destacou a importância de os trabalhadores manterem a mobilização. Todos os dias eles vão à empresa no horário normal de trabalho, entram, batem o ponto, participam da assembeia com o sindicato e são orientados a voltar para suas casas. “Greve não é lazer nem férias. É um movimento que tem de ser encarado com seriedade e responsabilidade”, disse.

A GM não se posicionou sobre a greve. Nos dias anteriores tem informado que “está fazendo todos os esforços para chegar a um acordo que seja bom para ambas as partes”.

Na pauta de reivindicações dos trabalhadores estão a reposição salarial com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado nos últimos 12 meses, mais aumento real de 5%. Vale-alimentação de R$ 1.000 para os funcionários inseridos na grade nova e de R$ 500 para os demais. PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 18 mil, com antecipação de R$ 10 mil; adiantamento da metade do 13º salário para fevereiro de 2022; inclusão de cláusula sobre home office; pagamento de quinquênio de 5%; retorno do reajuste da grade salarial a cada seis meses e cesta de Natal.

Em sua primeira proposta a GM ofereceu reajuste de 10,42%, que corresponde ao INPC do período.




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